Análise quantitativa de macro e micronutrientes por Espectroscopia de Absorção Atômica por Chama (EAAC) com espécie vegetal Carica Papaya

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Química Inorgânica

Autores

Barbosa Jr, A.J.C. (UEAP) ; Ferreira, T.S. (UEAP) ; Silva, S.R.C.S. (UEAP)

Resumo

O presente trabalho objetivou quantificar macro e micronutrientes presentes no vegetal da Carica Papaya pertencente à família da Caricácea, fundamentando o entendimento acerca do desenvolvimento deste vegetal, conhecido por seus valores nutricionais. A quantificação foi realizada por espectrometria de absorção atômica no laboratório da Universidade Federal do Amapá- UNIFAP. O estudo dispõe do preparo das amostras para retirada de umidade, procedência de esterilização, redução de resíduos por meio de incineração, quantificação do teor de cinzas, filtração do material e quantificação de micro e macronutrientes por meio de espectometria, obtendo resultados em termos de concentrações na faixa de 17,6 mg.L-1; 7,8mg.L-1; e 8,4 mg.L-1 para cálcio, potássio e sódio respectivamente.

Palavras chaves

Carica Papaya; caricácea; nutrientes

Introdução

O mamoeiro pertence a uma pequena família denominada Caricácea, com apenas quatro gêneros, o Carica Linn. Os membros obtidos da planta do mamoeiro são utilizados na farmacologia, medicinalmente e para vários outros fins. O látex disponível comercialmente nos frutos mostrou propriedades imunológicas (BIOCHEM; BUTTLE; BARRETT; 1984). A atividade anti-helmíntica da semente do mamoeiro vem sendo altamente atrelada à carpocaína (um alcalóide), à carpasemina (benziltioureia) e isotiocianato de benzila (KERMANSHAI et al., 2001). A presença da alcalina, de grande ação depressora ao coração, é obtida do fruto e da semente, e principalmente de sua estrutura. (KIRTIKAR; BASU1998). Suas extrações permitem ainda a produção de cerveja e vinho segundo o The Wealth Of India. O mamão contém um amplo espectro de fitoquímicos como: polissacarídeos, vitaminas, minerais, enzimas, proteínas, gorduras, óleos, etc(BRUNETON, 1999). A Amazônia é o maior ecossistema de floresta tropical, possuindo a mais alta diversidades de espécies (GENTRY, 1982). Segundo SCHULTES e FARNSWORTH (1980), a vegetação amazônica é rica em espécies biodinâmicas, porém pouco conhecidas e exploradas em suas múltiplas potencialidades. As plantas armazenam os macronutrientes com concentrações de 10 a 5.000 vezes superior à dos micronutrientes (EPSTEIN, 1975). De forma diferenciada, de acordo com as necessidades fisiológicas e adaptações a ambiente em que vivem (RADOMSKI, 1998). O âmago do trabalho encontra-se em quantificar macros e micronutrientes em 3 amostras do vegetal em questão, por meio de espectroscopia de absorção atômica por chama, para abranger a compreensão em termos de desenvolvimento e estudo da mesma.

Material e métodos

A amostra da espécie botânica, foi coletada na cidade de Macapá, Estado do Amapá. As mesmas, foram transportadas para o Laboratório de Química Analítica, na Universidade do Estado do Amapá, para pesagem de 3,0g em, uma balança analítica , feito em triplicata para maior precisão dos resultados. Após a pesagem das amostras, as mesmas, foram encaminhadas para uma Estufa Analógica para Esterilização e Secagem, permanecendo por 21h, em temperatura de 65ºC. Subsequentemente, foram encaminhadas ao dessecador onde ficaram por mais 1h e 23min. O cálculo do quantitativo de água perdida pelas amostras foram feitos de acordo com a Equação 1. P.M= M1-M2 Eq1. Onde: M1= massa antes da estufa M2= massa depois da estufa Segundo a Farmacopéia Brasileira (2006), o teor de umidade determina a quantidade de substâncias voláteis de qualquer espécie para serem eliminadas. A percentagem de perda por dessecação foi obtida pela Equação 2. P(%)= (P.M)/M X100 Eq.2 Onde: P.M= perda de água M= massa após a estufa Após observações de identificação e determinação, as amostras foram transferidas para 3 cadinhos. Em seguida, levadas para uma mufla, sobre temperatura de 505ºC, durante 1 dia, após a retirada, foram pesadas juntamente à vidraria de armazenamento. As amostra foram diluídas, após o preparo e filtração foram dispostas em um disco de giro do Espectrofotômetro de Absorção Atômica, no laboratório de Bioprospecção e Absorção Atômica da Universidade Federal do Amapá. No aparelho continham as seguintes lâmpadas: Ca; Fe; Cu; Zn; K; e Na. Procedeu- se com a análise de dados em termo de concentração.

Resultado e discussão

Na tabela 01 são apresentados os dados de pesagem das amostras, bem como resultados referentes a umidade nas amostras. A observação por meio do espectomêtro de absorção atômica, permitiu a partir do sistema de lâmpadas, identificar a concentração de seis elementos minerais nas amostras aquosas das cinzas, visto que foi realizada a média aritmética das triplicatas e relacionada concentração com elemento correspondente. Em análise aos valores da tabela 01, nota-se que o teor de umidade está acima do limite máximo de 14% estabelecido pela Farmacopéia Brasileira(2006). A devida alteração pode ter sido resultado do modo de armazenamento, quando exposto à pequenas quantidades de água. Em relação aos dados obtidos e demonstrados no gráfico 01 , verifica-se que os nutrientes em maior concentração foram cálcio (Ca), potássio (K) e sódio(Na) sobre concentrações em média de 17,6681 ± 0,8862 mg.L-1, 7,8935 ± 0,0 mg.L-1, e 8,4603 ± 2,422 mg.L-1 respectivamente. Os dados foram comparados com a literatura, podendo ser observado que o resultado estava dentro do esperado. Cruz et al. (2004) em seus estudos apresenta uma considerável concentração principalmente de Ca presente no mamoeiro, cerca de 2,4 mol.m-3 , cita ainda cerca de 4 mol.m-3 presente na folha deste vegetal. Para a leitura da concentração de zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), obteve-se respectivamente: 0,0041 ± 0,00148 mg.L-1, 2,045 ± 0,8291 mg.L-1, e 0,2513 ± 0,003542 mg.L-1, não representando uma influência tão significativa.

Tabela 01

Tabela 01: dados das amostras durante etapas do procedimento.

GRÁFICO 01

GRÁFICO 01: Análise por meio de espectroscopia de absorção atômica.

Conclusões

Mamão, conhecido como precioso produto alimentar, é fonte de vários tipos de compostos com estrutura diversa. O estudo sobre micro e macronutrientes é indispensável na compreensão do crescimento,e desenvolvimento do vegetal, seu cultivo e destino, seja para o meio alimentício ou para o meio farmacológico. Com base nos dado obtidos, nota-se que um estudo aprofundado sobre sua farmacodinâmica, cinética , por meio de ensaios clínicos, podem permitir até mesmo a sua utilidade terapêutica em doenças. Vale ressaltar, que os resultados alcançados foram satisfatórios e de acordo com o que esperávamos.

Agradecimentos

Agradecemos ao Laboratório de Bioprospecção e Absorção Atômica da Universidade Federal do Amapá, da UNIFAP , ao Professor Roberto Messias Bezerra, por seus auxílios.

Referências

BIOCHEM, J.; BUTTLE, D.J.; BARRETT, A.J . Chymopapains, Chromatographic urification and immunological characterization, 223(1), 81-88, 1984.

BRUNETON, J. Carica papaya, In: Pharmacognosy, Phytochemistry of Medicinal plants. 2nd Edn, Technique & Documentation, France, , pp. 221-223, 1999.

CRUZ, J. L; et al. Crescimento E Partição De Matéria Seca E De Carbono No Mamoeiro Em Resposta À Nutrição Nitrogenada- vol.63, n.3, 2004.

EPSTEIN, E. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. São Paulo / Rio de Janeiro, Ed. Da Universidade de São Paulo e Livros Tec. e Cient. Editora, 1975

FARMACÓPEIA BRASILEIRA. 4 ed., Atheneu, Sao Paulo ,2006

GENTRY, A. H. Patterns of neotropical plant species diversity. In:. Evolutionary biology. New York: Springer, 1982

KERMANSHAI, R; et al.Weretilnyk EA and Sorger GJ, Benzyl isothiocyanate is the chief or sle anthelmintic in papaya seed extracts, Phytochemistry, 57(3), 427-435, 2001.

RADOMSKI, M. I. Caracterização ecológica e fitoquímica de Maytenus iliciiolia Mart., em populações nativas, no município da Lapa – Paraná. 1998. 108p. Dissertação. (Mestrado em Agronomia). Universidade Federal do Paraná, Paraná, 1998.

SCHULTES, R. E; FARNSWORTH, N. R.. Ethnomedical, botanical and phytochemical aspects of natural hallucinogens. In: Bot. Mus. Leafl., Harvard Univ. , 28:123-214, 1980

THE WEALTH OF INDIA. A Dictionary Indian Raw Materials and Industrial Products: Raw Materials Series, Revised edn, Vol. 3 Ca-Ci, Publications & Information Directorate, CSIR, New Delhi, pp. 276-293, 1992.

Patrocinadores

CapesUFMA PSIU Lui Água Mineral FAPEMA CFQ CRQ 11 ASTRO 34 CAMISETA FEITA DE PET

Apoio

IFMA

Realização

ABQ