CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DE QUÍMICA ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DA ANTOCIANINA COMO INDICADOR ÁCIDO-BASE

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Júnior, D.B.R. (IFTO: CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Queiroz, E.M.G. (IFTO: CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M. (IFTO: CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)

Resumo

A atividade experimental buscou relacionar os conceitos de pH ao cotidiano do aluno, e assim despertar seu interesse em compreender significativamente este conteúdo da Química. Os procedimentos experimentais foram elaborados pelos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Química do IFTO Campus Paraíso do Tocantins no Colégio Estadual Trajano de Almeida localizado no Município de Caseara-TO, com 20 alunos do 3° ano do Ensino Médio. A utilização da antocianina extraída do caldo de feijão-preto como indicador natural no ensino sobre o pH propiciou os alunos a reflexão sobre a relação entre a grandeza pH e os conceitos de acidez e basicidade. A contextualização e interdisciplinaridade no ensino de Química estimula o potencialmente significativo do estudante.

Palavras chaves

Ácido base; antocianina; ensino de química

Introdução

Química deve ser contextualizada com aspectos sociais relacionando conceitos químicos estimulados através de atividades práticas significativas presentes no cotidiano dos alunos permitindo o conhecimento que o cerca e que favoreça o processo ensino-aprendizagem (NARDI, 2009; SALVADEGO E LABURÚ, 2011). Ensino de Química experimental de maneira contextualizada propicia o aluno a utilizar o trabalho nas aulas experimentais em situações reais do seu cotidiano (FERREIRA, HARTWIG E OLIVEIRA, 2010). A experimentação desperta o interesse dos alunos, auxilia a enfocar a atenção no comportamento e propriedades de substâncias químicas e auxiliam no processo de aquisição de conhecimento científico do estudante de Química (PENAFORTE e SANTOS, 2014). Os indicadores são substâncias capazes de mudar de cor dependendo das características físico-químicas da solução na qual estão contidas. Plantas, flores e frutas que possuem substâncias coloridas que mudam de cor conforme o pH constituem um potencial recurso didático para ser usado no ensino de química (FELTRE,1990; CAVALHEIRO, COUTO, RAMOS, 1998). O potencial hidrogeniônico (pH) é um dos assuntos abordados no Ensino Médio que, salvo raras exceções, é relacionado com outras áreas do conhecimento e com a própria vivência do aprendiz.( ANTUNES et al, 2009). Na maioria das vezes, como a sua aplicação e importância não são contextualizadas, os alunos acabam por considerar o conteúdo sem sentido, já que não conseguem estabelecer relações entre ele e o seu cotidiano. Nesse sentido, o intuito desta pesquisa foi realizar uma atividade experimental buscando relacionar os conceitos de pH ao cotidiano do aluno, e assim despertar seu interesse em compreender significativamente este conteúdo da Química.

Material e métodos

O experimento foi desenvolvido e aplicado durante a execução do projeto Estreitando laços entre teoria e prática na formação de professores aplicado pelos acadêmicos do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Tocantins IFTO Campus Paraíso do Tocantins. A ação foi realizada no Colégio Estadual Trajano de Almeida localizado no Município de Caseara-TO, com 20 alunos do 3° ano do Ensino Médio do turno vespertino no mês de junho de 2017 durante total de quatro aulas de 50 minutos cada. No primeiro momento os alunos assistiram uma aula expositiva e vídeos sobre situações do cotidiano sobre ácidos e bases. No segundo momento feito pelos alunos uma atividade experimental utilizados a antocianina extraída do caldo do feijão-preto através da cocção de 100 gramas de feijão em 300 mL de água em forno micro-ondas por 4 minutos . As amostras foram obtidas e organizadas de acordo com a escala de pH de 0 a 14, do mais ácido ao mais básico. As soluções foram adquiridas no comércio local em casas de ferragens ácido clorídrico ácido muriático e em supermercados e farmácias ácido acético, a água, acetona, álcool etílico 98%, glicerina, limpa forno. Em seguida foram adicionados 5 mL do caldo de feijão-preto, através de seringa, para a observação das mudanças de coloração e formação de um espectro de cores em função do pH. Após o experimento, os alunos foram submetidos novamente a um questionário com perguntas referentes ao conteúdo e ao experimento proposto com a finalidade de extrair o quanto foi aprendido, bem como a opinião dos alunos.

Resultado e discussão

O uso do extrato obtido foi adequado para diferenciar soluções ácidas ou alcalinas por diferentes substâncias utilizadas no cotidiano possibilitando seu entendimento sobre o assunto de forma contextualizada e interdisciplinar, demonstrada através do experimento que melhor exemplificou o que ocorre na realidade. Quando questionados sobre se já tinha estudado o conteúdo sobre pH? Todos afirmaram terem estudado sobre esse conteúdo. Já fizeram pratica ou experimento sobre o assunto? Disseram que não foi feito nenhum experimento ou prática sobre esse conteúdo. Quais os conceitos aprendidos com esse experimento na sua vida cotidiana? Afirmaram que o pH esta associado as coisas que comemos e usamos e que através dele podemos ter uma melhor qualidade de vida. Quais vantagens da utilização de indicadores naturais? Responderam facilidade de aquisição, baixo custo, não toxicidade. O experimento facilitou a compreensão do conteúdo.? Afirmaram que sim. Ferreira, Hartwig e Oliveira (2010) afirmam que os experimentos auxiliam os alunos na compreensão da natureza e na busca por soluções de situações/problemas reais. Foi perguntado também a opinião dos alunos quanto a contribuição da experimentação para o aprendizado, onde foi observado que 100% dos alunos disseram que o experimento contribui para o melhor entendimento do conteúdo. Os experimentos realizados pelos alunos comprovam que o Ensino de Química de forma contextualizada e interdisciplinar é essencial para se alcançar êxito no processo de construção do conhecimento científico. O aluno foi o protagonista do seu conhecimento, onde o objeto de estudo foi trabalhado, refletido e reelaborado pelos alunos evidenciando que não há mais espaço para um ensino de Química memorialístico sem nenhum significado para os alunos.

Experimento realizado em sala de aula

Figura 01. Utilização do indicador antocianina extraída do feijão-preto em sala de aula pelos alunos

Conclusões

A não utilização de recursos didáticos que promovam maior interação entre professor- aluno e que despertem o interesse do aluno em estudar a disciplina são os problemas comuns relatados pelos alunos. Desse modo, A utilizarão do extrato de feijão-preto como indicador natural no ensino sobre o pH propiciou os alunos a reflexão sobre a relação entre a grandeza pH e os conceitos de acidez e basicidade. A contextualização e interdisciplinaridade no ensino de Química estimula o potencialmente significativo do estudante.

Agradecimentos

A DEUS, AO IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS

Referências

ANTUNES, M.; ADAMATTI, D. S.; PACHECO, M. A. R.; GIOVANELA, M. pH do Solo: Determinação com Indicadores Ácido-Base no Ensino Médio. [b]Revista Química Nova na Escola[/b], v. 31, n. 4, p. 283-287, nov., 2009.

CAVALHEIRO, E.T.G.; COUTO, A. B. e RAMOS, L.A. Aplicação de pigmentos de flores no ensino de Química. Química Nova, v. 21, p. 221-227, 1998.

FELTRE, R.. Quimica. 3ª ed. São Paulo (SP): Moderna, 1990. v. 3.

FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R. e OLIVEIRA, R. C. Ensino experimental de química: uma abordagem investigativa contextualizada. [b]Revista Química Nova na Escola[/b], v. 32, n. 2, p. 101-106, mai., 2010.

NARDI, R. [b]Questões atuais no Ensino de Ciências[/b]. 2. ed., São Paulo: Escrituras Editora, 2009.

PENAFORTE, G. S.; SANTOS, V. S. O Ensino de Química por meio de atividades experimentais: aplicação de um novo indicador natural de pH como alternativa no processo de construção do conhecimento no ensino de ácidos e bases. [b]Revista EDUCAmazônia[/b], v. 13, n. 2, p. 8-21, 2014.

SALVADEGO, W. N.; C. LABURÚ, C. E. Uma análise das relações do saber profissional do professor do ensino médio com a atividade experimental no ensino de química. Química Nova na Escola. v.31, n.3, p. 216-223, 2011

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