CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA SEMENTE DO AÇAÍ (euterpe oleracea)

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Alimentos

Autores

Silva, S.B. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Freitas, J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, L.H.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santos, R.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Trindade, L.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Gonçalves, M.A.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Martins, L.H.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, N.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, D.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

O Pará é o principal responsável pela produção nacional de açaí, fruto do qual é extraído um suco de alto teor energético e nutricional. No entanto, cerca de 80% do total de açaí processado transforma-se em resíduo, sendo descartado incorretamente. Portanto, existe uma demanda para o desenvolvimento tecnológicos visando o seu aproveitamento, diante disso o presente trabalho objetivou determinar os parâmetros físico-químicos do fruto. Os resultados obtidos da média e desvio padrão foram respectivamente umidade 33,54±0,13, cinzas 0,92±0,76, acidez 5,38±0,24, o percentual lipídeos e proteínas, respectivamente de 0,39±0,16 e 3,86±0,58,, mostrando que a semente do açaí pode ser viável para a produção de diversos produtos.

Palavras chaves

Amazônia; REAPROVEITAMENTO; SEMENTE DE AÇAÍ

Introdução

O fruto açaí (Euterpe Oleracea) é típico e popular nas regiões Amazônicas, que ultimamente vem ganhando grande importância devido aos benefícios a saúde que o fruto pode proporcionar, que estão associados à sua composição fitoquímica e a sua capacidade antioxidante. O principal produtor do fruto é o Brasil, assim como consumidor e exportador do açaí. As regiões onde o fruto possui maior comercialização e consumo pela população local são os estados do Pará, Maranhão, Amapá, Acre e Rondônia (MENEZES, TORRES & SRUR, 2008; HOMMA e FRAZÃO, 2002). A semente única do açaí representa 87% do fruto e possui composição bromatológica compatível com uma fonte de fibra: celulose (53,20%), hemicelulose (12,26%) e lignina (2,30%) (RODRIGUES et al., 2006). Na exploração do açaí, o estado do Pará é o carro-chefe, em 2016, o Pará colheu cerca de 98,3% da produção nacional, que somou mais de 1,1 milhão de toneladas, os municípios paraenses de Cametá, Limoeiro do Ajuru, Abaetetuba, Bujaru, Portel e Igarapé-Mirim foram os maiores produtores, totalizando 62,7% do total no estado (IBGE, 2016) De acordo com as informações da Associação de moradores e produtores de açaí de Cametá, o município é uma das maiores exportadoras do fruto de forma in natura, o que gera emprego e renda para a população sendo necessário discutir a industrialização e o melhor aproveitamento do produto, somente em Cametá, a Associação comercializou cerca de 600 mil toneladas de açaí existem de três a seis mil famílias que sobrevivem da produção do produto (FAPESPA, 2016). Diante disso, o presente trabalho objetivou analisar as características físico-químicas das sementes de Euterpe oleracea.

Material e métodos

A amostra utilizada para caracterização físico-química, foi a semente de açaí da espécie euterpe oleracea provenientes de um ponto de comercialização do açaí no município de Cametá-PA. Na etapa de recepção, a matéria prima foi selecionada em seguida realizou-se o processo de lavagem para a retirada das sujidades mais grosseiras, após esta etapa, procedeu-se com a remoção dos fiapos que restaram na semente, para facilitar a diminuição de tamanho manual, realizou-se a moagem mecânica utilizando liquidificador doméstico (ARNO) e por fim, a matéria-prima foi direcionada a estufa de circulação de ar (MARCA, MODELO) a uma temperatura acima de 150 °C durante 12 horas. As caracterizações físico-químicas foram realizadas de acordo com a metodologia proposta pelo Instituto Adolfo Lutz (2008). As análises realizadas na amostra foram: umidade, acidez, cinzas, lipídeos e proteínas sendo que as três primeiras determinações foram feitas em triplicata, o percentual de carboidrato foi determinado pela diferença das médias das¬¬ amostras e subtraídos de cem.

Resultado e discussão

O resultado apresentado na tabela 1 apresenta o teor de umidade da semente do açaí foi de 33,54±0,13 favorecendo maior estabilidade e perdas mínimas de qualidade da semente do açaí triturada, Gomes et al. (2009) percebeu que o caroço do açaí adicionado em rações de animais ruminantes, favorece a estabilidade da proporção de alimento ingerido que é realmente digerido e absorvido de todos os componentes, analisados no estudo. A mesma pode ser sugerida para as sementes de açaí, visto que, na composição centesimal da semente do Jussara encontrada por Paes e Chaimsohn (2014) em que o teor de proteínas foi de 5,46 % próximo do valor encontrado neste estudo. Os resultados dos lipídeos não foram significantes, semelhante ao resultado de Paes e Chaimsohn (2014) de 0,43%, a extração do óleo da semente do açaí para enriquecer biscoitos não é indicada, entretanto pode-se analisar a aplicação em rações de ruminantes e matéria prima para produzir etanol de 2ª geração.

tabela 1: resultado da caracterização físico-química

*lipídeos e proteínas em base úmida

Conclusões

Neste trabalho determinaram-se as caracterizações físico-químicas do caroço de açaí, as análises realizadas apresentaram-se promissoras quanto a sua utilização para a produção dos derivados da celulose, como, por exemplo, ração animal, no entanto, são necessários estudos complementares para a otimização da produção do resíduo, de forma a contribuir para a cadeia produtiva e valorização da matéria prima.

Agradecimentos

A Universidade do Estado do Pará

Referências

FUNDAÇÃO AMAZÔNIA PARAENSE DE AMPARO A PESQUISA. Cadeia produtiva do açaí em Cametá. 2016. < http://web.fapespa.pa.gov.br/equilibrium/noticia/1308 >. Acesso em 20 de jul. 2018.

GOMES, D. I.; VÉRAS, R. M. L.; ALVES, K. S.; DETMANN, E.; RIBEIRO, V. C. A. S.; OLIVEIRA, L. R. S.; BARBOSA, C. V. Avaliação do caroço de açaí sobre a digestibilidade de ovinos recebendo dietas com diferentes niveis de substituição do feno coastcros. ZOOTEC – 2009. FZEA/USP – ABZ. Àguas de Lindóia- SP, 2009.

HOMMA, A. K. O.; FRAZÃO, D. A. C. O despertar da fruticultura amazônica. Fruticultura em Revista. Novembro, p. 27-31, 2002.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v. 1: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. Sao Paulo: IMESP, 1985.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍTICA. Safra de açaí foi de 1,1 milhão de toneladas em 2016. 2016. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/16821-safra-de-acai-foi-de-1-1-milhao-de-toneladas-em-2016.html>. Acesso em 20 de jul. 2018.

MENEZES, E. M. S.; TORRES, A. T.; SRUR, A. U. S. Valor nutricional da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart.) liofilizada. Acta Amazônica, v.38, n.2, p. 311-316, 2008.

PAES, A. S.; CHAIMSOHN, F. P. Caracterização da semente, determinação da capacidade antioxidante e antocianinas da polpa do fruto da Palmeira Juçara (Euterpe edulis Martius). In: 12° CONEX. Anais... v. 12, 2014.

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