POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO EXTRATO METANÓLICO DAS FOLHAS DE CRAJIRU (ARRABIDAE CHICA) BIGNONIACEA.

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Souza da Silva, S. (UFAM) ; Caldas Rocha, W. (UFAM)

Resumo

As plantas medicinais constituem uma fonte importante de substâncias com atividades biológicas e muito deles tornam-se modelos para a síntese de um grande número de compostos bioativos. A planta Arrabidaea chica, popularmente conhecida como “pariri”, é comum na região Amazônica, e a ela são atribuídas várias propriedades medicinais. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo geral analisar o potencial antioxidante do extrato metanólico de folhas da Arrabidaea chica. As analises foram realizados por cromatografia em camada delgada (CCD) fase reversa, empregando placas cromatográficas de sílicas RP18. o extrato metanolico apresentou substancias com atividade antioxidante.

Palavras chaves

extrtos vegetais; CCD/DPPH; ccd em fase reversa

Introdução

Atualmente cerca de 50% dos medicamentos utilizados no mundo, são de origem sintética e cerca de 25% são de origem vegetal, isolados diretamente ou produzidos por síntese partindo-se de um precursor vegetal. (NEWMAN & CRAGG, 2007). As plantas medicinais constituem uma fonte importante de substâncias com atividades biológicas e muito deles tornam-se modelos para a síntese de um grande número de compostos bioativos. O gênero Arrabidaea ocorre na América, desde o sul do México até o Brasil central. Encerra 120 gêneros com aproximadamente 800 espécies, que são encontradas em sua maioria em regiões tropicais e subtropicais, é fonte de antocianinas, flavonóides e taninos, entre outros (DEVIA et al., 2002; PAULETTI, BOLZANI & YOUNG, 2003; ZORN et al., 2001). Arrabidaea chica (Bignoniaceae), é popularmente, conhecida como crajiru, carajuru, pariri, cipó cruz, coá-pyranga. Na medicina popular é utilizada como anti-inflamatório, cicatrizante, antianêmicos, e no combate a cólicas intestinais, hemorragia, diarreia, e leucemia (COSTA E LIMA, 1989. As folhas da Arrabidaea chica são ricas em antocianinas (JORGE, 2008), que são compostos fenólicos amplamente distribuídos na natureza e responsáveis pela coloração azul, violeta e vermelha presente em algumas flores, frutos, folhas e raízes de plantas (PAULA et al.,2013). Dentre as antocianinas presentes nesta espécie, o principal composto e um pigmento conhecido como Carajurina (PAULA et al., 2014). O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito antioxidante do extrato metanólico das folhas de crajiru (arrabidaea chica) Bignoniacea.

Material e métodos

As folhas de Arrabidaea chica foram coletadas, em um terreno particular, no município de Coari/AM, de um único local de cultivo (agricultura doméstica) e armazenadas em sacos plásticos não transparente e transportada ao laboratório de Química Orgânica, situado no Instituto de Saúde e Biotecnologia da Universidade Federal do Amazonas- UFAM. A assepsia das folhas foi feita com uma solução de hipoclorito de sódio (NaCIO) na concentração de (2,5%), e em seguida pesadas em balança analítica. Então foi colocado as folhas do crajiru para secar em temperatura ambiente por 14 dias. O extrato metanólico das folhas foi preparado através de extração por com metanol, em aparelho de Soxhlet, sendo realizado em média 12 refluxos por cartucho. Acabado este processo, o líquido extraído foi transferido para um recipiente e posto na capela para evaporação do solvente, assim resultou no referente extrato. Em seguida pesou-se e calculou-se o rendimento do extrato. O perfil cromatográfico foi realizado por cromatografia em camada delgada (CCD) fase reversa, empregando placas cromatográficas de sílicas RP18. Dessa forma, as amostras de 10 mg, 50 mg do extrato foram diluídas em 1 mL de metano (MeOH) sendo aplicados em placas (5x10 cm) em forma de bandas. As placas foram eluídas em cubas cromatográficas tendo em média 20 min de saturação. O extrato da planta estudada foi eluído em diferentes sistemas de solventes até que se encontrar-se a visualização das bandas separadas. Após a aluição será feito a visualização por reveladores químicos e o DPPH que é um revelador específico para substâncias antioxidantes. O surgimento de mancha amarela sob fundo de coloração púrpura do extrato é indicativo de atividade antioxidante.

Resultado e discussão

Após a coleta, processamento das folhas e a extração da substância no parelho soxhlet, o extrato foi posto na capela para evaporação do solvente. Depois da evaporação do extrato pesou-se e calculou-se o rendimento da massa do extrato. O rendimento obtido foi de 31,66 %. As análises foram realizadas por CCD e por sua vez determinou-se na fase reversa empregando placas cromatográficas de sílicas RP18. Dessa forma, as amostras de 10 mg, 50 mg do extrato foram diluídas em 1 mL de metano (MeOH) sendo aplicados em placas (5 x 10 cm) em forma de bandas com capilar de vidro a água destilada/metanol 3:7, e água destilada /acetatonitrila 3:7, onde se obteve melhor resultado em água destilada /acetatonitrila na concentração de 3:7. Sendo que foram usadas 2 placas de sílica. Na placa 1 que foi usado água destilada/acetatonitrila foi observado 7 bandas, com respectivos (Rf): 0,33; 0,40; 0,47; 0,54; 0,64; 0,74 e 0,94. Na placa 2 que foi usado água destilada/metanol foi observado 2 bandas com respectivos (Rf): 0,12 e 0,55.Foi possível observar que o extrato metanólico das folhas de crajiru apresentam varias substancias com atividades antioxidante e estes resultados estão de acordo com os resultados de (JORGE, 2008).

Conclusões

Os extratos metanolicos das folhas de crajiru, nas concentrações de 10 e 50 mg/mL apresentam substancias com atividades antioxidantes.

Agradecimentos

Agradeço ao Instituto de Saúde e Biotecnologia ISB/Coari-UFAM que disponibilizou as instalações e materiais utilizados nessa pesquisa.

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