DETERMINAÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO EM SORO FISIOLÓGICO COMO PROPOSTA DE PRÁTICA DE ENSINO EM QUÍMICA ANALÍTICA

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Paula, H.F. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; dos Santos, J. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; Mota, N.J.R. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; de Oliveira, C.B. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA) ; Goulart, S.M. (INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS - CAMPUS ITUMBIARA)

Resumo

Este trabalho é resultado de uma Prática de Ensino proposta como componente curricular de Química Analítica, com o objetivo de induzir o estudante à situação ao de um professor em aula. No IFG, campus Itumbiara, cada disciplina do curso de Licenciatura em Química contempla 10 horas de Prática de Ensino. Para determinar o teor de cloreto de sódio em soro fisiológico em amostras comercializadas foi utilizada a volumetria de precipitação. Os alunos ficaram responsáveis por ministrar a aula prática. Na Prática de Ensino experimental pôde-se chegar a duas conclusões distintas: os produtos analisados se encontram dentro dos padrões do controle de qualidade e os alunos vivenciaram uma Prática de Ensino na qual houve um envolvimento e conhecimento teórico-prático para todos os envolvidos.

Palavras chaves

Prática de ensino; Análise química; Soro fisiológico

Introdução

O soro fisiológico é constituído do composto cloreto de sódio 0,9% m/v e utiliza como veículo a água destilada (VAZ; JUNIOR; PÓVOA, 2009). É uma solução de concentração de sais em água igual das células, por isso denomina-se isotônica (OKUMURA; CAVALHEIRO; NÓBREGA, 2004). Para determinar o teor de cloreto de sódio em soro fisiológico dentro dos métodos volumétricos, se aplica a volumetria de precipitação, na qual se emprega a solução padrão de nitrato de prata para determinação de haletos e de alguns íons metálicos. O objetivo principal desse trabalho foi associar a análise química do cloreto de sódio comercializado em Itumbiara-GO à Prática de Ensino da disciplina de Química Analítica. É importante enfatizar que a Prática de Ensino de acordo com o Art. 65 e Lei de n° 9.394 se tornou obrigatória de através da Lei de Diretrizes e Bases que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, “Art. 65. A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá Prática de Ensino de, no mínimo, trezentas horas (BRASIL, 2005). No IFG cada disciplina do curso de licenciatura em Química contempla pelo menos 10 horas de Prática de Ensino. O objetivo desse trabalho foi associar aulas de laboratório com a Prática de Ensino. Os alunos ficaram responsáveis por pesquisar e selecionar uma aula prática aplicada dentro do tema proposto, estudado previamente com o professor. A escolha do tema, a preparação de soluções, elaboração dos roteiros e desenvolvimento da Prática de Ensino foram organizados pelos alunos sob orientação da professora. Em todas as etapas os alunos tiveram a liberdade de se colocar no lugar de professor.

Material e métodos

Para sequência da Prática de Ensino Experimental, cada grupo de 4 estudantes do quinto período do Curso de Licenciatura em Química de um total de 12 estudantes, escolheu um tema dentro da Química Analítica Quantitativa para apresentar no laboratório como prática de ensino. O tema deveria trazer aplicação prática do conhecimento químico, e não simplesmente conceitos. Os estudantes desse projeto escolheram o tema Volumetria de Precipitação. Para tanto o objetivo foi determinar o teor de cloreto de sódio em 3 marcas de soro fisiológico comercializados em Itumbiara-GO. Os alunos fizeram todo o planejamento da aula como elaboração dos roteiros, escolha das amostras a serem analisadas etc. Após testes prévios da análise em laboratório, a prática foi apresentada aos demais colegas. Nesse trabalho, escolheu-se a volumetria de precipitação para análise do teor de cloreto de sódio nas amostras comerciais. Esse procedimento consiste na titulação com uma solução padronizada de nitrato de prata pelo método de Mohr (Argentimetria). Para tanto, pipetou-se 25 mL de soro fisiológico e transferiu-se o volume para um balão volumétrico de 100 mL. Completou-se o volume com água destilada e homogeneizou-se a solução. Posteriormente pipetou-se 10 mL do soro fisiológico diluído e transferiu-se o volume para um erlenmeyer. 1 mL do indicador de cromato de potássio foi adicionado, seguido da titulação com nitrato de prata. O tratamento dos dados das análises das amostras foi orientado pelos discentes desse projeto experimental com acompanhamento do docente.

Resultado e discussão

Após análise dos dados, os resultados foram discutidos com os colegas de classe e apresentados conforme Tabela 1. Todas as análises foram realizadas em duplicata e os resultados comparados com os rótulos das amostras de soro fisiológico. De acordo com os dados encontrados verificou-se que os valores encontrados foram muito próximos aos do rótulo considerando o erro relativo. Nesse trabalho de Prática de Ensino experimental verificou-se que os produtos analisados se encontram dentro dos padrões do controle de qualidade indicados no rótulo; os alunos entenderam o que foi passado na Prática de Ensino e executaram com sucesso tanto a organização da aula quanto a parte prática ao ministrarem a aula prática. Segundo Carretero (2002, p.35), aprende-se melhor aquilo que se compreende adequadamente, ou seja, o que se incluem apropriadamente nos conhecimentos que já possuímos e que possa usar para resolver problemas significativos para a pessoa que aprende. Cada grupo durante a apresentação da aula prática desenvolvida orientava os colegas na execução das análises. Houve um acompanhamento por parte dos “professores colegas”. Esse momento foi muito importante porque houve um envolvimento total dos estudantes mostrando que esse modelo de Prática de Ensino foi muito válido para a fixação do conteúdo de Química Analítica.

Tabela 1

Valores do teor de cloreto de sódio de três marcas de soro fisiológico

Conclusões

A prática de ensino experimental teve por finalidade proporcionar aos alunos do Curso de Licenciatura em Química algumas vivências na prática docente no ambiente do laboratório de Química Analítica com grande importância para múltiplas ações dos futuros docentes de Química. Verificou-se a importância de aulas no laboratório no que se refere à planejamento e execução dos experimentos no processo de ensino aprendizagem. Já para os fins experimentais conclui que as amostras analisadas pelo método de Mohr apresentado estavam todas próximas do resultado estabelecido nos rótulos.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal de Goiás, campus Itumbiara e à todos os discentes envolvidos nesse projeto.

Referências

BRASIL. Parecer CNE/CES Nº 15/2005. Solicitação de esclarecimento sobre as Resoluções CNE/CP nºs1 e 2/2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior. 2005. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pces0015_05.pdf. Acesso em: 02 ago. 2017.

CARRETERO, M. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260299545/CARRETERO-Livro-2002-Construtivismo-e-Educacao> Acesso em 20 Jul. 2017.

OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, É. T. G.; NÓBREGA, J. A.; Experimentos simples usando fotometria de chama para ensino de princípios de espectrometria atômica em cursos de química analítica. Quím. Nova vol.27 no. 5 São Paulo Sept./Oct.2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010040422004000500026. Acesso em 28 Jun. 2017.

VAZ, M. J. F; JUNIOR, M. M. V; PÓVOA, H. C. C.; Análise microbiológica das soluções de cloreto de sódio comercializadas em Muriaé- MG. Sociedade Brasileira de Saúde (CBS). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/28698242/CBS-solucao fisiológica>; Acesso em 29 de Jun. 2017.

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