A utilização de espaços não formais no ensino de química – Um relato de experiência de atividade desenvolvida no âmbito PIBID.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Moura, V.M. (IRFJ) ; Silva, N.R. (IFRJ) ; Silva, M.P. (IFRJ) ; Sousa, J.T.A. (IFRJ) ; Souza, G.L.R. (IFRJ) ; Ferreira, R.M.O. (IFRJ) ; Nogueira, V.S. (IFRJ) ; Filho, E.N. (CIEP BRIZOLÃO 199 CHARLES CHAPLIN)

Resumo

O presente trabalho descreve uma experiência do grupo de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) - Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) campus Duque de Caxias como mediadores de uma visita guiada com os alunos do Centro Integrado de Ensino Público (CIEP) 199 Charles Chaplin ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro e ao Museu de Astronomia Ciência e afins (MAST). O intuito da atividade é trabalhar o ensino em ambientes não formais, promovendo assim o senso crítico e incentivando o olhar científico dos estudantes. Para finalizar a atividade, houve a elaboração de um fanzine, elaborado pelos alunos com auxílio dos bolsistas para ser exposto no CIEP em questão.

Palavras chaves

Visita guiada ; PIBID; Fanzine

Introdução

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) atua no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) campus Duque de Caxias, sendo realizado em parceria com escolas públicas estaduais do entorno da faculdade. É um dos projetos que visa proporcionar aos futuros docentes a experiência de participar, desenvolver, conhecer e colocar em prática as muitas metodologias de ensino aprendizagem abordadas e estudadas durante todo o curso de licenciatura. Este trabalho apresenta uma das ações desenvolvidas pelos bolsistas PIBID do Curso de Licenciatura em Química na aplicação de uma proposta de ensino em espaços não formais. “A complexidade da interação da Ciência com o mundo real não pode ser entendida se a própria Ciência não é compreendida” (SANTOS, 2004). O público alvo foram os alunos das turmas de 3º ano no Centro Integrado de Ensino Público (CIEP) 199 CHARLES CHAPLIN, tendo como intuito promover o senso crítico a respeito da química que nos cerca, visando ir em sentido contrário às práticas tradicionais de aprendizagem. Segundo Gohm (1999) a educação não-formal pode ser definida como a que proporciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas de forma bem direcionada, com um objetivo definido. Desse modo, ao se ensinar ciências, é importante não privilegiar apenas a memorização, mas promover situações que possibilitem a formação de uma bagagem cognitiva no aluno (VASCONCELOS E SOUTO 2003).

Material e métodos

Durante uma das reuniões o professor supervisor fez o convite para que os bolsistas o acompanhassem e desenvolvessem uma atividade com a turma a partir de uma visita guiada ao Jardim Botânico e no Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), localizados na cidade do Rio de Janeiro. A atividade foi dividida em três momentos: encontro prévio, visita técnica, elaboração do fanzine. No encontro prévio, realizou-se uma conversa com a turma visando apresentar os espaços que seriam visitados e as exposições que estariam disponíveis para visitação, além da explicação acerca do desenvolvimento da atividade que iria suceder a visitação. O fanzine que tem como uma de suas principais características o fato de seus editores serem responsáveis por todo o processo de produção. Segundo Bezerra e Santos (2016) “[...] os educandos protagonizam do início ao fim a concepção da ideia, a coleta de informações, composição, ilustração, montagem e divulgação[...]” A proposta ofertada foi para que os alunos registrassem todos os ambientes, experimentos e acontecimentos que pudesse ser observado no decorrer da visita guiada e tentasse associá-los com a química, para ser utilizado na confecção do trabalho. No decorrer da visita guiada, os bolsistas ficaram de prontidão caso houvesse algum tipo de dúvida, ademais os ajudando a relacionar a química com o que estava sendo vivenciado. Durante a elaboração do fanzine, os alunos levaram todos os registros - fotos, anotações, comentários e explicações - feitos na visitação. Foram disponibilizados folhas de papel 40kg, lápis de cor, canetinha, giz de cera, canetas coloridas, pincéis, tinta guache, durex colorido e cola branca para a montagem do material que, posteriormente foi divulgado.

Resultado e discussão

O processo de pesquisa e estudo dos bolsistas para o desenvolvimento completo da atividade foi responsável por agregar uma visão mais amplificada sobre locais onde podem ocorrer o ensino de Química visto que, segundo Frohlich e Silva (2017) esses espaços assumem um papel muito importante na divulgação de conceitos científicos e em processos de alfabetização científica, sendo importante a abordagem de temas químicos nas exposições, pois a Química é popularmente associada a algo negativo. O fato de ter acontecido um encontro prévio com os alunos possibilitou momentos de diálogo com os mesmos sobre a importância de conseguir associar a química com o seu cotidiano, além da troca de informações entre os próprios discentes, o professor e bolsistas PIBID. Isso fez com que eles fossem a visita guiada com o entendimento que não era apenas um passeio de diversão. A montagem do fanzine foi o momento de recolher os resultados obtidos através do entendimento deles, foi a ocasião de maior liberdade da atividade. Aconteceram muitas falas como “Não fazíamos ideia que tinha tanta Química no jardim botânico e no MAST”, ou até mesmo “Não tínhamos ideia que poderia ser trabalhada a Química num lugar que não fosse a sala de aula.” A partir desses relatos acredita-se que conseguimos atingir um de nossos objetivos iniciais que era desmistificar que a química está constantemente presente no cotidiano do aluno. Vale ressaltar que essa atividade não almejou verificar a bagagem conceitual dos alunos, e sim permitir que os alunos pudessem enxergar a química em seu dia a dia.

Conclusões

A possibilidade da utilização de um espaço que não fosse uma sala de aula motivou os alunos a reconhecer a Química nos lugares visitados e a relacioná- la com o nosso cotidiano. Com base no material confeccionado pelos alunos ao final da atividade chegou-se à conclusão de que a experiência de uma visita guiada contribuiu com uma nova perspectiva mais abrangente sobre a Química. Para os bolsistas PIBID, essa atividade possibilitou o acompanhamento e o desenvolvimento e o processo de proposta diferenciada muito positiva.

Agradecimentos

Agradeço a coordenadora Vanessa N. e ao professo supervisor Evangelino pela oportunidade de desenvolver uma atividade fora da sala de aula.E também ao PIBID/CAPES, pe

Referências

BEZERRA, D. B.; SANTOS, A C. ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: (RES)SIGNIFICANDO SABERES NA PRODUÇÃO DE FANZINES'. Revista de Educação, Ciências e Matemática, Alagoas, v. 6, n. 1, p.93-106, abr. 2016

FROHLICH', F. C. C.; SILVA, C. S. A. Química em espaços de educação não formal: uma análise dos Museus de Ciências da região Sul do Brasil. Actio: Docência em Ciências, Curitiba, v. 2, n. 2, p.177-193, jul. 2017. Disponível em: <file:///C:/Users/vitor/Downloads/6794-24525-2-PB.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2018

GOHM, M. G. Educação não-formal e cultura política. Impactos sobre o associativismo do terceiro setor. São Paulo, Cortez. 1999.

SANTOS, B.S.; Um Discurso Sobre as Ciências. Segunda edição, São Paulo, Cortez, 2004.

VASCONCELOS, S.D. & SOUTO, E. "O livro didático de ciências no ensino fundamental – proposta de critérios para análise do conteúdo zoológico". Ciência & Educação, v. 9, p. 93-104. 2003.

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