Avaliação da atividade antimicrobiana do óleo essencial da Plantaginaceae Dizygostemon sp. frente a Escherichia coli e Staphylococcus aureus

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Dias, G.P. (IFMA) ; Brandão, C.M. (IFMA) ; Teles, R.M. (IFMA) ; Junior, A.R.C. (UNIVERSIDADE CEUMA) ; Silva, L.C.N. (UNIVERSIDADE CEUMA) ; Cavalcante, K.S.B. (IFMA)

Resumo

Este trabalho apresenta os primeiros estudos da atividade antimicrobiana do óleo essencial da Plantaginaceae Dizygostemon sp. frente às bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Foi utilizado o Teste de Suscetibilidade aos Antimicrobianos (TSA) para avaliar a sensibilidade dos micro-organismos ao óleo essencial e estimar a sua Concentração Inibitória Mínima (CIM). Os resultados da CIM para o óleo essencial, para E. coli e S. aureus foi de 1,34 mg/mL para amabas. Foi possível verificar que, a CIM do óleo foi satisfatória para os micro-organismos estudados; confirmando, portanto, a sua atividade antimicrobiana.

Palavras chaves

Dizygostemon sp.; Microdiluição; Óleo essencial

Introdução

Compostos naturais, de origem animal, vegetal ou microbiológica, têm sido utilizados para eliminar ou inibir o crescimento de microrganismos, inclusive patogênicos (Juneja et al., 2012). Tais agentes antimicrobianos estão naturalmente presentes nos tecidos de animais e vegetais, ou provavelmente foram evoluídos como parte dos mecanismos de defesa dos hospedeiros contra a invasão microbiológica (Calo et al., 2015). Devido aos frequentes relatos sobre as atividades antimicrobianas (Brenes & Roura, 2010; Calo et al., 2015) e os potenciais antioxidantes (Asdadia et al., 2015) de fitoquímicos, como os óleos essenciais (OEs) de plantas aromáticas, surgiram investigações quanto às suas eficácias na área de segurança alimentar (Ribeiro-Santos, Andrade & Sanches-Silva, 2017), além das aplicações comuns na área farmacêutica (Chaves et al., 2008) entre outras áreas. A atividade antimicrobiana de óleos essenciais em bactérias, incluindo as patogênicas, é atribuída principalmente a presença de compostos fenólicos, como carvacrol e timol (Xu et al., 2008) e os terpenos, timol e carvacrol (Cristani et al, 2007). Atualmente, alguns desses constituintes são reconhecidos como aditivos seguros e já são amplamente utilizados como conservantes de alimentos (Lv et al., 2011). Portanto, esta pesquisa teve o objetivo de apresentar os primeiros resultados da atividade antimicrobiana do óleo essencial de Dizygostemon sp. frente às bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM).

Material e métodos

As folhas da Dizygostemon sp. coletada às margens do rio Preto no município de São Benedito do Rio Preto foram submetidas a secagem por liofilização durante 48 horas. O óleo essencial das folhas foi extraído por hidrodestilação em aparato do tipo Clevenger (Estevam et al., 2018) durante três horas. Foram adicionados 90 g da biomassa seca e triturada em 1,2 L de água destilada. O óleo coletado foi seco com sulfato de sódio e acondicionado em ampola, sob refrigeração. O Teste de Suscetibilidade aos Antimicrobianos (TSA) foi usado para estimar a Concentração Inibitória Mínima (CIM, em mg/mL) de OE que inibe o crescimento das bactérias Escherichia coli (ATCC 042) e Staphylococcus aureus (ATCC 6538)(OSTROSKY et al., 2008) . O método de diluição é uma técnica que envolve pequenos volumes de caldo em placas de microdiluição de 96 poços redondos estéreis. Os poços da placa de microdiluição foram ordenados em colunas (de 1 a 12) e linhas (de A a H). As colunas 1 e 12 foram utilizadas, respectivamente, para controle negativo (somente o meio de cultura) e positivo (somente o inóculo). Foram adicionados: 100 µL de caldo Mueller Hinton a todos os poços; 50 µL do óleo e do mesmo caldo à segunda coluna e 10 µL da suspensão bacterina, previamente inoculada, da 2ª a 12ª coluna. Em seguida, foi realizada a diluição seriada com 100 µL do caldo da 2ª a 11ª coluna partindo da maior (86 mg/mL) para a menor concentração (0,16 mg/mL). Após o período de incubação, a placa foi submetida ao método colorimétrico para ser feita a leitura visual dos resultados (ANVISA, 2008; MOTA et al., 2018).

Resultado e discussão

Para a família Plantaginaceae, em especial para o gênero Stemodia, encontram- se na literatura trabalhos que mostram estreita relação entre a presença desses metabólitos secundários que apresentam atividades antibacteriana, antioxidante, inseticida e larvicida (SILVA et al., 2014a; RODRIGUES et al., 2010; SILVA et al., 2008; SILVA et al., 2002). Entretanto, não foram encontrados trabalhos que discutam essas ações para o gênero Dizygostemon, sendo assim, promissores os estudos a serem desenvolvidos com esta espécie. Os resultados do TSA que avaliaram o padrão de suscetibilidade de resposta dos microrganismos S. aureus (Figura 1a) e E. coli (Figura 1b) demonstaram, que com o aumento da concentração do óleo, há um escurecimento na tonalidade da microplaca, confirmando a inibição do crescimento das bactérias (ARAÚJO; LONGO, 2016). As Concentrações Inibitórias Mínimas do óleo essencial de Dizygostemon sp. foram de 1,34 mg/mL tanto para Escherichia coli quanto para Staphylococcus aureus. Segundo a literatura, os óleos essenciais que possuem a sua CIM inferior a 100 mg/mL têm atividade antimicrobiana efetiva (FREIRE et al., 2014). Assim, o óleo essencial torna-se efetivo para diversas aplicações.

Placas de microdiluição do OE com S. aureus (a) e E coli (b)

Sthaphylococcus aureus(a) e Escherichia coli (b)

Conclusões

Diante disso, foi observado que o óleo essencial da Dizygostemon sp. apresenta uma Concentração Inibitória Mínima satisfatória frente às bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus, e, portanto, confere propriedades químicas que inibem o crescimento bacteriano.

Agradecimentos

Ao IFMA, CEUMA e FAPEMA.

Referências

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