Avaliação de cloro ativo de águas sanitárias comerciais.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Iniciação Científica

Autores

Paiva, C.P.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Pinheiro, N.A.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Silva, D.C.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; André, W.P.P. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Lima, M.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Almeida, J.L.I.O. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Abreu, F.O.M.S. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Ferreira, I.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

A água sanitária é uma solução aquosa de 2% a 2,5% de hipoclorito de sódio, usada para eliminação de microrganismos. Neste trabalho verificou-se 5 amostras de água sanitária quanto ao teor de cloro ativo e o poder nematicida. Aplicou-se teste estatístico t para verificar se as amostras correspondem ao padrão estabelecido pela ANVISA, bem como para constatar diferença estatística entre as marcas analisadas. Avaliou-se também a eficiência nematicida da água sanitária em função da concentração e do tempo. Os resultados mostraram que quatro amostras estão dentro dos parâmetros estabelecidos, enquanto a amostra de alvejante comercial ficou abaixo da especificação mínima. O teste nematicida mostrou que é preciso utilizar água sanitária pura por no mínimo 10 min para a sua ação total.

Palavras chaves

Água Sanitária; Alvejante; Nematoides

Introdução

O hipoclorito de sódio (NaClO) é um produto da reação do cloro com uma solução diluída de soda cáustica e só chega ao consumidor na forma de Água Sanitária, que é uma solução que deve conter de 2,0% a 2,5% de Cl em água, de acordo com as especificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Esta é utilizada para o combate de microrganismos na limpeza de banheiros e desinfecção de alimentos por possuir forte poder antimicrobiano. Com a importância do uso da água sanitária, cresce a produção clandestina que por sua vez não possuem autorização da ANVISA para comercializar e, sendo assim o teor de Cl pode estar fora dos padrões determinados. Caso se apresente abaixo dos padrões, o consumidor estará sendo lesado pelo fato do produto não satisfazer as suas necessidades, já que o seu poder antimicrobiano estará comprometido. Estando acima dos padrões o cloro pode ser liberado na forma de gás e ser absorvido pelo corpo humano, podendo causar irritações na pele e nos olhos, queimaduras, além de outros efeitos dependendo de sua concentração. Para verificar se o teor de Cl está de acordo com a resolução da ANVISA foi utilizado como método analítico a volumetria de oxirredução, fazendo determinações iodométricas. Neste trabalho, foi feita a determinação do teor de cloro e o pH da água sanitária de diferentes marcas comerciais através da volumetria redox verificando a regularidade segundo a ANVISA. A eficiência nematicida da água sanitária também foi constatada em teste biológico usando Ancylostoma spp a fim de determinar a concentração e o tempo mínimos de água sanitária para evitar a contaminação ambiental e reduzir os riscos do contato dos seres humanos com esses nematoides.

Material e métodos

Foram analisadas 4 amostras de água sanitária e uma amostra de alvejante, todas adquiridas no comercio local de fortaleza. Analisou-se o teor de cloro ativo, o pH e o poder Nematicida. Determinação de cloro ativo: Para a determinação do teor de cloro ativo por volumetria de oxirredução foi medido com uma pipeta volumétrica 5,00 mL da amostra de água sanitária e diluiu-se com água destilada para 50,00 mL, em um balão volumétrico. Em erlenmeyer de 250 mL adicionou-se 10,00 ml da solução diluída da amostra; 0,5 g de iodeto de potássio e 10 mL de ácido acético 1:4. O erlenmeyer foi coberto com o vidro de relógio e esperou-se três minutos. Titulou-se o iodo liberado com a solução padrão de Na2S2O3 0,1006 M, até chegar no ponto de viragem (coloração amarelada), adicionou-se 2 mL de amido 1% e a titulação foi continuada até a solução torna-se incolor. Determinação do pH: colocou-se cerca de 50 mL das amostras de água sanitária puras em béqueres, em seguida, foi utilizado o pHmetro para verificar se os valores de pH estavam de acordo com os padrões estabelecidos pela ANVISA. Avaliação do poder Nematicida: Para o teste de poder nematicida de uma amostra de água sanitária foi realizada a coleta de fezes de cães da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Fortaleza. Essas amostras foram acondicionadas em recipiente e enviadas para o Laboratório de Doenças Parasitarias da UECE para comprovação da infecção pelo nematóide Ancylostoma spp através do exame coproparasitológico de centrífugo flutuação simples. Para avaliação da mortalidade de larvas de Ancylostoma spp. foi realizado a incubação de 0,5 mL de solução contendo trinta larvas com 0,5 mLcontendo as concentrações de 100%, 50% e 25% de água sanitária C.

Resultado e discussão

De acordo com as especificações, o teor de cloro ativo presente nas águas sanitárias devem estar dentro limite de 2,0% a 2,5%. Todas as águas sanitárias analisadas continham a informação do teor de cloro no rótulo obedecendo à resolução. A Figura 1 mostra o resultado para o teor de cloro presente nas amostras sanitárias “A”, “B”, “C” e “D”. Observa-se que todas estão dentro do limite exigido. Apenas o alvejante “E” foi considerado insatisfatório pois além de não estar enquadrado dentro do limite estabelecido, o valor também não é equivalente estatisticamente ao valor mínimo de 2,0%. Na comparação entre os valores de cloro ativo das diferentes marcas de água sanitária, verificou-se que somente as águas sanitárias A e B possuem valores estatisticamente iguais, enquanto as demais marcas possuem valores estatisticamente diferentes. O pH medido para as amostras de água sanitária mostrou que todas se encontram dentro do valor limite estabelecido, que corresponde ao máximo 13,5 para o produto puro. A Figura 2 mostra a eficiência nematicida da água sanitária constatada em teste biológico usando larvas de nematóides ancyslostoma spp, a fim de determinar a concentração e o tempo mínimos de água sanitária para evitar o crescimento e proliferação em ambientes domésticos. Com a adição de água sanitária pura (100%), todas as larvas morrem nos primeiros 10 min (100%). Com a concentração diminuída para 50%, após 30 min observou-se a morte de 86,5% das larvas, sendo possível verificar a morte de 100% das larvas apenas após 90 minutos. Já na concentração de 25% só há morte larval parcial após 90 minutos. Sendo assim é preciso considerar o tempo de ação e a concentração da água sanitária para fazer um tratamento eficiente de de desinfecção.

Figura 1



Figura 2



Conclusões

Nesse estudo observou-se que entre as amostras avaliadas, em relação ao teor de cloro ativo encontrado no rótulo, apenas a amostra E está fora do limite estabelecido pela ANVISA. Em um ranking de qualidade, da amostra melhor para a pior, com base nos cálculos estatísticos, temos C, seguida de A e B, em seguida a amostra D com um valor estatisticamente e por fim a amostra E. Quanto ao pH, todas as amostras apresentaram-se em conformidade. O teste nematicida comprovou a necessidade de trabalhar com agua sanitária pura exposta por no mínimo 10 min para observar ação total nematicida

Agradecimentos

À UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ pelo incentivo à pesquisa.

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução n° 109, de
6 de setembro de 2016. Regulamento técnico que estabelece os requisitos
mínimos para o registro de produtos saneantes categorizados como alvejantes
à base de hipoclorito de sódio e hipoclorito de cálcio. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2016a.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução n° 75, de
23 de dezembro de 2008. Regulamento técnico para produtos saneantes
categorizados como Água Sanitária e Alvejante à base de Hipoclorito de Sódio
ou Hipoclorito de Cálcio. 2008. Disponivel em:<
http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B24760-1-0%5D.PDF>. Acesso
em 15 de jun. de 2018.

BACCAN, N.; ANDRADE, J. C.; GODINHO, O. E. S.; BARONE, J. S. Química
analítica quantitativa elementar.3ª edição. São Paulo: Edgad Blücher, 1979.

BERBARI, S. A. G.; PASCHOALINO, J. E.; SILVEIRA, N. F. A., Efeito do cloro na
água de lavagem para desinfecção de alface minimamente processada. Ciênc.
Tecnol. Aliment., Campinas, 2001.

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