ANÁLISE GC-MS DO ÓLEO ESSENCIAL DE ESPÉCIES MEDICINAIS DA REGIÃO DE MARABÁ

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Orgânica

Autores

Junior, J.A.S. (UNIFESSPA) ; Sousa, B.M.F. (UNIFESSPA) ; Silva, S.C. (UNIFESSPA) ; Simote Silva, S.Y. (UNIFESSPA) ; Oliveira, M.N. (UNIFESSPA)

Resumo

Os óleos extraídos possuem propriedade de reproduzir o odor e o sabor da fonte vegetal, tornando-os alvos das indústrias de cosméticos e farmacêutica. Neste trabalho buscou-se analisar o perfil químico, do óleo essencial, de algumas espécies encontradas na cidade de Marabá-PA. Os vegetais coletados foram: Alpinia, Eucaliptus, Myrcia e a espécie Aniba canelilla Kunth, após a extração do óleo essencial, as amostras foram analisadas por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. Após análise dos cromatogramas foi possível identificar 16 componentes voláteis de Alpinia, 12 componentes voláteis de Eucalipto, 12 componentes voláteis de Myrcia e 9 componentes voláteis de Aniba canelilla Kunth tendo como destaque o composto majoritário 1-nitro-2-feniletano, com cerca de 70% da composição do óleo.

Palavras chaves

Voláteis; hidrodestilação; GC-MS

Introdução

As plantas fazem parte do nosso cotidiano desde os primórdios da humanidade através de dados históricos, sendo utilizadas como: alimento, medicamento, aquecimento e na construção de abrigo. Pode-se dizer que somos dependentes das plantas, pois a utilizamos como recursos naturais, explorando-as de maneira que trazem benefícios para a sociedade. A região norte é uma grande detentora de várias espécies de plantas conhecidas e desconhecidas. A partir dessa grande biodiversidade são gerados diversos produtos, sendo alguns destes aproveitados na área farmacológica. O estado do Pará tem sido alvo de estudos de óleos essenciais na sua capacidade medicinal, utilizando essências as quais desempenham um papel importante na sobrevivência das plantas, ou seja, na sua proteção. Os óleos essenciais fazem parte dos perfumes e acompanham a história da humanidade há milênios. Tais são formados por plantas aromáticas com um odor característico, sendo geralmente obtido de forma natural por meio de extração a vapor e hidrodestilação. Dificilmente no Brasil não há uma pessoa que não conheça algum tipo de remédio caseiro, estes mesmo podem ser identificados somente pelo cheiro característico de algumas plantas. Pode-se dizer que a maioria da população brasileira utiliza medicina alternativa para tratar algum mal, no entanto, a exploração constante pode trazer inúmeras perdas de espécies nativas causando assim sua extinção, assim é necessário explorar estas espécies com cautela. A região Sudeste do Estado Pará está localizado as cidades de Jacundá, Marabá, Itupiranga e etc., nesta região e característico o clima, tropical, com duas estações bem definidas sendo uma chuvosa e uma seca sendo ela com uma diversidade de recursos naturais imensa,dentre as destaca-se a flora encontrada nesta região.

Material e métodos

As amostras foram coletadas e identificadas preliminarmente através do conhecimento popular entre os moradores dos municípios coletados, sendo comparadas com o auxilio da bibliografia especializada e com a fotografia da amostra da exsicata da espécie estudada. Em seguida realizou-se a extração de óleo essencial das espécies em estudo. A quantidade de material vegetal, de cada espécie, está descrita abaixo: Alpinia (Jardineira ou Colônia), o material foi coletado no município de Jacundá/PA, para a extração utilizou-se: 503,3594g de folhas secas; no caule a partir de 244,675g e na flor foram utilizados 85,864g. Eucaliptus (Eucaliptus cheiroso) foram coletadas na PA 150 no viveiro castanheira, no município de Marabá, para a extração utilizou-se: 160,3211g de folhas secas e 93,4447g do caule. Myrcias plendens (Ameixa), foi coletada próxima ao campus II, da UNIFESSPA, no município de Marabá, para a extração utilizou-se 625,76g de folhas secas. Aniba canelilla kunth (Casca preciosa ou Canelinha do Mato) foi coletada no município de Jacundá, para a extração utilizou-se: 587,61g de folhas secas e 145,37g do caule. Após a secagem do material, o mesmo foi triturado em um liquidificador. A extração do óleo realizada por hidrodestilação em sistemas de vidro tipo clevenger durante 3 horas. O rendimento de óleo foi calculado em ml/100g de amostra seca. Os óleos foram armazenados em eppendorf, vedadas, acondicionados em geladeira a 5°C. Através da seguinte Equação 01. (Eq. 01) Vóleo= volume do óleo P = massa da amostra, em gramas Para determinar o perfil químico dos óleos essenciais, utilizou-se o equipamento GC-MS Shimadzu, operando no modo de impacto eletrônico (70 eV) e com coluna capilar HP-5MS 5% phenyl methyl Silox (30m de comprimento x 0,25mm de diâmetro interno x 0,25μm de espessura do filme da fase estacionária).O hélio foi utilizado como gás de arraste a uma pressão de 8.2371 psi e velocidade de 36.623 cm/s. A programação de temperatura para o forno foi: 60°C por 10min/; aumentando 5°C/min até 150°C, mantida por 5 minutos em seguida aumentando 5°C/min até 280°C e mantida por 10 minutos.

Resultado e discussão

Os rendimentos de óleo essencial obtido de cada espécie foram muito expressivos, onde pode-se observar que algumas espécies deram rendimentos excelentes, tendo como destaque o gênero Eucaliptus, pois com pouca quantidade de material vegetal obteve-se um bom rendimento de óleo (3,11% das folhas e 0,42% do caule), quando comparado as demais espécies. A identificação dos componentes voláteis de cada material vegetal (Folhas, caule e flor) dos espécimes estudados foram feitos por comparação computadorizada dos espectros de massas adquiridos com aqueles armazenados no banco de dados do sistema CG-MS, além da comparação com a literatura. Da comparação dos espectros foi possível identificar 16 componentes totais do gênero Alpinia sp., tendo como composto majoritário o terpineol-4-ol. De acordo com o levantamento bibliográfico realizado a composição química esta de acordo com a literatura (BARCELOS et al., 2010). Do Gênero eucaliptus foram identificados um total de 10 componentes do óleo essencial das folhas e caule, sendo que o eucaliptol foi o composto majoritário em ambas as matrizes. Os compostos identificados estão de acordo com a literatura. (ESTANISLAU, et al 2001). A análise química do óleo essencial das folhas do gênero Myrcia levou a identificação de 9 componentes tendo como principais voláteis o α-pineno e o cariofileno. Estes resultados estão de acordo com as literaturas consultadas (ZOBHI et al 2003). Da analise do óleo essencial das matrizes (casca do caule e folha) da espécie Aniba canelilla Kunth, foi identificado um total de 9 voláteis, sendo que destes apenas o 1 nitro-2-feniletano foi identificado em comum nas duas matrizes, o qual também foi o componente majoritário.

Estrutura dos principais componentes voláteis identificados de cada espécie (1A, 1B, 1C, 1D e 1E).


Componentes voláteis comuns as espécies vegetais estudadas.

Conclusões

Este estudo permitiu conhecer o perfil químico das espécies Alpinia (Zingiberaceae), Eucaliptus (Myrtaceae), Myrcia (Myrtaceae) e a espécie Aniba canelilla Kunth (Lauraceae), a partir da extração de seus óleos essenciais, onde foi possível observar um alto rendimento obtido das folhas do gênero Eucaliptus quando comparado à porcentagem obtida das demais espécies trabalhadas. Todas as partes vegetais (folha, caule e flor) apresentaram uma grande variedade em seus perfis químicos, no entanto não foi possível identificar todos. Como perspectiva pretende-se dar continuidade a este resultado realizado tanto ensaios biológicos, assim como, calculando o índice de Kovats para identificar os demais componentes voláteis que não foram possíveis de identificar neste trabalho.

Agradecimentos

À Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA, juntamente com o professor Dr. Sebastião da Cruz Silva pela oportunidade de participar do projeto.

Referências

ESTANISLAU, A.A.;BARROS , F.A.S.; PENA, A.P; SANTOS S. C. FERRI, P. H ;PAULA, J.R. Composição química e atividade antibacteriana dos óleos essenciais de cinco espécies de Eucaliptus cultivadas em Goiás. Revista brasileira de farmacologia, v. 11, n. 2, p.95-100 2001.

LHALOU, S. phd, MAGALHÃES, C. J. P.Phd, SIQUEIRA R. J. B.,Cardiovascular effects of the essential of Aniba canelilla Bark in Normotensive Rats, v. 46 n. 4,p 412-421.2005.

TAVEIRA, F.S.N, LIMA, ANDRADE, MAIA,J.G.S. Seasonal essential oil variation of aniba canelilla Bhiochemical Systematics and Ecology 31 p. 69-75.2003

ZOGHBI, M.G.B., Andrade, E.H.A., Silva, M.H.L., Carreira, L.M.M., Maia, J.G.S.,.Essential oils from three Myrcia species. Flav.Fragr. J. 18, 421–424, 2003.