Os jogos didáticos como uma proposta de Ensino de Química com utilização de materiais alternativos

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, C.M. (UFAM) ; Silva, A.T.O. (UFAM) ; Andrade, R.M. (UFAM) ; Santos, I.T. (UFAM) ; Lemos, R.G. (UFAM) ; Brandão, E.G. (UFAM) ; Mauricio, A.C. (UFAM)

Resumo

: Para que o aluno possa aprender com mais facilidade os conteúdos abordados na disciplina de Química, podemos utilizar jogos didáticos como uma forma de metodologia de ensino. Este trabalho foi realizado no Instituto de Natureza e Cultura/UFAM, Campus de Benjamin Constant, com uma proposta de jogo didático para ser aplicada com alunos do ensino médio. Foi utilizado materiais alternativos, como plantas e pó de serra para a elaboração do jogo, e perguntas relacionadas a região amazônica sobre química e outras disciplinas. Na aplicação do trabalho, observou-se que houve a interação e o interesse dos alunos em participar do jogo, em que foram testados os conhecimentos e o desempenho dos alunos em sala de aula.

Palavras chaves

jogos didáticos; interdiciplinaridade; ensino de química

Introdução

A educação em ciências é um processo que vem sofrendo graves dificuldades desde seu início, pois o conteúdo referente a ela tem sido visto por muitos estudantes como abstrato, fictício, sem aplicabilidade e envolvimento com o seu cotidiano. Assim a aprendizagem dos conteúdos de Química ministrados no ambiente escolar depende de como estes serão explorados pelo professor, bem como das estratégias e recursos a serem utilizados durante as au¬las, para facilitar a aprendizagem dos alunos em relação ao conteúdo da disciplina (OLIVEIRA, 2008; VASCONCELOS, 2017). Os assuntos de Química sempre foram considerados complicados e em algumas vezes decorativa, a fim de retirar do aluno esse pensamento e fazer com que o ensino torne-se compreensível e dinâmico foram desenvolvidas novas metodologias de ensino ao longo do tempo e uma delas são os jogos lúdicos. Os jogos didáticos “impulsionam o aluno a construir ativamente o conhecimento, levando-o ao prazer e ao esforço espontâneo de se aprender algo desde que a função lúdica e educativa estejam de forma harmo¬niosa durante o seu processo de aplicação.” Além disso, a química pode ser trabalhada com materiais encontrados e manipulados no dia-a-dia do aluno, os materiais alternativos, como por exemplos, materiais próprios da região ou lugar em que vive os alunos, em que esses materiais alternativos no ensino de química serve para que o aluno descubra o mundo que o cerca (DIAS, 2018; MATIAS, NASCIMENTO, SALES, 2017; VASCONCELOS, 2017). Assim, propomos neste trabalho um jogo didático interdisciplinar utilizando recursos alternativos e questões relacionadas a região amazônica para o ensino de Química para os alunos do ensino médio, com o nome “A corrida Interdisciplinar”.

Material e métodos

O trabalho foi realizado na Universidade Federal do Amazonas, no Instituto de Natureza e Cultura, Campus de Benjamin Constant, pelos acadêmicos do Curso de Licenciatura de Ciências: Biologia e Química. Em que foi realizado pesquisas bibliográficas e na internet sobre jogo, nesse tipo de pesquisa "é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites" (FONSECA, 2002). Após a escolha do jogo, foi adaptada uma trilha relacionada a região amazônica, representada por 6 ambientes: rio, solo, floresta, ar, cozinha e surpresa, com perguntas e respostas sobre cada ambiente, foi feita a busca dos materiais para a construção da trilha. Utilizou-se 6 metros do pano de TNT, encontrados em lojas de tecidos, mercados variados, etc. O pano foi dividido em 6x3, conforme as imagens da Figura 2. Os seis espaços representam cada ambiente e a coluna cada espaço da trilha para três participantes. Em seguida, realizou-se pesquisas na internet sobre cada ambiente selecionado no jogo, para a elaboração das perguntas com quatro opções de respostas, sendo essas montadas no programa Power Point, para a apresentação no DataShow, pois "os jogos computacionais é uma parte integrante na vida de muitos jovens, atraindo e mantendo a atenção por longos períodos de tempo" (SANTOS, 2014). Na aplicação do jogo, formou-se três equipes, em que um aluno de cada grupo representasse a equipe na trilha. Cada ambiente tinha seis perguntas, iniciando-se do ambiente Rio, em que foi sorteado o número do aluno que começaria primeiro. Logo em seguida, iniciou-se as perguntas, que quem fosse acertando avançaria uma casa, e assim sucessivamente.

Resultado e discussão

Durante a aplicação do trabalho notou-se que os alunos tiveram o interesse de participar do jogo, cada participante de cada grupo teve a oportunidade de jogar de forma amistosa com os colegas, havendo interação entre as equipes para responder as perguntas. Segundo Vasconcelos (2017) esta interação deve ocorrer principalmente porque a aprendizagem dos fenômenos químicos geralmente é associada a memorização de fórmulas, cálculos e de nomenclatura complexa, sem uma relação prática no seu dia-a-dia. Por isso que as perguntas estavam relacionadas com questões que envolvessem o dia-a-dia do aluno, como por exemplo, a pergunta 4 do ambiente Rio “Por que quando a gasolina do motor-rabeta cai no rio ela não se mistura com a água?”. Outras perguntas estavam relacionadas à disciplina de geografia, como por exemplo, a pergunta 1 do ambiente Floresta “Qual desses estados brasileiros a floresta amazônica abrange?”. As perguntas relacionadas à Química, estavam de forma simples e clara, como por exemplo, a pergunta 1 do ambiente Cozinha “Quando colocamos uma panela com água no fogo para cozinhar peixe, depois de alguns minutos a água entra em que processo?”. A adaptação das perguntas em relacionar a química com a região amazônica, fez com que o jogo se tornasse mais interessante, em que os participantes buscaram responder conforme o seu conhecimento sobre química. A aplicação do trabalho mostrou que os jogos didáticos podem ser uma forma de aprendizagem bem benéfica para os alunos, pois é aquele que está diretamente relacionado ao ensino de conceitos e/ou conteúdo, organizado com regras e atividades programadas e que mantém um equilíbrio entre a função lúdica e a função educativa do jogo, sendo, em geral, realizado na sala de aula (CUNHA, 2012).

Conclusões

Portanto, a utilização de jogos didáticos em sala de aula contribui para a interação entre os alunos, despertando o interesse pela disciplina. Com a utilização de materiais alternativos da região fazem com que o jogo fique mais ainda interessante ajudando o aluno a entender que a disciplina de química está relacionada ao seu dia-a-dia, envolvendo até mesmo as coisas mais simples, como outras disciplinas também. Assim, os jogos são um importante recurso para as aulas de química, no sentido de despertar o interesse do aluno pelos conteúdos.

Agradecimentos

Referências

CUNHA, M. B. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola, 2012. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc34_2/07-PE-53-11.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2018.
DIAS, J. H. R., et al. A utilização de materiais alternativos no ensino de Química: um estudo de caso na E. E. E. M. Liberdade do município de Marabá-Pará. 36ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ). 2018. Disponível em: <http://www.eventoexpress.com.br/cd-36rasbq/resumos/T0744-1.pdf>. Acesso em: 18 jun. 2018.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
MATIAS, F. S., NASCIMENTO, F. T., & SALES, L. L. M. Jogos lúdicos como ferramenta no ensino de química: Teoria versus prática. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, n. 2, suplementar, p. 452-464, set. de 2017. Disponível em: <http://revistas.ufcg.edu.br/cfp/index.php/pesquisainterdisciplinar/article/download/281/pdf>. Acesso em: 20 jun. 2018.
OLIVEIRA, M. M. et al. Lúdico e Materiais Alternativos – metodologias para o Ensino de Química desenvolvidas pelos alunos do Curso de Licenciatura Plena em Química do CEFET-MA. XIV Encontro Nacional de Ensino de Química (XIV ENEQ), Curitiba/PR, 2008. Disponível em: <http://www.quimica.ufpr.br/eduquim/eneq2008/resumos/R0135-2.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2018.
SANTOS, G. L. L. Jogos lúdicos utilizando recursos computacionais básicos para o ensino de química. 2014. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, PB, 2014.
VASCONCELOS, F. C. G. C. Reflexões sobre o uso de Jogos Didáticos para o Ensino de Química no Brasil. X Congreso Internacional sobre Investigación en Didáctica de las Ciencias. 2017. Disponível em: <https://ddd.uab.cat/pub/edlc/edlc_a2017nEXTRA/22_-_Reflexoes_sobre_o_uso_de_jogos_didaticos_para_o_ensino.pdf>. Acesso: 20 jun. 2018.

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