CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: UMA ABORDAGEM NO ESPAÇO DE ENSINO NÃO FORMAL BOSQUE RODRIGUES ALVES

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Almeida Machado, L. (UEPA) ; Anjos Carvalho, C.D. (UEPA)

Resumo

O ensino de Ciências Naturais possui ainda hoje algumas dificuldades para ser realizado com plena eficiência. Para tanto o objetivo deste trabalho foi realizar uma aula de campo como estratégia metodológica, a fim de relacionar o conteúdo teórico com a realidade pratica. Assim foi proposta uma aula prática a professores de Química em formação, no Jardim Botânico e Bosque Rodrigues Alves, sobre Ciclos Biogeoquímicos, buscando a melhor assimilação do conteúdo através do espaço de ensino não formal e interdisciplinar. Onde 56% dos discentes apontaram que aulas de campo são essenciais para a aprendizagem e todos julgaram importante tais ambientes como recurso pedagógico para melhor assimilação de conteúdos já ministrados em ambientes formais.

Palavras chaves

ensino; metodologia; espaço-não-formal

Introdução

Uma das dificuldades de alunos na aprendizagem de Ciências Naturais é conseguir ligar o assunto ministrado em aula com a realidade. Portanto aulas em espaços não formais de ensino são importantes, porém segundo Ghon (2006), a educação não formal não substitui a educação formal. É na educação formal que os saberes são sistematizados, logo, esse formato de educação favorece a construção dos conhecimentos. Para Bruner (1977), a aprendizagem se constrói ao longo do tempo, afirma que “um currículo, à medida que se desenvolve, deve voltar repetidamente a estas ideias básicas, aprofundando-as, até que o aluno tenha aprendido o aparelho formal que o acompanha”. Propõe que o conteúdo das disciplinas seja retomado em diferentes momentos de aprendizagem, assim o aluno terá domino da ideia básica. Na década de 1990, surgir os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que se apóiam na teoria de Bruner (1977). Trata-se de organizar atividades interessantes que permitam a exploração e sistematização de conhecimentos compatíveis ao nível de desenvolvimento intelectual dos estudantes, em diferentes momentos do desenvolvimento. (BRASIL, 1998) Após isto os temas são vistos várias vezes na vida escolar. Na Competência de área 3 da Matriz do Enem, têm-se: H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos envolvidos. H9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida (...). Focando na H9, quando se trata dos Ciclos Biogeoquímicos é evidente esse déficit, pois o aluno vê os ciclos como casos isolados, não vendo sua importância para o meio ambiente. É imperativo que o aluno compreenda isso.

Material e métodos

Foi apresentada uma aula expositiva, relacionado os ciclos biogeoquímicos com os fenômenos da fotossíntese e decomposição no Bosque Rodrigo Alves, localizado na cidade de Belém do Pará, para uma turma com 31 discentes do curso de licenciatura plena em ciências naturais com habilitação em química da Universidade do Estado do Pará - UEPa. Esse local foi escolhido por ter grande preservação da flora e fauna, possibilitando um contado mais íntimo com os fenômenos estudados (fotossíntese e decomposição). Nesse momento o conteúdo foi explicado, buscando trazer evidencias para sua comprovação, utilizando-se como estratégia a interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento como da biologia e geografia ao relacionar a importância dos ciclos e destes fenômenos para a manutenção da floresta amazônica, uma vez que o solo dela é pobre em nutrientes e a camada de humos não é profunda fazendo com que árvores estendam suas raízes horizontalmente. Após a aula, foi aplicado um questionário, para assim saber se o conhecimento foi adquirido durante a aula, se os alunos gostaram de estar em um ambiente diferente e se o ambiente influenciou em seu aprendizado. A fim de preservar a identidade dos discentes os mesmos foram referenciados por uma numeração.

Resultado e discussão

Para os discentes a aula de campo é essencial à construção de conhecimentos. “Um lugar diferente ajuda na compreensão do conteúdo” afirma n1 e n3 diz “é possível vincular conceitos com o ambiente em certos casos”. Para Viveiro e Diniz (2009) a realização de ações em campo não é apenas a saída, mas fase de execução e avaliação de resultados. Quando solicitado sobre o cotejo entre aula ministrada em sala e a aula ministrada em espaço não formal, os discentes apresentaram as considerações (gráfico 1). A maioria vê as formas como suplementares. “Em sala se aprende a teoria, em campo a pratica. Por isso, é preciso à correlação” diz n16. Nos 39% contrários, o n10 que expressa “A diferença da aula prática é o uso dos sentidos”. A diferença nas perspectivas é o elaborar do professor, que, ora as utilizam para complementar ou iniciar conteúdos ministrados em sala de aula, ora como uma forma de abordagem interdisciplinar de conteúdos relacionados ao cotidiano dos alunos (ARAÚJO, 2009 apud COSTA DE SOUZA, 2017). Na visita analisou-se a “planta que anda”, relacionando conceitos e necessidades da fotossíntese. Sobre o fato dessa planta “andar” para se aproximar da luz solar, 94% afirmam que o exemplo foi útil à assimilação do conteúdo, e 6% não responderam. O discente n18 diz “o aluno ao ver a planta, depois irá recorda”, remetendo a um acontecimento que marca e ajuda a fixar o conteúdo. E é inteirado por n6 “Foi possível entender como ocorre esse fenômeno”. Quanto à utilidade do local visitado à transmissão do conteúdo têm-se (gráfico 2). “É um local conhecido e a divulgação de conhecimento por ele é vital, ajuda na aprendizagem tornando-a objetiva e dinâmica” afirma n2 e n6 observa que “É um lugar ideal no estudo do tema, é exemplo prático de local que ocorre o fenômeno”.

gráfico 1

o gráfico demostra relação que segundo os entrevistados as aulas de campo e em sala possuí

Gráfico 2

O gráfico demonstra a opinião dos entrevistados sobre a importância do bosque para a compreensão dos alunos.

Conclusões

Através deste trabalho percebe-se que a utilização de espaços não formais como o jardim botânico e bosque Rodrigues Alves é importante ao ensino. A educação enquanto processo, pode ser entendida como uma atividade que ocorre durante a vida do cidadão, em todos os lugares. É possível afirmar que o conteúdo abordado depois de explicado e exemplificado, possibilitou uma aula interessante, completa e produtiva com a construção de novos saberes e melhor assimilação de conteúdos já ministrados, graças ao ambiente corretamente relacionado com o assunto e pontes e interdisciplinares.

Agradecimentos

Referências

BRUNER, J. S. O processo da educação. São Paulo, Nacional, 1977.
COSTA DE SOUZA, S. M. A importância dos espaços não-formais de ensino na formação de professores do curso de licenciatura em ciências biológicas da universidade federal do Pará. Trabalho de conclusão de curso, Belém-PA, 2017.
GOHN, M. G. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: < http://escoladegestores.mec.gov.br/site/8-biblioteca/pdf/30405.pdf > Acesso em 05/05/2018.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF-1986.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Matriz de Referência Enem. Brasília, 2007.
VIVEIRO, A A.; DINIZ, R. E. S. As atividades de campo no ensino de ciências: reflexões a partir das perspectivas de um grupo de professores. Ensino de ciências e matemática i, p. 27, 2009.

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