A temática Polímeros para turmas de Ensino Médio mediada por experimentos no contexto ambiental: Execução e avaliação de oficina didática no II ENFLIC

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Barbalho Ribeiro de Freitas, A. (IFRJ) ; Salles Macena da Cruz, B. (IFRJ)

Resumo

O presente trabalho relata uma oficina didática experimental desenvolvida no II Encontro Fluminense de Licenciaturas em Ciências da Natureza e Matemática (ENFLIC) que aconteceu no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ) campus Nilópolis em fevereiro de 2017. A necessidade de instrumentalizar e capacitar estudantes da Licenciatura em Química á trabalhar com estratégia metodológica acerca da temática Polímeros fundamentada no contexto ambiental para sua utilização em aulas de química do ensino médio foi o mote de partida para a criação da oficina. Como resultados observou-se nos cursistas da oficina, um progresso a cerca do conhecimento dos polímeros além da apreensão da proposta metodológica do tema para mediar em suas futuras aulas.

Palavras chaves

OFICINA EXPERIMENTAL; ESTRATEGIA DE ENSINO; ENSINO DE POLÍMEROS

Introdução

Formas diferenciadas de mediação dos conteúdos em aulas, onde se consiga conceber alunos entusiastas e atentos são sempre desejadas por professores sabedores que a aula oral expositiva pode ser algo maçante, e recentes trabalhos apontarem para a importância de métodos de um ensino-aprendizagem mais ativo (Freeman et al, 2014). Levando em consideração os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Química que entre outros objetivos, aponta como essencial a vinculação efetiva entre o conhecimento científico e o meio, explicando causas e consequências dos fenômenos químicos do mundo real/cotidiano (Brasil, 2006). Novos caminhos com abordagens profícuas podem ser pautados no cotidiano e na aproximação entre a teoria cientifica e a experimentação. Trabalhos mais recentes apontarem para a importância de métodos de ensino-aprendizagem com uma ligação direta na realidade do aluno (Freeman et al., 2014). A oficina foi pensada como forma de capacitar os licenciandos em relação à temática Polímeros, que embora exista em todos os setores da vida do cidadão moderno que vive cidades, tal tema não é frequentemente apresentado em salas de aula e quando o é, vem impregnado de erros conceituais (Sa et al, 2015). O conteúdo de polímero, em geral é abordado no terceiro ano do ensino médio, e costuma ser mediado pelo professor em aulas baseadas em livros didáticos do ensino médio que trazem, entretanto erros conceituais a respeito do tema. Somando-se a esse problema, aulas desenvolvidas mediante base puramente teórica e distante da vivência do aluno contribuem para dificuldade do entendimento. Para Machado (2005) contextualizar significa uma referência mais profunda textual que gera estratégia fundamental para a construção de significados.

Material e métodos

Com o propósito de propiciar aos licenciandos uma metodologia para a abordagem do tema polímeros em sala de aulas do ensino médio, a oficina foi realizada por mim, professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ) campus Nilópolis juntamente com uma orientada, aluna de graduação da licenciatura em química da mesma instituição. A oficina didática experimental foi desenvolvida no II Encontro Fluminense de Licenciaturas em Ciências da Natureza e Matemática (ENFLIC) que aconteceu em fevereiro de 2017 no IFRJ (campus Nilópolis). A oficina de 2h30min, realizada em ambiente laboratorial com 8 estudantes inscritos, constou de conteúdo teórico e experimental e foi desenvolvida em dois momentos, sendo conduzida de modo que os cursistas pudessem avaliar as potencialidades do recurso pedagógico discutido. Para tanto, a oficina foi dividida em dois momentos: em um primeiro momento foi realizada uma contextualização com uma explicação introdutória relativa à teoria dos Polímeros e seu impacto ambiental pela reciclagem, reutilização e redução, e a forma metodológica como este tema pode ser conduzido e inserido em aulas para o ensino médio além de se descrever as contribuições do mesmo para o crescimento de competências e habilidades para uma formação mais cidadã; em um segundo momento foi desenvolvido três experimentos em polímeros contextualizados no campo ambiental, pertinentes ao contexto escolar. O conteúdo teórico e experimental desenvolvido especificamente foi: 1) Teoria: Polímeros: conceito, classificação quanto a fusibilidade, os 3 R’s e o descarte. 2) Experimental: fusibilidade (experimento 1); diferença entre polímero virgem e polímero reciclado (experimento 2); reconhecimento dos polímeros mais utilizados (experimento 3). Após houve um ambiente de discussão e reflexão dos cursistas a respeito dos experimentos e suas adequações e utilização ao contexto escolar. Foi aplicado um questionário antes do inicio da oficina e após a finalização. Este envolveu perguntas sobre a temática e especificamente sobre os conteúdos desenvolvidos durante os experimentos.

Resultado e discussão

De acordo com o trabalho desenvolvido sobre a metodologia didática e aplicação do experimental para construção dos processos para mediar ensino, além das respostas geradas nos questionários preenchidos pelos alunos, percebeu-se que eles não conheciam sobre o assunto e apresentaram melhoras ao final da oficina. Também se constatou que os cursistas gostaram, pois estes puderam constatar que se pode trabalhar na prática os conteúdos abordados na teoria e a aula experimental pode ser um facilitador do processo de ensino- aprendizagem. Pode-se constatar que os cursistas finalizaram a oficina entendendo e gostando dos conteúdos trabalhados. Isso se fez evidente quando ao se solicitar aos cursistas que escrevessem sugestões e impressões a respeito da oficina realizada estes teceram somente elogios. Os cursistas expressaram agradecimento pela oportunidade de vivenciar na prática a metodologia que se vê muito na teoria. Afinal, conhecer a teoria que se media teoricamente enquanto professor não é sinônimo de saber fazê-lo na prática (Pórlan e Ribeiro 1998). Algumas falas dos participantes foram: “adorei a oficina, pois pude ver na pratica o que tinha visto apenas na teoria” “ com esta oficina pude aprender muito e abrir meu entendimento sobre o assunto” “as oficinas são importantes e abordam os assuntos que não são falados nas aulas normais” Com essas colocações, pode-se entender que as aulas ainda ocorrem pelo método tradicional, com um processo de ensino aprendizagem onde o aluno é o receptor e o professor é o emissor do conhecimento, com contexto de memorização mecânica dos conteúdos abordados (Freire, 1987). Em contramão, a oficina realizada inseriu nos cursistas o ato de se pronunciar e tentar buscar comprovações por si mesmas (Ramos, 2005).

Conclusões

A partir do desenvolvimento da oficina verificou-se sua relevância, onde se percebeu que os cursistas não compreendiam verdadeiramente a teoria a cerca dos polímeros. A atividade em questão contribuiu para uma apreensão dos conteúdos teóricos, práticas educativas, alem da comprovação da necessidade e importância do professor enquanto sujeito que avalia e critica os processos metodológicos de forma a escolher os mais adequados ao contexto.

Agradecimentos

Ao IFRJ pelo fomento.

Referências

AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo, 1996
BRASIL. Ministério da Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias, v. 2. Brasília, 2006.
FREEMAN, Scott; EDDY, Sarah L.; MCDONOUGH, Miles; SMITH, Michelle K.; OKOROAFOR, Nnadozie; JORDT, Hannah; WENDEROTH, Mary Pat. Active learning increases student performance in science, engineering, and mathematics. Proceedings of the National Academy of Science, v. 111, n.23, p. 8410–8415, 2014.
FREIRE, P. Nogueira, A. Que fazer: teoria e prática em educação popular, 5 ed. Petrópolis Vozes, 1993.
MACHADO, N. J. Interdisciplinaridade e contextuação. In: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): fundamentação teórico-metodológica. Brasília: MEC; INEP, 2005. p. 41-53.
Sa, V.A. (IFPE) ; Silva, A.L. (IFPE) ; Araújo, D.K.R. (IFPE) ; Nascimento, A.M.S. (IFPE). Polímero: Análise da abordagem do tema no ensino médio em escola publica. 550 Congresso Brasileiro de Química, 02-06 Nov. 2015, Goiânia. ISBN 978-85-85905-15-6. Disponível em: Acesso em: 28 jul. 2017.
SAVIANI, O. Pedagógia histórico-crítica: primeiras aproximações. 7. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
PORLÁN, R.; RIVERO, A. El conocimento de los professores. Sevilla: Díada, 1998.
RAMOS, M. G.et al. A formação inicial de professores de Química na PUCRS: In. Estudo de caso. In IV encontro Ibero –americano de Coletivos escolares e rede de professores que fazem investigação na Escola, Lageado, RS, 2005.

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