Estudo comparativo da eficiência do uso álcool 70 na redução microbiana de superfície não crítica.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Silva, J.S. (FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA) ; Mayrink, M.I.C.B. (FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA) ; Lisardo, A.M. (FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA) ; Nascimento, F.N.C. (FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA) ; Carmo, M.C. (FACULDADE DINÂMICA DO VALE DO PIRANGA)

Resumo

Uma das grandes preocupações dos profissionais de saúde referente a infecção hospitalar, tem sido na escolha de produtos químicos.De acordo com a ANVISA, o álcool 70% (p/v) está entre os antissépticos recomendado para ações preventivas, sendo muito utilizado em medidas profiláticas. O presente estudo analisou in lócus a eficácia do álcool 70 também utilizado em comumente no CTI em superfície não críticas de um Hospital Filantrópico do interior de Minas Gerais como sanitizante,e consequentemente sua relevância quanto a prevenção de doenças infectocontagiosas. Os resultados comprovaram a eficácia do álcool 70, uma vez que constatou redução satisfatória da carga microbiana dos artefatos analisados, e ainda corroborando para importância desse nas ações preventivas.

Palavras chaves

Álcool 70%(p/v); Infecção Hospitalar; CTI

Introdução

Uma das grandes preocupações dos profissionais de saúde referente a infecção hospitalar, tem sido na escolha de produtos químicos. As infecções cruzadas, relacionadas à área da saúde, constituem um problema de saúde pública, ocasionando um aumento na mortalidade, sendo que a adoção de medidas básicas de prevenção e redução da incidência de infecções são de grande eficácia na prevenção e na interrupção de surtos infecciosos. (SANTOS et al.2002). De acordo com a ANVISA, o álcool 70% (p/v) está entre os antisséptico recomendado para ações preventivas, sendo muito utilizado em medidas profilaticas, como por exemplo, na prevenção de doenças infectocontagiosas, gripe, conjuntivite e também higienização das mãos principalmente em ambientes de saúde, cuja finalidade é evitar e reduzir a disseminação de micro- organismo. Entretanto, percebe-se na prática cotidiana que por vezes, muitos indivíduos ignoram sua potente ação microbicida e consequentemente negligenciam seu uso. No Centro de Terapia Intensiva (CTI) o paciente está mais exposto ao risco de infecção, em parte devido sua condição clínica, assim como, a exposição a uma variedade de procedimentos hospitalares invasivos rotineiramente realizados.Diante disso, torna-se relevante a busca da comprovação da eficácia de sanitizantes comumente utilizados para eliminação ou redução dos micro- organismos (CORDEIRO et al.,2015). Nesse cenário, o objetivo desse estudo foi avaliar in lócus a eficiência do álcool70% quanto a capacidade de eliminação ou redução dos microrganismos, antes e após higienização de superfícies inanimadas, equipamentos e materiais biomédicos e ainda apresentar a relevância desse em nosso cotidiano, no contexto de prevenção de doenças infectocontagiosas.

Material e métodos

Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva, com abordagem quantitativa apresentando caráter experimental. Para o desenvolvimento dessa pesquisa obteve- se a aprovação do Comitê de Ética da Faculdade Dinâmica e autorização dos responsáveis legais de um Hospital Filantrópico do interior de Minas Gerais. Para coleta das amostras microbiológica realizou o teste do Swabs (ANDRADE, 2008)em dois leitos do CTI, semanalmente, no período da manhã antes e após a higienização diurna dos artigos não críticos, superfície e equipamento biomédico utilizando o sanitizante álcool 70% e compressas não estéreis. Umedeceu-se o swabs em solução salina contida em tubos de ensaios devidamente identificados, procedeu-se a coleta através de movimentos giratório, com inclinação aproximadamente de 30º. Após a coleta, todas as amostras foram transportadas em caixa de isopor. Realizou-se a semeadura das amostras em placas de petri identificadas, utilizando aproximadamente 20 ml de ágar nutriente por placa. Após a semeadura das amostras, todas as placas foram invertidas e incubadas em estufa bacteriológica por 24 e 48 hs. É importante salientar que para descartar a hipótese de contaminação do meio de cultura, foi realizado controle do branco, onde foi colocado apenas aproximadamente 20 ml do meio de cultura em uma placa de petri, seguindo o mesmo processo de incubação das amostras. Após o período de incubação, realizou-se a leitura das placas, contagem total de colônias, em seguida calculou-se a média aritmética de unidade formadora de colônias (UFC) por placa antes e após a higienização dos artigos não críticos, superfície e equipamento biomédico.Todo material utilizado no decorrer da pesquisa foi esterilizado em autoclave á 121 ºc durante 15 min. Todas as análises foram realizadas em triplicata

Resultado e discussão

A infecção hospitalar envolve uma série de fatores que podem levar ao agravo das condições clínicas de pacientes, bem como a insegurança dos profissionais de saúde e do ambiente (SILVA, et al., 2011). No total de dez leitos foram colhidas 264 amostras antes e após a higienização diurna, onde 46% das amostras refere-se a artigos não críticos, 34% das amostras concerne a superfícies e 20% das amostras a equipamento biomédicos. Conforme a figura 1, a assepsia empregando álcool 70 foi eficiente quanto a diminuição da carga microbiana mediante os artefatos analisados, mesmo aquele com alto crescimento microbiano antes da higienização, nesse aspecto o termômetro, seguido do respirador mecânico. Esses achados podem estar relacionados com longa permanência de pacientes, inclusive portadores de MO multirresistente, presença de gotículas expelidas por eles, até mesmo durante procedimentos invasivos. Em contrapartida, mesa de cabeceira, torneira e estetoscópio apresentaram carga reduzida, podendo ser associado a higienização das mãos dos profissionais eficaz. Perceber-se que os artefatos analisados são possíveis reservatórios de micro- organismos, logo, pode-se ser considerado importantes veículos de transmissão e disseminação de agentes infecciosos no CTI. No entanto, após higienização com álcool 70, denotou-se decaimento microbiano significativo, comprovando sua ação microbicida, ressaltando ser uma ferramenta fundamental no controle de infecção hospitalar como também na prevenção de doenças infectocontagiosas. Graziano et.al,em 2013, analisaram a eficácia álcool 70% utilizado em superfícies contaminadas sem limpeza prévia, sendo seus resultados equivalentes a estes, indo ao encontro dos resultados do presente estudo.

Figura 1 – Resultado da Média dos artefatos analisados

Resultado da Média dos artefatos analisados referente a dez leitos antes e após desinfecção com Álcool 70% após 48hs do período de incubação.

Conclusões

As infecções hospitalares são evitadas por intermédio de medidas de controle e prevenção. Medidas eficazes e simples, como o processamento adequado de superfícies e artigos médicos. Apesar do álcool 70% ser classificado como desinfetante de nível intermediário os resultados do presente estudo nas condições analisadas comprovaram a eficácia do sanitizante álcool 70% (p/v), uma vez que este demonstrou redução relevante da carga microbiana, e consequentemente sua relevância quanto à prevenção de doenças infectocontagiosas. Este estudo foi desenvolvido no âmbito de Bolsa PIBIC na FADIP Ponte Nova

Agradecimentos

Os autores agradecem a Deus pela força. Família por toda compreensão. O Hospital Filantrópico e a Faculdade Dinâmica do Vale do Piranga por acreditar nesta pesquisa.

Referências

ANDRADE, NÉLIO JOSÉ. Higiene na indústria de alimentos. ed. 664.07. Viçosa/MG: São Paulo, Varela,2008. 389-412. Disponível em: https://www2.cead.ufv.br/sistemas/pvanet/files/conteudo/695/livronelio.pdf. Acessado em 18 de dezembro de 2016.

CORDEIRO, A. L; OLIVEIRA, M.M, FERNANDES, J.D.; BARROS, C.S.; CASTRO, L.M. Contaminação de equipamentos em unidade de terapia intensiva. Salvador, vol.28,(2), p.160-5,2015.

Graziano ,M. U; Graziano K. U; Pinto, F.M. G; Bruna, C. Q. M; Souza, R. Q; Lascala, C.A. Eficácia da desinfecção com álcool 70% (p/v) de superfícies contaminadas sem limpeza prévia. Rev. Latino-Am. Enfermagem,2013, 21(2), mar.-abr, 2013.

OLIVEIRA,A.C.; KOVNER,C.T.; SILVA,R.S. Infecção hospitalar em unidade de tratamento intensivo de um hospital universitário brasileiro. Rev. Latino-Am. Enfermagem.Disponívelem:http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n2/pt_14.pdf. Acesso em: 28 de Outubro de 2016.

SANTOS, A. M; VEROTTI, M. P; SANMARTIN J. A ; MESIANO, E. R. A. B; Importância do álcool no controle de infecções em serviços de saúde. ANVISA. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/controle_alcool.pdf. Acessado em: 27 de Julho de 2018.

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