Análise fitoquímica, quantificação de Fenóis totais, Flavonóides e avaliação da atividade antioxidante do extrato etanólico das folhas da Syzygium cumini (L)

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Morais, S.M. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Silva, M.V.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Fernandes, V.B. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

A espécie Syzygium cumini (L), ou azeitona preta, apresenta várias propriedades medicinais. O objetivo deste trabalho foi a caracterização fitoquímica do extrato etanólico das folhas da S. cumini (L), a quantificação de Fenóis Totais com o reagente de Folin-Ciocalteu, quantificação de Flavonóides utilizando solução de AlCl3 e avaliação da atividade antioxidante por meio do método DPPH. O teor de Fenóis totais ficou 233,27 ± 8,16 mg EAG/ g de extrato das folhas da S. cumini e o teor de Flavonóides 39,75 ± 0,13 mg EQ/g de extrato. A atividade antioxidante apresentou uma inibição do radical DPPH, com valor de CI50 11,91 ± 0,23 μg/mL. O padrão positivo da Quercetina no ensaio apresenta CI50 5,0 ± 0,18 μg/mL. Portanto o alto teor de fenóis correspondeu uma boa atividade antioxidante.

Palavras chaves

Jamelão; Medicina popular; Potenciais antioxidantes

Introdução

Os produtos naturais são utilizados pela humanidade desde tempos imemoriais. A busca por alívio e cura de doenças pela ingestão de ervas e folhas talvez tenha sido uma das primeiras formas de utilização dos produtos naturais (VIEGAS, Jr, BOLZANI, BARREIRO, 2006). A espécie Syzygium cumini (L), ou azeitona preta, mais conhecida popularmente no Estado da Bahia como Jamelão, Jambelão ou Jamboleiro. É uma árvore de aproximadamente 10 metros de altura. Sua densa, alta, e larga copa oferece sombra, motivo esse que é frequentemente cultivada em áreas urbanas originária da Índia (RUGGIERO, 2004.). Na medicina popular, suas partes constituintes podem ser utilizadas para vários fins, como para o combate de inflamações, flatulências, gota e alergias; controle do diabetes e hipertensão; e cura de cólicas e quadros diarreicos. Isso se dá devido a presença de substâncias com potencial antioxidantes como, flavonoides, taninos, antocianinas e outros constituintes fenólicos (LIMA, 2018). A arvore possui cerca de 10 a 15 metros de altura e pelo fato de as sementes deixarem uma mancha de cor arroxeada e indesejada nas calçadas, nas pinturas de automóveis e até mesmo nas roupas das pessoas essa planta infelizmente não se ver pelas cidades já que faz uma boa sombra por causa da sua copa ramificada e abundante (RUGGIERO, 2004.). As folhas do Jambolão é rico em flavonoides como rutina, isoquercetina, canferol e mirecetina, ácidos fenólicos como ácido elágico e ácido gálico e taninos como Nilocetina, responsáveis pela sua atividade antioxidante (CHAGAS et al., 2015). Portanto o objetivo deste trabalho foi determinar o teor de fenóis e flavonoides presentes nas folhas de Syzygium cumini correlacionando com sua atividade antioxidante.

Material e métodos

Coleta da planta: As folhas da Syzygium cumini (L) foram coletadas na Universidade Estadual do Ceará (UECE), situada na cidade de Fortaleza, no mês de julho de 2018. Preparação do extrato etanólico: Pesou-se 540 gramas da folha da Syzygium cumini (L). O extrato foi obtido através da maceração em que o liquido extrator foi o álcool etílico 92,8º INPM, utilizando 3 litros (L) do mesmo. O material vegetal ficou em contato com o líquido extrator por 10 dias. Após 10 dias, colocou-se o extrato em banho-maria até evaporação total do solvente. Testes fitoquímicos: Após esse processo inicial, realizamos os testes fitoquímicos seguindo a metodologia descrita por Matos (2009). Pesou-se 50 mg do extrato e dissolvemos em 15 mL de etanol. Separou-se 9 tubos de ensaio para 7 testes. Um tubo de ensaio com a solução do extrato serviu como comparação. Determinação do teor de fenóis totais (SOUSA et al., 2007.): A determinação foi feita seguindo a figura 1. Determinação do teor de flavonoides (FUNARI; FERRO, 2006.): A determinação foi feita seguindo a figura 2. Teste de atividade antioxidante (método DPPH): Para a preparação da solução mãe (10.000 ppm), 15 mg do extrato foi solubilizado em 1,5 ml de metanol. Em seguida, foram realizadas diluições em série. Foram feitas diluições para 5.000, 1.000, 500, 100, 50, 10 e 5 ppm. Em tubos de ensaio, 3.9 mL da solução de DPPH e 0,1 mL da amostra foram misturados, em triplicata. Após 1 hora no escuro, realizou-se a leitura no espectrofotômetro, no comprimento de onda de 515 nm. A concentração Inibitória para 50% do radical livre foi calculada a partir da equação da reta obtida através dos valores do índice de varredura. O valor da concentração inibitória média foi comparado ao padrão Quercetina.

Resultado e discussão

Os resultados dos testes fitoquímicos realizados no extrato da S. cumini (L) foram expostos na tabela 1. Em relação a quantificação dos Fenóis totais, foram encontrados os seguintes valores de absorbância: 0,081; 0,088; 0,067. Utilizou-se a curva de calibração do Ácido Gálico (y=763,58x + 9,9228) e à usamos para determinar a concentração correspondente a cada absorbância. Os valores das concentrações encontradas foram: 71,77; 77,12; 61,08. A média foi de 69,98. O desvio padrão foi de 8,16. Teor = 233,27 ± 8,16 mg EAG/g de extrato. Em relação a quantificação dos Flavonóides, achamos os seguintes valores de absorbância: 0,153; 0,166; 0,155. Usou-se a curva de calibração da Quercetina (y=18,825x + 0,21) para determinar a concentração correspondente a cada absorbância. Os valores das concentrações encontradas foram: 3,09; 3,33; 3,13. A média foi de 3,18. O desvio padrão foi de 0,13. Teor = 39,75 ± 0,13 mg EQ/g de extrato. A atividade antioxidante foi analisada por meio do método do DPPH. A absorbância do radical DPPH foi de 0,640. Os índices de varredura das concentrações 10.000; 5.000 e 5 ppm foram excluídos após tratamento de dados. Com os valores dos índices de varredura, obtivemos por meio do programa Excel, para cada amostra uma equação da reta para calcularmos a concentração inibitória para 50% da amostra. Com as equações da reta, fez-se o cálculo da concentração inibitória o valor de y por 50. Após os cálculos, a concentração inibitória das amostras foram: 12,10; 11,99; 11,65. Com as concentrações inibitórias de cada amostra, foi feito a média e o desvio padrão. O valor da média foi de 11,91 e o desvio padrão foi de 0,23. Cl50 = 11,91 ± 0,23 μg/mL.

Metodologias

A)Metodologia de quantificação de fenóis (SOUSA et al., 2007.). B) Metodologia de quantificação de flavonóides (FUNARI; FERRO, 2006.).

Resultado dos testes fitoquímicos

Resultado dos testes fitoquímicos

Conclusões

Os principais grupos de metabólicos secundários presente no foram: fenóis, taninos, esteróides e saponinas. O teor de Fenóis totais variou entre 241,43 e 225,11 mg de extrato etanólico. O teor de Flavonóides variou entre 39,88 e 39,62 mg de extrato. A avaliação da atividade antioxidante apresentou uma inibição do radical DPPH, com valor de CI50 11,91 ± 0,23 μg/mL. O padrão positivo da Quercetina no ensaio apresenta CI50 5,0 ± 0,18 μg/mL, sendo assim o extrato apresenta uma boa atividade antioxidante, que pode ser justificada pela presença de metabólicos secundários importantes.

Agradecimentos

Agradecemos a orientação da profª Drª Selene Maia de Morais e ao aluno Flavio Lopes pelos esclarecimentos durante a realização deste presente trabalho.

Referências

CHAGAS, V. T., FRANÇA, L. M., MALIK, S., & PAES, A. M. DE A. Syzygium cumini (L.) skeels: a prominent source of bioactive molecules against cardiometabolic diseases. Frontiers in Pharmacology, 6, 259, 2015
FUNARI, C. S; FERRO, V. O. Analise de própolis. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 26, n. 1, p. 171-178, 2006.
LIMA, M. A. C. S. Jamelão (Eugenia jambolana). Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/jamelao-eugenia-jambolana.htm>. Acesso em: 08 jul. 2018.
MATOS, F. J. A., Introdução a Fitoquímica Experimental. 3 ed., Edições UFC, Fortaleza, 148 p., 2009.
RUGGIERO, A. A. Estudo farmacognóstico do jambolão Syzygium cumini (L.) Skeels Myrtaceae. 2004. 104 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Fármaco e Medicamentos, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9138/tde-27022015.../AndreaARuggiero_M.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2018.
SOUSA, C. M. M. et al. FENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE CINCO PLANTAS MEDICINAIS. Química Nova, [s.l.], v. 30, n. 2, p.351-355, 19 jan. 2007. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol30No2_351_20-AR06044.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2018.

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