APLICABILIDADE CONCEITUAL DE DENSIDADE: utilização de experimentos alternativos para aproximar teoria e prática aos alunos do 9° ano do Ensino Fundamental em Macapá-AP

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Oliveira, E.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Neves, P.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Xavier, N.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)

Resumo

O presente trabalho objetivou tornar as aulas de química mais significativa e prazerosa, associando teoria e prática com enfoque na ciência aplicada ao cotidiano. Utilizou-se o método experimental investigativo, este foi desenvolvido com materiais alternativos presentes no dia a dia. O trabalho contou com a participação de 20 alunos do 9° ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Benigna Moreira Souza no Município de Macapá-AP. Esta pesquisa mostrou a eficácia do uso de experimentos no ensino de química para os alunos da série proposta.

Palavras chaves

Densidade; Experimento; Ensino

Introdução

A Química é uma ciência que aborda conceitos considerados difíceis, distante da realidade do aluno. E, aprender sobre a densidade requer uma atenção especial por parte dos envolvidos no processo de ensino e apendizagem. Russel (1994) define densidade como a massa da unidade de volume de uma substância, ou, simplesmente, massa por unidade de volume. Sendo assim, o conteúdo precisa ser explorado com conceitos teóricos e conhecimentos matemáticos prévios. Rossi et al. (2008) consideram se tratar de um conceito simples, mas que pode resultar em dificuldades de ensino e aprendizagem caso os estudantes não tenham consolidadas certas habilidades que lhe são correlatas. Rossi et al. (2008) também enfatizam que no ensino de química, as atividades experimentais são ferramentas que atuam como recursos pedagógicos na construção de conhecimentos, capacidades e habilidades. Neste sentido, em face às dificuldades enfrentadas na sala de aula, cabe ao professor buscar mecanismos para quebrar essa ideia tradicional do ensino de química enraizada ao longo do tempo. Oliveira et al. (2016) acreditam que a experimentação, principalmente quando realizada com materiais simples que o aluno tem condições de manipular e controlar, desperta o interesse do discente e facilita o aprendizado dos conceitos. Deste modo, o trabalho teve como objetivo avaliar a utilização da experimentação com materiais alternativos no conteúdo de densidade, aproximando teoria e prática com enfoque na ciência aplicada ao cotidiano e foi desenvolvida com 20 alunos do 9° ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Benígna Moreira Souza no Município de Macapá-AP.

Material e métodos

Para a realização do experimento foi utilizado 3 ovos crus de galinha, 3 copos de vidro de 300 mL, a medida de 3 colheres de sopa de Cloreto de sódio (NaCl), 1 Colher de sopa, 750 mL de água, 1 becker, 1 esferográfica de cor azul, etiquetas de papel e fita adesiva transparente. Para facilitar a compreensão do experimento, dividiu-se o procedimento em 3 passos: Passo 1- Identificação dos sistemas: com o auxílio da esferográfica foi escrito nas três etiquetas (A, B e C), respectivamente: água sem sal, água com 2 colheres de sal e água com 1 colher de sal. Passo 2- Preparação dos materiais: as etiquetas foram fixadas aos copos com o auxílio de fita adesiva transparente, e em seguida depositou-se com o auxílio do becker 250 mL de água em cada copo, sendo que no 2° copo foi adicionado 2 colheres de sal, e no 3° copo, apenas 1 colher de sal, utilizou-se a colher para diluir o soluto (NaCl). Passo 3- Realização do experimento: foi colocado 1 ovo em cada copo e observou-se o comportamento do mesmo, se afunda ou flutua, em seguida realizou-se a comparação dos resultados obtidos em cada sistema. (FIGURA 1). Posterior a prática experimental aplicou-se um questionário para os alunos, no qual eles foram questionados sobre a importância da atividade experimental no processo de ensino- aprendizagem.

Resultado e discussão

No copo A, o ovo afundou porque tem densidade maior que a água. No copo B, o ovo flutuou, pois sua densidade passou a ser menor que a da mistura de água com sal. Já no copo C, observou-se que o ovo não afundou, e também não flutuou, mas, ficou submerso no meio do volume da solução, ou seja, houve equilíbrio entre a densidade da água e o ovo. Segundo Oliveira (2010) esse tipo de atividade possibilita aos alunos uma atenção cuidadosa aos fenômenos ocorridos durante o experimento, aprimorando sua capacidade de observação, fundamental para que compreendam todas as etapas da atividade proposta e melhorem sua concentração. A explicação para essas diferenças está na quantidade de sal misturado na água, pois quanto mais se adiciona massa, maior será a densidade da solução, com isso, o objeto de observação, o ovo, manteve-se em posições diferentes. Para Atkins (2006), a propriedade que chamamos de densidade é uma razão: d= m/v, onde d= densidade, m= massa e v= volume. Em seguida os alunos fizeram uma avaliação do experimento, em um total de 20 alunos participantes, 18 afirmaram ter assimilado melhor o conteúdo e conseguiram conceituar densidade relacionando massa e volume, 16 do total, consideraram as aulas experimentais viáveis e eficientes para o ensino de química (FIGURA 2). Queiroz (2004) afirma que aprender a observar um experimento cientificamente, visualizar de forma que cada aluno descreva o que observou durante a reação, isto sim leva a um conhecimento definido.

FIGURA 1

Sistema(A, B e C) comparativo da variação de densidade

FIGURA 2

Demonstrativo de aceitação do experimento

Conclusões

O presente estudo possibilitou a aplicabilidade conceitual de densidade através do experimento realizado com materiais alternativos, associou teoria e prática, de forma simples e descomplicada. Os alunos apresentaram maior segurança para discutir questões referentes ao conteúdo abordado, mostraram-se interessados e curiosos. Reitera-se a viabilidade e eficácia no uso de experimentos com materiais alternativos disponíveis no dia a dia, pois torna o ensino de química palpável, prazeroso e próximo da realidade do aluno.

Agradecimentos

Referências


ATKINS, P. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 3ªed- Porto Alegre: Bookmam, 2006.
OLIVEIRA, E.S; DIAS, M.E.S; NEVES, P.A; MORAIS, S.S.S; BRITO, D.C. A utilização de métodos experimentais alternativos de centrifugação no Ensino de Química em Macapá-AP. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2016/trabalhos/6/10188-23363.html. Acesso em 05 de Agosto de 2017.
OLIVEIRA, J. R. Silva. Contribuições e abordagens das atividades experimentais no ensino de ciências: reunindo elementos para a prática docente. Acta Scientiae, v.12, n.1, jan./jun. 2010.
QUEIROZ, S. L. Do fazer ao compreender ciências: reflexões sobre o aprendizado de alunos de iniciação científica em química. Ciência & Educação, Bauru, v. 10, n. 1, 2004.
ROSSI, A.V.; MASSAROTTO, A.M.; GARCIA, F.B.T.; ANSELMO, G.R.T.; DE MARCO, I.L.G.; CURRALERO, I.C.B.; TERRA, J.; ZANINI, S.M.C. Reflexões sobre o que se ensina e o que se aprende sobre densidade a partir da escolarização. Química Nova na Escola, n. 30, p. 55-60, 2008.
RUSSEL, J. b. Química Geral. 2ªed- São Paulo: Pearson Makron Books, 1994, volume1.


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