A importância do uso da modelagem no ensino de cadeias carbônicas nas aulas de química em uma escola pública do município de Salvaterra-Marajó/PA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Monteiro, S.R. (UEPA) ; Souza, F.B. (UEPA) ; Ribeiro, K.R. (UFPA) ; Modesto, J.S. (UEPA) ; Machado, M.C.G. (UEPA) ; Barros, D.J.P. (UEPA) ; Palheta Junior, A.R. (UEPA) ; Reis, J.D.E. (UEPA)

Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisar o uso da modelagem nas aulas de química a respeito a importância das cadeias carbônicas no processo de ensino aprendizagem. Este estudo foi realizado com alunos do 3º do ensino médio de uma escola do município de Salvaterra- PA. Esta pesquisa está fundamentada nas acepções de Mantovani (2013). Sendo realizada em três momentos: O primeiro momento ocorreu uma aula expositiva e dialogada, o segundo momento foi com a realização de uma atividade de modelagem e o terceiro foi aplicação de um questionário. Os resultados da pesquisa revelaram que 50% dos alunos gostaram do método utilizado e, 11,5% consideraram muito bom, 19,2% como bom e 7,7% disseram que poderia melhorar. Dessa forma, a metodologia aplicada foi bem aceita pelos alunos.

Palavras chaves

Modelagem; ensino; aprendizagem

Introdução

O ensino da química orgânica, segundo Mantovani (2013) requer metodologias alternativas que não visem somente a compreensão e sugestões de novas práticas educacionais, mas também observar a reação dos alunos mediante as novas informações repassadas durante as práticas voltadas para esta área do ensino e sobre os diferentes estímulos que elas despertam nos alunos. Nesse sentido, Roque; Silva (2008) reitera que isso se faz necessário devido à dificuldade que os alunos têm em compreender átomos e moléculas que são estruturas reais, mas, não podem ser percebidas através dos nossos sentidos o que tem gerado um grande desafio no ensino de química nas escolas públicas, pois pode ser difícil convencer alguém a estudar o abstrato. Diante disso, o ensino da química é caracterizado como um processo complexo, que emerge novas metodologias de ensino, doravante o ensino da química buscou diferentes formas para difundir suas ciências, e o uso da modelagem possibilitou grandes avanços no processo de aprendizagem. Neste sentido o uso de modelos, que são representações simplificadas ou idealizadas no mundo físico, surge com o intuito de tornar as coisas mais acessíveis na experiência direta do homem, ajudando na compreensão de fenômenos que ocorrem em dimensão microscópica (DEL RE, 2000). Para Mantovani (2013) as atividades que envolvam modelagem podem servir também para que o professor reflita e perceba quais as dificuldades dos alunos, em detrimento dos modelos mentais que estes tinham inicialmente e como eles vão se modificando gradualmente no processo de ensino aprendizagem. Partindo desse pressuposto, este trabalho teve por objetivo analisar o uso de modelos de estruturas do tipo “bola- varetas” no auxílio da compreensão de estruturas moleculares das cadeias carbônicas.

Material e métodos

Este trabalho tomou como base uma pesquisa realizada por Mantovani (2013) e adotou como método de pesquisa o estudo exploratório, em que busca-se ter maior familiaridade com o problema para enfim construir suas hipóteses (GIL, 2007). Este estudo foi desenvolvido com 26 alunos de uma turma do 3ª do ensino médio da Escola E.E.M. Salomão Matos, localizada no município de Salvaterra- PA. A pesquisa foi realizada em três momentos: O primeiro momento ocorreu com uma aula expositiva e dialogada com auxílio de data show; o segundo momento foi com a realização de uma atividade de modelagem, na qual a turma foi dividida em grupos e cada grupo recebeu um kit contendo palitos de dentes e bolas de isopor brancas, pretas e vermelhas. Cada grupo deveria responder alguns exercícios referente ao conteúdo de cadeias carbônicas, fazendo uso do material disponível no kit. O terceiro momento foi aplicado um questionário afim de coletar dados avaliativos acerca da metodologia aplicada.

Resultado e discussão

Diante dos dados e das analises estudadas, percebemos que uma parte expressiva de alunos (96%), avaliam como importante a química enquanto matéria de estudo obrigatória na grade curricular do ensino médio (Quadro 01). De modo não obstante, ao se analisar a categoria “se preparar para vestibulares”, pode-se notar uma eventual sobreposição ao que deveria ser o ideal para o ensino da disciplina, fato já notado por Scheartzman (2010), o qual expões que a essência do ensino médio na formação de cidadãos tem se perdido em meio a busca incessante para com a construção de conhecimentos sintetizados de forma mecânica e voltados a obtenção de notas em vestibulares, o que leva os alunos a apenas assimilarem os conteúdos, em consonância tornando-se não entendedores do real valor deste conhecimento, como notado na fala do aluno D (Quadro 01). No que diz respeito a questão “Você acha que a utilização de recursos didáticos (como o utilizado) são importantes nas aulas de química?”, a totalidade dos alunos (100%) respondeu que sim. Na quadro 02 estão expressos os dados obtidos no terceiro questionamento acerca da metodologia executada na atividade proposta. A princípio, verificou-se uma boa aceitação dos alunos com a atividade e os conhecimentos trabalhados durante a aula, no entanto, vale ressaltar que os dados gerados na categoria “não respondido” pode ter sido gerado devido um erro na explicação do questionário durante sua aplicação. Assim, verifica-se que nem um aluno desconsiderou ou reprovou o uso de metodologias diferenciadas em sala de aula. Santos et al. (2012), em trabalho similar, esbarrou em dados semelhantes, sendo que em seu trabalho, mais de 90% dos alunos concederam notas expressivas a metodologia utilizada.

Quadro 01

Descrições mais expressivas dos alunos.

Quadro 02

Avaliação da metodologia pelos alunos.

Conclusões

Através deste trabalho, pode-se verificar que práticas de ensino diferenciadas, como a realizada, apresentam relevância expressiva no processo de ensino e aprendizagem. Não obstante, pode-se observar o desenvolvimento da metodologia como uma pratica que contribui para o fortalecimento de novas visões acerca da forma como se busca aprender e se ensinar química em escolas de nível médio, principalmente a julgar a complexidade a qual muitos de seus conteúdos estão expostos.

Agradecimentos

Referências

DEL RE, Giuseppe. Models and analogies in science. International Journal for Philosophy of Chemistry, v. 6, n. 1, p. 5-15, 2000. Disponível em : < http://www.hyle.org/journal/issues/6/delre.pdf> Acesso em: 08 de Abr. de 2018.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MANTOVANI, Vivian Lopes. Visualização e modelagem no ensino de química orgânica: a visão de professores em um curso de formação continuada. 2013. Dissertação de Mestrado (Pós-Graduação em Ensino de Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo- SP, 2013. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81132/tde-10042014-193437/en.php Acesso em: 05 de Abr. de 2018.

ROQUE, Nídia Franca; SILVA, José Luis de Paula Barros. A linguagem química e o ensino da química orgânica. Química Nova, v. 31, n. 4, p. 921-923, 2008. Disponível em: < https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/3840> Acesso em: 04 de Abr. de 2018.

SANTOS, Idaíris; NASCIMENTO, Camila; SILVA, Wallison; DELFINO, Andressa; SANTOS, Maria. Construção de modelos moleculares como estratégia para o ensino química orgânica. In: II congresso nacional de educação – Conedu, 2; 2015, Campina Grande. Anais... Campina Grande: CEMEP, 2015. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD1_SA4_ID2000_16082015120830.pdf>. Acesso em: 10 de Ago de 2018.


SCHWARTZMAN, Simon. O ensino médio no Brasil é formal, acadêmico, voltado para o vestibular. Não atende jovens com outros interesses. Revista de ensino Superior Unicamp, 2ª ed., nov./2010. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV045_MD1_SA4_ID2000_16082015120830.pdf>. Acesso em: 10 de Ago de 2018.



Patrocinadores

CapesUFMA PSIU Lui Água Mineral FAPEMA CFQ CRQ 11 ASTRO 34 CAMISETA FEITA DE PET

Apoio

IFMA

Realização

ABQ