LEVANTAMENTO ETNOBOTANICO DAS PLANTAS MEDICINAIS MAIS USADAS NO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO-RO

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Soneguete, I.F.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Souza, N.M.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA) ; Sousa, M.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA)

Resumo

O uso de plantas medicinais é uma tradição muito difundida nas mais diversas populações, principalmente na região norte do país que vem de muitas gerações. Sabe-se que no processo evolutivo da humanidade, desde os tempos antigos, o homem recorre aos recursos vegetais, com o objetivo de melhorar suas condições de existência e sobrevivência. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento etnobotânico das espécies medicinais comercializadas em ervanários e feiras populares do município de Porto Velho-RO, bem como seus usos. Os resultados apontaram que as plantas mais procuradas são para doenças mais significativas atualmente, como: diabetes, refluxo, dores na coluna, uso estomacal, malária, doenças venéreas e pressão alta.

Palavras chaves

etnobotânica; plantas medicinais; Amazônia

Introdução

A Região Norte que contempla a Amazônia, possui potencialidades de conhecimento, com uma grande biodiversidade (MAGNUSSON et al, 2016). Além de vasta diversidade aos organismos presentes em diferentes ecossistemas, a cultura e economia também são atrativas na região, que se encontra em processo evolutivo continuo de desenvolvimento auto sustentável. A Amazônia é citada como uma nova geopolítica, onde riquezas naturais com potencial de exploração podem ser encontradas, gerado um sistema sustentável (BECKER, 2005). Nesta perspectiva, citam-se as diversas plantas da região que poder ser usadas cura de doenças. A etnobotânica é o estudo do uso tradicional das plantas na cura de doenças. Na Amazônia as comunidades fazem uso destas como alternativas terapêuticas, e este prática passa por gerações (Di STASI; HIRUMA-LIMA, 2002). Este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento etnobotânico em ervanários que comercializam plantas para uso medicinal. Tal pesquisa se torna relevante, pois podem subsidiar trabalhos sobre uso sustentável da biodiversidade, através da valorização e do aproveitamento do conhecimento empírico das sociedades humanas, a partir da definição dos sistemas de manejo, incentivando a geração de conhecimento científico e tecnológico voltados para o uso sustentável dos recursos naturais encontrados na região de Porto Velho – Rondônia.

Material e métodos

O presente estudo apresentou as questões indicadas na construção do objeto de investigação e do quadro teórico que implica em considerar esta investigação dentro de uma abordagem de caráter qualitativo descritivo. A pesquisa foi realizada em locais que comercializam plantas medicinais no município de Porto Velho-Rondônia, tais como: bancas (mercado municipal) e ervanários (loja) de plantas medicinais. O período destinado para a coleta dos dados através da observação de campo e entrevista foram os meses de agosto a outubro de 2017. Para a obtenção dos dados, um termo de livre consentimento foi apresentado aos entrevistados, que os assinou, concordando com as entrevistas aplicadas (BRASIL, 2017). Os sujeitos da pesquisa foram os gerentes/empresários e responsáveis pelas feiras e ervanários de Porto Velho. O instrumento da pesquisa foram questionários semi-estruturados, com 5 cinco, com perguntas abertas e fechadas aos proprietários dos ervanários e raizeiros. Utilizou-se também a pesquisa bibliográfica com o objetivo de comparar os usos medicinais das plantas citadas para as determinadas patologias.

Resultado e discussão

No levantamento realizado foram identificadas que as espécies de plantas mais vendidas nos pontos comerciais e mais consumidas, segundo os informantes são: espinheira santa, boldo, douradinha, feno grego e sucuba, onde as palotoligias mais citadas foram diabetes, problemas de fígado, câncer, inflamação no estômago (úlcera), malária, que são doenças que tem acometido pessoas ao longo dos tempos (Tabela 1). Falar da Amazônia e suas potencialidades, como as plantas medicinais, traz uma grande amplitude de possibilidades para a discussão e realização de pesquisas na área. Esta pesquisa teve como retorno a identificação, não só problemas enfrentados por uma comunidade ou população, mas apresentou a grande variabilidade de opções das plantas medicinais, como parte da vivencia da população de Porto Velho. Como não são bem conhecidos os componentes bioativos de certas plantas utilizadas pela população e seus reais efeitos e potencial de ação, é sabido que podem causar efeitos adversos, principalmente se associado a outros compostos bioativos e medicamentos alopáticos. Sugere-se a necessidade da inclusão do conhecimento de terapias alternativas, como a fitoterapia, no cotidiano de profissionais da saúde. Essa inclusão abre maiores possibilidades para que estes profissionais realizem as atividades em caráter multidisciplinar, buscando melhorar a saúde da população e a qualidade de vida da mesma, proporcionando novas opções de tratamento para as patologias.

TABELA 1: Plantas Medicinais comercializadas em Porto Velho-RO

Levantamento de plantas medicinais comercializadas em ervanários de Porto Velho-RO

Conclusões

Este estudo mostra que as plantas mais procuradas são para malária, câncer, diabetes, visto a preocupação com essas patologias. Os saberes crescentes das comunidades, baseado na etnobotânica, traz conhecimento empírico importante de vegetais para uso como remédios. Com isso, é preciso integrar o conhecimento cientifico e a sustentabilidade. Projetos de farmácias naturais, poderiam ser implementados pelo sistema de saúde, dando apoio a população, já que esta vem sofrendo com a falta de assistência ampliada pela rede básica de saúde.

Agradecimentos

FAPERO-Fundação de Amparo a Pesquisa de Rondônia

Referências

BECKER, B.K. Geopolítica da Amazônia. Estud. av. vol.19 no.53 São Paulo Jan./Apr. 2005.
BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Biodiversidade Brasileira. Brasília, 2017.
Di STASI, L.C.; HIRUMA-LIMA, C.A. Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica. 2a ed., São Paulo: UNESP, 2002.

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