ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO MÉTODO DE EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DO ÓLEO FIXO DA ANDIROBA

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Rafael, T.N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA) ; Baia, A.C.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA) ; Pampolha Junior, E.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA) ; Reis, G.F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA) ; Brasil, D.S.B. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA)

Resumo

Foi realizada a extração do óleo fixo de sementes de andiroba através de três métodos diferentes, que consistem em prensagem a frio, extração a quente por refluxo, e extração a frio por solvente, sendo as duas últimas realizadas a partir dos resíduos obtidos através da prensagem. Foram realizadas análises físico-químicas dos óleos obtidos, tais como índice de saponificação (IS), realizada nos óleos obtidos a partir de todos os métodos, e índice de acidez (IA), massa específica e viscosidade realizadas somente no óleo obtido através da prensagem, afim de se comparar com os valores de referência. O método por extração a frio foi o que se mostrou mais eficiente e os valores encontrados para os índices e parâmetros estão dentro dos valores encontrados na literatura.

Palavras chaves

Óleo fixo; andiroba; extração

Introdução

A Andiroba (Carapa guaianensis Aublet) é uma árvore pertencente à família das Meliáceas, crescendo principalmente em regiões de várzeas e áreas alagáveis ao longo dos igapós, podendo ser encontrada também em áreas de terra firme. É uma árvore de grande porte podendo atingir até 30 metros de altura, apresenta tronco reto e cilíndrico, sua casca é grossa e apresenta descamação em placas, folhas alongadas, sua copa é ramosa e de tamanho médio, seus frutos são em forma de ouriços arredondados, formados de quatro valvas, que quando maduros, caem e liberam suas sementes (SILVA 2014). A principal matéria prima obtida a partir dos frutos da Andiroba é o óleo que pode ser extraído artesanalmente, com ajuda de equipamentos ou até mesmo com a utilização de produtos químicos, a forma com que essa extração é feita afeta diretamente a qualidade e a quantidade do produto. A aplicação deste produto vai desde a produção de repelentes a produção de medicamentos para auxiliar a recuperação de lesões. Seu potencial medicinal inclui propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e insetífugas, contém uma grande quantidade de ácidos gordurosos essenciais, além de conter componentes não graxos. (CONAB, 2013) A comercialização da Andiroba movimenta os mercados regionais e é a fonte de sustento de várias famílias que se dedicam exclusivamente a coleta desse material. Sua rentabilidade quando comercializada in natura é aquele que apresenta a menor proporção entre a relação custo/benefício, mesmo assim é capaz de movimentar a economia de onde está inserida. O processo de beneficiamento do óleo agregou mais valor ao produto final além de potencializar suas qualidades (CONAB, 2013).

Material e métodos

O material foi coletado dentro da Universidade Federal do Pará com o auxílio de um técnico especializado, sendo todo o procedimento foi realizado de acordo com a Lei 13.123, de 2015. Após a coleta do material e preparação da exsicata (IAN 195569), foi realizado a secagem da amostra de andiroba em uma estufa a cerca de 40ºC por 7 dias. Foram realizados três processos distintos para extração do óleo, primeiro utilizou-se a prensagem a frio do material. Com o resíduo resultante do processo de prensagem, uma parte foi destinada ao processo de refluxo a quente e a outra parte direcionada ao último processo de extração utilizado, a maceração (extração por solvente a frio). Com os óleos obtidos nas extrações foram realizadas as seguintes análises: índice de saponificação (IS), índice de acidez (IA), massa específica (método do picnômetro) e viscosidade. A prensagem a frio é o método mais utilizado para a extração do óleo fixo de frutos, onde o material, depois de uma moagem primária, é esmagado diretamente por uma prensa hidráulica. Extração a quente por refluxo é uma técnica que consiste em submeter o material à extração com um solvente em ebulição (TEIXEIRA, 2016). Parte da torta do processo de prensagem foi colocada em um balão de fundo redondo (250 mL), onde foram adicionados 125 mL de Hexano. Aqueceu-se a solução durante cerca de 90 minutos. Em seguida filtrou-se a solução, eliminou-se o solvente em evaporador rotativo. Na extração por maceração, parte restante da torta foi transferida para um recipiente, onde foi adicionado hexano como solvente. O hexano ficou em contato com o material cerca de 7 dias, na capela. Depois do tempo pré- determinado, a fase líquida foi separada por filtração simples. Após a filtração, a solução foi concentrada em evaporador rotativo.

Resultado e discussão

Os resultados para todos os métodos de extração utilizados, referentes ao rendimento do óleo de andiroba obtido, estão na tabela 1. Os rendimentos foram calculados de acordo com a massa de material botânico (base seca) utilizado para cada tipo de extração. A partir da tabela 1, podemos perceber que o método de extração à frio por solvente mostra-se o mais eficiente para a extração do óleo fixo de andiroba, sendo o método com menor percentual de perda de material. O rendimento obtido por prensagem a frio foi bem próximo ao encontrado na literatura, com uma diferença de aproximadamente 3%. (FERREIRA, 2005) As análises de índice de saponificação foram realizadas com os óleos provenientes dos três métodos utilizados. O índice de acidez, teste de viscosidade e massa específica foram realizados somente com o óleo obtido na prensagem. A tabela 2 mostra os resultados dos estudos realizados no óleo fixo de andiroba para os diferentes métodos de extração utilizados. Os espaços em branco são referentes às análises que não foram realizadas. O índice de saponificação obtidos pela maceração e refluxo ficaram mais próximos ao valor encontrado na literatura, sendo que o valor obtido para a maceração foi menor que o usado como referência de valor 195 mgKOH/g (CASTRO, 2007). A massa específica obtida pelo método da picnometria forneceu um valor 0,24% menor que o encontrado na literatura (FERREIRA, 2005)







Conclusões

Dentre os métodos utilizados para a extração do óleo fixo das sementes de andiroba, o que se mostrou mais eficiente na extração de óleo foi o método de maceração (extração a frio por solvente), apresentando o menor percentual de perda de material em comparação com os demais métodos. Os rendimentos encontrados foram bem próximos aos encontrados na literatura, assim como os valores encontrados para as propriedades físico-químicas estudadas.

Agradecimentos

Referências

CASTRO, L. H.; SANTOS, O. P. ; Rosa Maria Biaggio ; Beltrame Jr. M. . Extração e estudo de óleos essenciais da semente de andiroba. In: VII Encontro Latino Americano de Pós Graduação, 2007, São José dos Campos. Revista Univap - Edição especial. São José dos Campos: Univap, 2007. p. 201-204.

CONAB COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Semente de Andiroba. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/13_10_17_13_39_58_conjuntura_andiroba_outubro_2013.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2017.

FERREIRA, Ederlan de Souza; LUCIEN, Vitória Geogina . Estudo físico-químico do óleo fixo extraído da semente andiroba (Carapa guianensis, AUBL.). In: 2º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel, 2005, Varginia - Minas Gerais. Anais do II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel. Lavras: Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da UFLA, 2005. v. 2. p. 558-560.

SILVA, José Márcio Malveira da et al. Germinação e crescimento de mudas de andiroba (Carapa sp) em função do tamanho da semente e tempo de imersão em água. Revista Ciência Agronômica, [S.l.], v. 35, n. 2, p. 366-370, jul. 2014.

TEIXEIRA, Maurício Soligo Maggessi. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FOTOPROTETORA DE FORMULAÇÃO COSMÉTICA CONTENDO A ASSOCIAÇÃO ENTRE FRAÇÃO EM CLOROFÓRMIO DE Garcinia cambogia Desr. (Clusiaceae) E FILTRO SINTÉTICO DE AMPLO ESPECTRO. 2016. 61 f. TCC (Graduação) - Curso de Farmácia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2016.

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