QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA UTILIZADAS NAS CANTINAS ESCOLAS DA CIDADE MIRANORTE-TO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ambiental

Autores

Lança, A.C. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS) ; Viroli, S.L.M.V. (IFTO CAMPUS PARAÍSO DO TOCANTINS)

Resumo

O presente trabalho verificou a qualidade da água das cantinas de duas Escolas publicas da Cidade de Miranorte – TO. Foram realizadas coletas mensais nas cantinas de cada escola para verificar a qualidade da água utilizada no preparo de alimentos. As análises de potencial hidrogeniônico, turbidez, condutividade elétrica, dureza seguiram os métodos analíticos da AWWA e as de coliformes totais e termotolerantes conforme procedimentos descritos pela Fundação Nacional de Saúde e comparados com a Portaria n°. 2.914 de 12 de janeiro de 2011, do Ministério da Saúde. As análises físico-químicas e microbiológicas da água das torneiras das cozinhas das escolas de Miranorte - TO apresentaram valores em conformidade com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011

Palavras chaves

Analise físico química; Cantinas escolares; Analises microbiológicas

Introdução

A água de consumo humano é o principal veículo de transmissão de patógenos capazes de causar infecções gastrointestinais, sendo vital o seu controle microbiológico (SOUSA, 2006). A água potável não deve conter microrganismos patogênicos e deve estar livre de bactérias denominadas coliformes (FUNASA, 2006). As escolas são Instituições que atender um grande público de pessoas e utilizam água de seus reservatórios na produção de alimentos (ROCHA et al., 2010). Muitas crianças têm a alimentação escolar como refeição principal durante o dia, porém diversas escolas brasileiras não possuem um programa de higienização dos reservatórios de água, seja por imprudência, seja por falta de conhecimento (SOUSA, 2006; ROCHA et al., 2010). Esses reservatórios podem permanecer por longos períodos sem nenhum tipo de tratamento. Como consequência, pode ocorrer ingestão de alimentos contaminados, já que são preparados com essa água, podendo causar algum tipo de toxinfecção alimentar (TORRES et al., 2000; CALAZANS et al., 2004). É importante a realização de um controle e monitoramento periódico da qualidade da água utilizada para abastecimento e consumo humano pois ela é capaz de veicular grande quantidade de contaminantes físico-químicos e/ou biológicos (TORRES et al., 2000). A higienização periodicamente dos reservatórios de água devem ser realizadas para que impurezas e contaminações venham comprometer a potabilidade das águas armazenadas nos reservatórios (CALAZANS et al., 2004). Este estudo teve como objetivos avaliar a qualidade físico química e microbiológica das água das torneiras em duas instituições de ensino no município de Miranorte (TO) e fornecer orientações de como proceder para evitar a contaminação da água consumida, principalmente na higienização dos seus reservatórios.

Material e métodos

Foram realizadas 04 coletas mensais em duas escolas públicas uma municipal e outra estadual na Cidade Miranorte, totalizando 24 coletas entre os meses de janeiro a junho de 2018, nas torneiras das cantinas de cada escola para verificar a qualidade da águas utilizadas no preparo de alimentos e bebidas consumidas pelos alunos. Os procedimentos adotados para coleta, transporte das amostras seguiram o Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras da Agencia Nacional de Água e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo ( CETESB, 2018). Utilizou-se de vidros com capacidade de 500 mL, adicionado de 0,02 g (ou 1,0 mL de solução a 2%) de Tiossulfato de Sódio para cada 2/3 (dois terços) do frasco . Os vidros esterilizados e as torneiras, foram previamente higienizados com álcool 70%, utilizando-se luvas. A água foi coletada da torneira principal da cozinha das instituições de ensino após a limpeza da torneira com álcool 70% e aberta em seção máxima por aproximadamente 3 minutos. Houve um tempo de escoamento de água e após a coleta as amostras foram imediatamente enviadas ao laboratório. As amostras foram acondicionadas, em uma caixa térmica, e transportadas para o Laboratório de Saneamento do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Tocantins – Campus Paraíso do Tocantins para analises das amostras. As análises de potencial hidrogeniônico (pH), turbidez, condutivida e dedureza total seguiram os métodos analíticos do Standart Methods for Examination of Water and Wastewater da AWWA (America Water Works Association) (APHA, 2005) e as de coliformes totais e termotolerantes por meio da técnica de Tubos Múltiplos, conforme procedimentos descritos pela Fundação Nacional de Saúde e comparados com a Portaria n°. 2.914 de 12 de janeiro de 2011, do Ministério da Saúde.

Resultado e discussão

A tabela 01 apresentam os valores médio das análises realizadas e valores estabelecidos pela Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011 para os parâmetros físicos químicos pH, turbidez, condutividade elétrica, dureza e microbiológicos. De acordo com os dados obtidos pelas análises físico-químicas e microbiológicas da água verifica-se que as amostras apresentaram valores para os parâmetros físico-químicos e microbiológicos em conformidade com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011. Quanto ao aspecto higiênico sanitário, as caixas d’água encontravam se em boas condições , tampadas e passavam por limpezas semestrais. As torneiras das cozinhas, se encontravam limpas e conservadas, não apresentando vazamentos. No ambiente de preparo de alimentos as torneiras eram limpas frequentemente e com álcool, os locais sempre estavam limpos, sem acúmulo de lixo e somente era permitida a entrada de pessoas com trajes limpos e com touca, para evitar a contaminação dos alimentos. Pesquisa realizada por Fernandes (2007) em 18 escolas da rede pública do município de Silva Jardim, estado do Rio de Janeiro, coletou 54 amostras de água nos abastecimentos para o consumo. Destas escolas, 72,22% apresentaram positividade para coliformes termotolerantes, conforme determinado pelo número mais provável (NMP). Ao contrário dos trabalhos por Fortuna (2006) nas escolas municipais e estaduais do Rio de Janeiro obteve resultado satisfatório quanto à condição higiênico-sanitária da água obtendo negatividade para coliformes totais e termotolerantes seguindo o NMP, estando, assim, dentro dos padrões estabelecidos pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

Tabela 1. Resultados das análises de água das Escolas de Miranorte –

Valores médio das análises realizadas e valores estabelecidos pela Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011

Conclusões

As análises da água utilizadas nas cozinhas escolares da cidade de Miranorte apresentaram valores em conformidade com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011. A qualidade da água em cantinas escolares é de suma importância, pois ela pode atuar como meio de transporte de substâncias e microrganismos patogênicos, por isso recomenda-se o contínuo monitoramento da qualidade da água, limpeza e manutenção das torneiras e caixas d’água para que a água distribuída aos escolares seja de qualidade, minimizando os riscos á saúde da ingestão de água que não atenda ao padrão de potabilidade.

Agradecimentos

Referências

APHA - AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - Standard methods for the examination of water and wastewater. 16 ed. New York, APHA, AWWA, WPCF, 2005.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção 1, 04 de janeiro de 2012, p. 43-49.

CALAZANS, G. M. T; ALMEIDA, F. R.; JÁCOME, A. T.; ESPINDULA, J. C. Análises Bacteriológicas de Águas Provenientes de Creches, Asilos e Poços Artesianos Situados Próximos ao Campus da UFPE. In: Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 2, 2004, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: UFMG, 2004.

CETESB. Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Guia Nacional de coleta e preservação de amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos. São Paulo: CETESB; Brasília: ANA, 2011. 325p. Disponível em: http://ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 . Acesso em 24 jun. 2018.

FERNANDEZ A.T, SANTOS V.C. Avaliação de parâmetros físico-químicos e microbiológicos d’água de abastecimento escolar, no município de Silva Jardim, RJ. Rev. Hig. Alimentar 2007;21(154):93-8.

FORTUNA J.L, FRANCO R.M. Enumeração de coliformes totais e termotolerantes, em água de abastecimento de cozinhas de instituições de ensino público. Rev. Hig. Alimentar 2006;20(147):38-9.

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 408 p. ISBN: 85-7346-045-8.

ROCHA, E. S; ROSICO, F. S; SILVA, F. L; LUZ, T. C. S; FORTUNA, J. L. Análise microbiológica da água de cozinhas e/ou cantinas das instituições de ensino do município de Teixeira de Freitas (BA). Revista Baiana de Saúde Pública, v.34, n.3, 2010.

SOUSA C. P. Segurança alimentar e doenças veiculadas por alimentos: utilização do grupo coliforme como um dos indicadores de qualidade de alimento. Rev. Atenção Primária à Saúde 2006;9(1)83-8.

TORRES, D. A. G. V. CHIEFFI P.P.; COSTA W. A.; KUDZIELICS E. Giardíase em creches mantidas pela prefeitura do município de São Paulo, 1982/1983. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo, v.33, p. 137- 141, 2000

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