Estudo Fitoquímico do extrato MeOH e a atividade antibacteriana (E. coli e S. aureus) dos extratos Hexano, AcOT e MeOH das folhas da espécie Calotropis procera (Asclepiadaceae).

ISBN 978-85-85905-23-1

Área

Produtos Naturais

Autores

Silva, M.C.M.S. (IFMA) ; Castelo Branco Santos, J. (UNICEUMA) ; Fernandes Barros, T. (UNICEUMA) ; Costa Carneiro, F.J. (IFMA) ; Cantanhede Filho, A.J. (IFMA) ; Nascimento da Silva, L.C. (UNICEUMA)

Resumo

A espécie vegetal Calotropis procera, da família Asclepiadaceae, é uma planta com ocorrência nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, conhecida popularmente como Algodão de Seda, Flor de Seda, Algodão da Praia, Leiteira. C. procera é usada na medicina tradicional como purgante, anti-helmíntica, anticoagulante, antinflamatória, antipirética, analgésica e antimicrobiana, e para o tratamento de hanseníase, úlceras, hemorroidas, tumores e etc. As folhas da espécie Calotropis procera da família Asclepiadaceae foram coletadas e obteve- se o extrato bruto etanólico, em seguida, fez-se a investigação química das classes orgânicas do extrato MeOH e da atividade antibacteriana dos extratos Hexânico, Acetato de Etila e Metanólica.

Palavras chaves

Calotropis Procera; Atividade antibacteriana; Fitoquímica

Introdução

A Calotropis procera é uma planta que apresenta uma elevada abundância, com um rápido crescimento e grande produção de quantidade de sementes e frutos, o que a torna extremamente acessível à população e de fácil germinação, por isso possui potencial para ser considerada uma planta invasora da região semiárida (FABRICANTE et al, 2013). Ela foi introduzida no território brasileiro em 1900 (KISSMANN & GROTH, 1992), inicialmente como uma planta ornamental na cidade de Recife, em Pernambuco, (INSTITUTO HÓRUS, 2012). Ela possui vários nomes populares, entre eles temos: Algodão de Seda, Flor de Seda, Algodão da Praia, Leiteira, Paina-de-Sapo, Paina-de-Seda, Saco-de- Velho, Queimadeira, Pé-de-Balão, Janaúba e Ciúme (SOUTO et al., 2008). É uma espécie vegetal com grande potencial farmacológico, mas com poucos estudos realizados, alguns estudos farmacológicos realizados nas folhas da Calotropis procera indicam atividades do tipo hipotensora (OLIVEIRA, 2004), analgésica e antipirética (BARROS et al., 2004).

Material e métodos

As folhas da espécie Calotropis procera da família Asclepiadaceae foram coletadas no município de São Luís, MA. Após a coleta, o material foi encaminhado para o Laboratório de Análises Térmicas e Cromatográficas do Campus São Luís Monte Castelo (IFMA), onde as folhas foram preparadas (Secagem, extração e concentração). Para obtenção do extrato metanólico foi utilizado pó da folha da Calotropis procera com o peso de 4,01 g, a partir da extração direta com os solventes orgânicos (Hexano, Acetato de Etila e Metanol. Após a concentração total do solvente, esses extratos foram depositados em frascos de vidros e reservados no dessecador para evitar a umidificação da mesma. Em seguida separou-se uma alíquota do material do extrato metanólico de 0,1g para realização dos testes químicos das classes de metabólitos secundários desse extrato.Separou-se ainda uma alíquota de 100 mg diluído em 1000μL de Dimetil Sulfoxido obtendo concentração de 100mg/mL para as determinações das concentrações mínima inibitória (CMI), de cada extrato (Hexânico, Acetato de etila e Metanólico) contra a linhagem padrão de Staphylococcus aureus ATCC® 6538™e Escherichia coli ATCC® 25922™.

Resultado e discussão

Através da análise fitoquímica da Calotropis procera em seu extrato metanólico é possível identificar classes de metabólicos de interesse farmacológico e com isso proporcionar o estudo desses componentes ativos (Figura 1), percebe-se que foi indicada a presença de alguns metabólitos como flavonoídes, taninos condensados, ranminose, esteroides e triterpenóides e, portanto, de acordo com alguns estudos os flavonoides são uma classe fitoquímica de grande interesse farmacológico por possuir uma variedade de substâncias ativas, dentre as quais podemos destacar; anti- inflamatória, analgésica, antimicrobiana, e também hipotensora e já os compostos fenólicos apresentados em plantas estão correlacionados com sistema de proteção da mesma, permitindo um alto grau de resistência a microrganismo e pragas, sendo assim antioxidantes mais abundantes em vegetais e que (EVERETTE et al., 2010), em concentração adequada desempenham um papel importante na inibição de doenças cardiovasculares, e atuam sobre estresse oxidativo que estão relacionados a diversas patologias crônicas- degenerativas, como o diabetes, o câncer e processos anti-inflamatórios. Os extratos de C. procera possuem ação anti-S. aureus e anti-E. coli (Figura 2). Estes resultados indicados são importantes para incitar o desenvolvimento de pesquisas que possam aproveitar o potencial dessa espécie.

Figura 1.

Prospecção das classes fitoquímicas Extrato MeOH das folhas da espécie Calotropis Procera.

Figura 2.

Avaliação da concentração inibitória mínima dos extratos de C. procera contra S. aureus ATCC 6538 e E. coli ATCC 25922.

Conclusões

Os resultados apresentados de acordo com os teste químicos demonstraram a presença de alguns metabólitos secundários no extrato MeOH que podem estar correlacionados a possíveis atividades biológicas. Enquanto que os resultados obtidos com testes envolvendo CMIC com os dois extratos (Hexano, MeOH e AcOET) apresentaram ação antibacteriana contra bactéria Gram-positiva testada (S. aureus ATCC 6538) e Gram-negativa (E. coli ATCC 25922), assim futuros estudos poderão ser realizados com esses extratos para determinar os constituintes químicos e possibilitar resultados antimicrobianos positivos muito mais eficazes.

Agradecimentos

Agradecimentos ao Laboratório de Produtos Naturais do Campus/São Luís - Monte castelo do IFMA e Laboratório de Prospecção Molecular da Campus/Renascença do UniCeuma.

Referências

BARROS, F.E.V. et al. Avaliação das Atividades Analgésica e Antiinflamatória do Extrato Metanólico de Calotropis procera R. Br. (ciúme). Infarma, v.16, n.9-10, p.60-4, 2004.
EVERETTE, J. D.; BRYANT, Q. M.; GREEN, A. M.; ABBEY, Y. A.; WANGILA, G. W.; WALKER, R. B. Thorough study of reactivity of various compound classes toward the Folin-Ciocalteou reagent. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Washington, v. 58, p. 8.139-8.144, 2010.
FABRICANTE. R. J; OLIVEIRA. DE A. N. M; FILHO. DE S. A. J. Aspectos da ecologia de Calotropis procera (Apocynaceae) em uma área de Caatinga alterada pelas obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco em Mauriti, CE: Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD). Petrolina, PE, Brasil, 2013.
INSTITUTO HÓRUS – Instituto de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. The Nature Conservancy, <www.institutohorus.org.br/download/fichas/calotropis procera.htm/>. Acesso 10 Jul. 2018.
KISMANN, K.G., GROTHroth, D. Plantas infestantes e nocivas. BASF Brasileira, São Paulo. 399p. 1992.
OLIVEIRA, A.V. Avaliação da atividade hipotensora de extratos e frações das folhas de Calotropis procera R. Br.. 79p. Dissertação (Mestrado em Saúde e Ambiente)-Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2004.
SOUTO, P.C.; SALES, S.C.V.; SOUTO, J.S.; SANTOS, R.V. & SOUSA, A.A.. Biometria de Frutos e Número de Sementes de Calotropis procera (Ait.) R. Br no Semi-Àrido da Paraíba. Revista Verde 3: 108 113,2008.

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