O conhecimento químico na componente curricular ciências 9° ano: uma análise preliminar sobre a Base Nacional Comum Curricular

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Pires da Silva, A. (UFPA) ; Lima da Silva, L. (UFPA) ; Kened Rodrigues dos Santos, J. (UFPA)

Resumo

A proposta curricular de ciências é o eixo de análise desta pesquisa que realizar-se-á sobre a Base Nacional Comum Curricular. Assim, a pauta central das áreas que o conhecimento químico foi estruturado na componente curricular de ciências será destacada, evidenciando as aprendizagens e assuntos para os estudantes do Ensino Fundamental. Isto posto, esta pesquisa analisou os itinerários curriculares da Base para o 9º ano, evidenciando os conteúdos inerentes à ciência química. Para tal, utilizou-se a pesquisa de natureza qualitativa, com aporte na Teoria da Análise Discursiva. Como resultados, observou-se que os novos objetivos educacionais, em especial o conhecimento químico, presente nas unidades temáticas propostas têm relação com a interpretação do mundo natural, social e tecnológico

Palavras chaves

Base Nacional Comum; Ensino Fundamental Maior; . Conhecimento químico.

Introdução

A educação básica no Brasil foi pautada no desenvolvimento de competências e habilidades, de acordo com as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), cuja proposta gira em torno da cidadania. Segundo Lüdke (1999), os PCN’s apresentam claramente a distância existente entre o que poderia ser um conjunto de conteúdos mínimos e obrigatórios para o ensino fundamental. No entanto, recentemente foram aprovadas modificações para a proposta curricular brasileira, com fundamentação nas críticas sobre os resultados educacionais baixos (FERRAZ, 2002). Nesta direção, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) seria o documento que regularia a organização do currículo. O artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) já previa um referencial comum para educação que assegurasse um ensino de qualidade a todos, pautado na Ética, Sociedade e Tecnologia. A BNCC busca a uniformização do ensino através da subdivisão em: parte comum, denominada de conjunto de “aprendizagens essenciais”, a qual visa a redução das desigualdades sociais, e uma parte diversificada com tópicos e ideias geradoras adaptadas à realidade local. Especificamente na componente curricular de Ciências existem assuntos inerentes ao conhecimento químico, organizados em três unidades temáticas: Matéria e Energia, Vida e Evolução e Terra e Universo, as quais se subdividem em objetos de conhecimentos (assuntos) e competências (mobilização de conhecimentos presentes nas componentes curriculares) A presente pesquisa visa analisar os itinerários curriculares da Base Nacional Comum Curricular para evidenciar os conteúdos da ciência química e sua correlação educacional com a formação dos estudantes, em especial do 9° ano do Ensino Fundamental.

Material e métodos

A perspectiva teórica que fundamenta esta pesquisa é de natureza qualitativa, visto que este método tem representatividade na análise de fenômenos. Isto é, o pesquisador avalia a problemática a partir de vários fatores envolvidos e coleta de dados relevantes para posterior averiguação da dinâmica do fenômeno. Desta maneira, é possível partir de questões abrangentes para entender um objeto de investigação específico e obter resultados significativos (GODOY, 1995). Para alcançar tal objetivo, foi realizada uma análise dos conteúdos evidenciados na componente curricular de Ciências da Base Nacional Comum, com ênfase no conhecimento químico, em especial no 9º ano do Ensino Fundamental Maior. Isto posto, estabeleceu-se uma conexão com a Análise Textual Discursiva (MORAES; GALIAZZI, 2011). Nesta vertente teórica, a pesquisa surge por meio de uma investigação aprofundada pelo pesquisador que, por sua vez, constrói etapas durante o processo para posterior questionamento, argumentação e socialização com intuito de inferir/interpretar novas compreensões a respeito do objeto de estudo (GALIAZZI, 2003). Tais fases são compostas pelas seguintes segmentações: unitarização, categorização e comunicação. A unitarização consiste na etapa de fragmentação (em unidades de significado) do texto em questão, posteriormente deve ser categorizado de acordo com a proximidade de sentidos, por fim, a última etapa é caracterizada pela elaboração dos textos a partir do estabelecimento de relações interpretativas e discursivas a respeito da Base Comum Curricular.

Resultado e discussão

Inicialmente apresentaremos o percentual dos eixos que são mais recorrentes no 9° ano do Ensino Fundamental, no viés do conhecimento químico, na área de ciências da natureza. Figura 1. Conhecimento químico nas Unidades Temáticas do 9° ano do Ensino Fundamental. Fonte: Elaboração dos autores Os resultados mais expressivos foram encontrados na Unidade Temática (U.T) – Matéria e Energia – a qual revelou maior unidade de significado (etapa de unitarização) nas seguintes aprendizagens essenciais: Estrutura da matéria e Atomística, cujas respectivas percentagens totalizaram 70% da referida U.T. Vale ressaltar que os referidos assuntos são de suma importância para a assimilação de conceitos, tais como: temas relacionados a físico-química, por exemplo. É importante pontuar, a relevância destes assuntos para alfabetização científica, e também o desenvolvimento do letramento científico, isto é, o uso competente dos domínios nas práticas sociais (SOARES, 2008) Nas demais unidades temáticas (Vida e Evolução e Terra e Universo), o conhecimento químico está presente em menor proporção, o que remete, na fase de categorização, a importância deste viés para a compreensão de outras disciplinas afins, devido à proximidade de sentidos. Dessa forma, a última etapa – comunicação- consistiu na interpretação das competências relacionadas química na U.T Matéria e Energia, para inferir sua relevância ao objetivo geral da Base Comum Curricular. Neste sentido, o conhecimento presente nos conteúdos de Química possui o intuito de capacitar um indivíduo a participar ativamente na sociedade, refletindo criticamente sobre situações diversas (MIRALÉ, PINTO-ALVES 2010). Assim, aprender Ciências deixa de ser apenas uma obrigação escolar e transforma-se em uma ferramenta para entender o mundo.

Figura 1. Conhecimento químico nas Unidades Temáticas do 9° ano do Ens

ESTA FIGURA REPRESENTA AS TRÊS UNIDADES TEMÁTICAS DO 9° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL E SUAS PORCENTAGENS ESPECIFICAS NOS CONTEÚDOS DE QUÍMICA

Conclusões

Através desta pesquisa foi possível descrever os objetos de estudo propostos na BNCC em química, presente no 9° ano do ensino fundamental. As unidades temáticas presentes nos eixos de conteúdos enfatizam o conhecimento sobre os processos de transformação da matéria, fenômenos químicos e modelos atômicos. Futuramente, projetamos seguir a correlação entre a BNCC e os PCN’s evidenciando as principais características.Assim, será desenvolvida a análise das competências relacionadas a todos os anos do Ensino Fundamental Maior, buscando novas interpretações sobre este novo modelo de educação nacional

Agradecimentos

Os agradecimentos deste trabalho vão para nossa orientadora que sempre esteve presente em toda etapa de construção deste material e a universidade federal do pará.

Referências

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.
______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC
2ª versão. Brasília, DF, 2016.
FERRAZ, C. B. O. Reforma Universitária no contexto das reformas do Estado brasileiro. Tempos Históricos vol. 4, n-1, Cascavel, 2002.
FOUREZ, G. Crises no ensino de ciências? In: Investigações em ensino de ciências, vol.8, n.2, 2003. Disponível em http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/.

GALIAZZI, M.C. Educar pela pesquisa: ambiente de formação de professores de Ciências. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003.
GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995.
HARRES, J. B. S. uma revisão de pesquisas nas concepções de professores sobre a natureza da ciência e suas implicações para o ensino. Investigações em Ensino de Ciências, v. 4, n. 3, p. 197-211, 1999.
LÜDKE, M. O CNE e as novas propostas para a formação de professores: uma visão de dentro. In: CARNEIRO DA SILVA, W. (Org.). Formação dos profissionais da educação: o novo contexto legal e os labirintos do real. Niterói: UFF, 1998, p. 35-48.
LÜDKE, M. A profissionalização do magistério vista em duas perspectivas. Educação Brasileira, Brasília, DF, v. 21, n. 42, p. 239 -253, jan./jun. 1999.
MILARÉ, T.; ALVES FILHO, J.P. Ciências no nono ano do Ensino Fundamental: da disciplinaridade à Alfabetização Científica e Tecnológica. Ensaio, v.12, n.02, 2010.
MORAES, R; GALIAZZI, M. C. Análise Textual Discursiva. Ijuí: Editora Unijuí, 2011.
SOARES, M. Alfabetização e Letramento. 5 ed. São Paulo. Contexto, 2008.

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