Construção de vídeos de divulgação científica a partir de experimentação baseada em propriedades da matéria

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Pereira, G.W.T. (UFMA) ; Coelho, E.T.A. (UFMA) ; Aragão, V.L. (UFMA) ; Marques, C.V.V.C.O. (UFMA) ; Marques, P.R.B.O.M. (UFMA)

Resumo

O presente trabalho abordou a construção de vídeos de divulgação científica pautados nos conteúdos interdisciplinares relacionados às propriedades intrínsecas da matéria. Foi efetuado um levantamento de conteúdos de acordo com os parâmetros curriculares nacionais e apresentadas propostas de construção de vídeos a partir de seleção de experimentos, pré-produção, produção e pós-produção de vídeo didático. Os vídeos construídos foram apresentados nas plataformas de redes sociais.

Palavras chaves

divulgação científica; videos didáticos; experimentação

Introdução

O conhecimento científico vem sofrendo impactos na atual sociedade do conhecimento, que se encontra cada vez mais mergulhada em conteúdos midiáticos, tendo buscado diversificar suas formas de saberes (VICENTINI, 2008]). O Ensino de Ciências nesse contexto deve se adequar a essas novas linguagens de comunicação. Sendo a química uma ciência experimental e de fácil contextualização, a produção de propostas educacionais baseadas em códigos audiovisuais pode somar com a valorização dos conteúdos químicos e facilitar seu entendimento (SILVA, 2009). A tríade do conhecimento químico tem por base as concepções macro, micro e simbólica e as produções audiovisuais podem ser interfaces de estruturação deste imaginário cognitivo, agregando imagem, som e escrita (SÁ, 2013). Nos tempos atuais de urgência de informação e de velocidade de consumo de conteúdos, a possibilidade de divulgação que a internet propõe é fator a ser considerado. Atualmente a facilidade de aquisição de celulares, filmadoras, tablets, fotográficas, entre outros, faz com que muitas pessoas possam produzir materiais e conteúdos de divulgação científica e publicar na internet (SILVA 2010). Muitos vídeos carecem de revisão e adequação de conceitos e conteúdos. A produção de vídeos didáticos de experimentação química, sobretudo aqueles que têm caráter lúdico (mudança de cor e de fases, por exemplo) necessitam de aprimoramento, visando uma correta apresentação e discussão, evitando equívocos conceituais que se difundem na sociedade (PIRES, 2010). Assim o presente trabalho se constituiu de uma proposta de construção de vídeos de experimentação pautada nas propriedades da matéria, visto que é um conteúdo inicial nos estudos de química e tem fortes relações interdisciplinares com a física e a biologia.

Material e métodos

A metodologia do trabalho foi pautada em 3 etapas específicas, a saber: 1) pré- produção, 2) co-produção e 3) pós-produção. A etapa 1 teve por base a seleção de conteúdos, seleção/adequação de propostas experimentais e testes experimentais. Nessa etapa de pré-produção também foram definidos os roteiros da experimentação com base na filmagem (ângulos de câmera, direção de luz, tempo, tomadas de filmagem, sombra, entre outros). A etapa 2 incluiu a filmagem e adequações do experimento. O processo de filmagem foi efetuado com uma câmera digital acoplada a um tripé. O experimento foi feito em bancada de laboratório com luz branca (softbox artesanal) em fundo escuro opaco. A etapa 3 foi efetuada a partir da edição do vídeo com programa Movie Maker do Windows ® e o Power Point da Microsoft®. Como forma de inserir vídeos de inclusão, dois vídeos foram traduzidos para Libras e inseridas narrativas orais. A divulgação foi então efetuada a partir de redes sociais. Como forma de validação dos vídeos foram analisados os comentários, as quantidades de curtidas, compartilhamentos e de visualizações dos mesmos.

Resultado e discussão

A partir do levantamento de conteúdos, foi selecionado o tema “propriedades da matéria” para fomentar a experimentação a partir da divulgação com os vídeos, sendo destacas: densidade, eletrostática e tensão superficial. Foram construídos quatro vídeos de experimentos com base nos conteúdos selecionados e com foco cognitivo em alunos do fundamental segunda etapa (6º a 9º ano), sendo: A) arco íris no copo, B) bolhas flutuantes, C) arte com leite e D) água atrativa. Para todos os experimentos foram criados roteiros de filmagem, roteiros de experimentação para o professor e roteiro de experimentação para o aluno. A apresentação dos vídeos foi construída a partir da apresentação da proposta experimental, apresentação dos materiais, experimentação roteirizada e explicação/comentário sobre o fenômeno associado à propriedade discutida. Os vídeos depois de postados tiveram o total de 2775 visualizações, 60 compartilhamentos, 86 curtidas e 16 comentários. O vídeo “bolhas flutuantes” com tradução para Libras obteve as maiores porcentagens entre todos os outros, com relação aos parâmetros de validação, indicando que a proposta de inclusão para vídeos de experimentação em química merecem mais atenção dos produtores deste tipo de conteúdo, fato ratificado pela ausência deste tipo de produção visual. O vídeo com menor número de visualizações foi o “arte com leite”. Os comentários ficaram focados na produção em si, com elogios, e indicações a outras pessoas.

Recorte do vídeo discutindo densidade



Tradução do vídeo para LIBRAS



Conclusões

A construção do vídeo de divulgação científica foi tomada com base nos conteúdos específicos, sendo empregados experimentos considerados de fácil explicação e com materiais de fácil acesso. Os números expressivos com relação à quantidade de visualizações e compartilhamentos indicam que a proposta atingiu o objetivo de divulgar experimentos, sobretudo os que foram traduzidos para Libras, focando em uma necessidade específica de inclusão educacional.

Agradecimentos

FAPEMA

Referências

PIRES, E. G. A experiência audiovisual nos espaços educativos: possíveis interseções entre educação comunicação. Educação e Pesquisa, v.36, n.1, p. 281-295, 2010.

SÁ, M. B. Z., CEDRAN, J. C. A construção de conhecimentos químicos auxiliada pela produção audiovisual. Experiências em Ensino de Ciências. v.8, n.3, p. 39-47, 2013.

SILVA, R. T., CURSINO, A. C. T., AIRES, J. A,, GUIMARÃES, O. M. Contextualização e experimentação: uma análise dos artigos publicados na seção “Experimentação no Ensino de Química” da Revista Química Nova na Escola 2000-2008. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências. v.11, n.2, 2009.

SILVA, J. L., SILVA, D. A., MARTINI, C., DOMINGOS, D. C. A., LEAL, P. G., FILHO, E. B.; FIORUCCI, A. R. A utilização de vídeos didáticos nas aulas de química do ensino médio para abordagem histórica e contextualizada do tema vidros. Química Nova na Escola, vol. 34, n.4, p.189-200, 2012.

VICENTINI, G. W., DOMINGUES, M. J. C. S. O uso do vídeo como instrumento didático e educativo em sala de aula. XIX ENANGRAD. Curitiba, PR, 01 a 03 de outubro de 2008.

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