ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO: UMA IMPORTANTE FERRAMENTA DE ENSINO A SER UTILIZADA NA VISÃO DE DISCENTES DE CIÊNCIAS NATURAIS

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Ferreira, A.S. (UEPA) ; Modesto, V.D.S. (UEPA) ; Virgolino, M.B. (UEPA) ; Sousa, N.C.C. (UEPA) ; Sarah, A.T. (UEPA) ; Santos, J.L.B. (UEPA) ; Terra, I.A. (UEPA) ; Santiago, J.C.C. (UFPA)

Resumo

O crescente consumo de fontes não renováveis de energia e as consequências de seu uso impulsionaram educadores a buscar alternativas de conscientização, sendo a educação não formal uma excelente ferramenta. Para tanto, realizou-se uma aula em um campus da Universidade sobre o tema “fontes de energia não renováveis” com alunos monitores a fim de conhecer as suas preocupações quanto a metodologia utilizada e a percepção sobre a importância de se trabalhar essa temática. Assim, um dos pontos positivos apontados foi que aulas como esta, em ambiente não formal consegue alcançar objetivos metodológicos, gerando troca de conhecimentos e sensibilizando a sociedade, porém exige a preparação docente e uma abordagem contextualizada e interdisciplinar para repassar o conteúdo de maneira mais atrativa.

Palavras chaves

Fontes de energia; Educação; Pesquisa

Introdução

A energia move a vida, e desde o princípio o ser humano buscou aprimorar técnicas que envolvessem energia. Primeiramente manipulou-se o fogo, posteriormente aprendeu-se a utilizar a água e o vento para gerar energia. Após a revolução industrial, quando foram inventadas as máquinas, o homem começou a usar a lenha e o carvão para gerar energia elétrica, necessária para impulsionar o sistema (CPFL, 2011).O desenvolvimento tecnológico e o aumento populacional intensificaram a necessidade de produzir cada vez mais energia. Atualmente, sabe-se que o consumo per capita de energia cresce mais do que o aumento populacional (HERZOG e GIANINI, 2011). Em contrapartida, segundo Dias (2011) o consumo excessivo de fontes não renováveis, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral, causou a redução destes recursos naturais e o aumento da emissão de dióxido de carbono com conseqüências a nível mundial, como por exemplo o aquecimento global. Segundo Bruno (2014) na educação não formal a finalidade consiste em abrir janelas de conhecimento sobre o mundo que circunda os indivíduos, bem como das relações sociais que este estabelece. A educação não formal não é organizada por níveis, idades ou conteúdos e pode atuar sobre aspectos subjetivos de um grupo - cultura política, identidade coletiva, etc.Segundo Almeida (2014) a educação não formal se constitui fora dos espaços escolares, tem por finalidade desenvolver o ensino-aprendizagem de forma pouco explorada pela educação formal.Tem-se como necessidade a adequação em resposta as mudanças ocorridas na sociedade nos últimos anos. Sendo assim, esse trabalho teve como objetivo explorar e analisar o uso do ambiente não formal de ensino como possível ferramenta para abordar o tema “fontes de energia não renováveis” em uma turma de graduação.

Material e métodos

A pesquisa foi realizada no campus do Centro de Ciências e Planetário do Pará, em Julho de 2018, no qual participaram 12 monitores/estagiários, todos sendo discentes do Curso de Ciências Naturais com habilitações em Química, Física e Biologia da Universidade do estado do Pará (UEPA). Foi realizada uma palestra nas dependências do campus, a execução deste trabalho teve como foco principal a socialização de opiniões dos participantes em relação a percepção da utilização de ambiente não formal de ensino e a possível relação de conteúdos acerca do tema “Fontes de energia não renováveis em espaços não formais”. Para tanto foi didaticamente dividida em dois momentos: primeiramente houve a realização de palestra acerca do tema com o intuito de nortear a discussão a respeito do tema em questão. Posteriormente, foi utilizado um instrumento de coleta de dados – questionário – para que os participantes pudessem opinar relatando acerca do que foi explanado e discutido, onde foram analisados os conhecimentos dos discentes, suas preocupações quanto as metodologias utilizadas e a percepção sobre a importância de se trabalhar a temática nas aulas de Ciências. Desse modo, cada questionário continha quatro (4) perguntas relacionadas as idéias e teorias abordadas no momento anterior. Segundo Amaro et al. (2004): O questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. No decorrer do desenvolvimento da palestra, foi realizada a relação entre conteúdos e o ambiente que cercava os participantes, com a intenção demonstrar as importância da utilização sustentável destas diversas formas e fontes de energia não renováveis.

Resultado e discussão

A partir das discussões realizadas e análises dos questionários, perceberam- se os aspectos positivos e possíveis aspectos negativos da utilização de ambientes não formais de ensino, e sobre o que seriam fontes não renováveis. Em relação a percepção sobre a importância de abordar a temática em ambientes não formais, a resposta dos estagiários entrevistados é demonstrada no gráfico 1. Onde 50% apontaram apenas aspectos positivos, visto na resposta da aluna A: “Positivo, pois os alunos se sentem mais à vontade no espaço não formal, podendo relacionar com os conteúdos aprendidos em sala de aula” Outro ponto positivo apresentado foi que o ambiente não formal é uma ferramenta que possui benefícios únicos para o ensino, é o que afirma Rüntzel (2017):“Museus e centros de ciências, planetários, parques diversos, etc. Cada um desses espaços se constitui, no processo educativo, como ambiente potencialmente relevante pelas suas características únicas, permitindo uma abordagem lúdica e contextualizada das ciências, estimulando a curiosidade dos visitantes.” Os outros 50% apontaram alguns relevantes aspectos negativos, os quais são sintetizados na exposição do aluno B:“O professor vai ter que atrair os alunos, se preparar e adaptar-se para uma aula não formal com conteúdos adequados”, ou seja, há uma preocupação com a formação continuada do professor e na adequação dos conteúdos a serem ministrados. Assim, o professor de ciências é sujeito de transformação, pois está em contato com jovens e pode sensibilizá-los sobre os recursos energéticos, os quais têm data para se esgotar. Para Goldemberg (1998) a grande importância do uso consciente de fontes de energia a qual é um constituinte essencial para o desenvolvimento da sociedade e precisa ser trabalhada em diversos ambientes de ensino.

GRÁFICO 1

VISÃO DOS DISCENTES SOBRE UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE ENSINO.

Conclusões

A partir da pesquisa pode-se perceber que a necessidade de trabalhar metodologias contextualizada com a realidade que os cerca é importante para conscientizar cidadãos, em diversos temas entre eles: as fontes de energia não renováveis e utilizar um ambiente não formal de ensino pode ser um importante meio para chegar a estes objetivos, pois neste ambiente consegue alcançar tanto estudantes, como pessoas comuns na sociedade. Além disso, tal ambiente proporciona metodologias diferenciadas, interdisciplinar para o ensino do tema proposto, o que torna a aula mais atrativa para os alunos.

Agradecimentos

Referências

ALMEIDA, M. S. B. Educação não-formal, informal e formal do conhecimento cientifico nos diferentes espaços de ensino e aprendizagem. Cadernos PDE, Vol. 2. Paraná, 2014. Disponível em: <https://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014_uel_bio_pdp_maria_salete_bortholazzi_almeida.pdf> Acesso em: 01 ago.2018

AMARO, A.; AL, E. A arte de fazer questionários. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Porto. 2004.Disponível em: <http://nautilus.fis.uc.pt/cec/esjf/wpcontent/uploads/2009/11/elab_quest_quimica_up.pdf. > Acesso em: 09 ago.2018

BRUNO, A. Educação formal, não formal e informal: da trilogia aos cruzamentos, dos hibridismos a outros contributos. Mediações – Revista OnLine da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal. Vol. 2 – n.º 2, 2014.
Disponível em: <http://mediacoes.ese.ips.pt/>. Acesso em: 01 ago.2018

CPFL Energia. Caminhos da Energia: Energia é Tudo Episódio 1. 2011. Vídeo-reportagem.
Disponível em: <https://youtu.be/3j8DV2W1nWg> Acesso em: 31 jul.2018

DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São Paulo: Atlas. 2011.

GOLDEMBERG, J. Energia e desenvolvimento. Scielo – Estud. av. Vol.12 no.33 São Paulo May/Aug. 1998.Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141998000200002> Acesso em: 08 ago.2018

HERZOG, A. L.; GIANINI, T. O futuro da Energia (no Brasil e no Mundo). Revista Exame. Edição 06/04/2011.

RÜNTZEL, P. L. Espaços não formais e o ensino de química: motivações aos professores visitantes do QUIMIDEX/UFSC – Florianópolis-SC, 2017.Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/182704/349203.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em: 10 ago.2018

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