AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UMA FARINHA DE ORIGEM ANIMAL.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Orgânica

Autores

Borba, R.N.S. (UECE) ; Damasceno, R.I.O. (UECE) ; Pereira, B.F.N. (UECE) ; Moura, A.R.F. (UECE) ; Costa, I.F. (UECE) ; Montes, R.A. (UECE) ; Almeida, W.R. (UECE) ; Pinheiro, H.N. (UECE) ; Dantas, C.L. (UFC)

Resumo

Óleos e gorduras são constituintes naturais dos ingredientes que são usados nas formulações de rações para animais. Podem ser ainda adicionados às rações com o objetivo de ajustar os seus níveis energéticos já que possuem cerca de 2,25 vezes mais energia que carboidratos e proteína, além disso fonte de ácidos graxos essenciais. Porém, sem a adição de antioxidante e anti- salmonella as Farinhas de Origem Animal tem um nível de degradação na faixa de três meses. Sendo assim, o presente estudo teve o objetivo de avaliar os subprodutos de origem animal, em especial a Farinha de Carne e Ossos (F.C.O) destinados à fabricação de ração animal analisando a matéria prima sem conservantes

Palavras chaves

Peróxido; Índice de acidez ; Farinhas de origem animal

Introdução

A importância dos produtos de origem animal para alimentação principalmente de aves e suínos, tem sido discutida de forma intensa por causa de sua qualidade, da quantidade de nutrientes fornecidos e por esta apresentar uma economia na formulação de dietas para as diferentes etapas do desenvolvimento animal. Porém, as variações nutricionais e a qualidade destes ingredientes podem implicar em perda no desenvolvimento dos mesmos (FARIA FILHO et al., 2000). A Farinha de Carne e Ossos (F.C.O) é um dos ingredientes alternativos que merece estudos mais detalhados sobre sua composição química, para se obter o máximo de sucesso na sua utilização. É o principal subproduto de abatedouros utilizado na nutrição animal, sendo uma ótima fonte de proteína e de energia além de ser fonte de cálcio e fósforo (VIEITES, 1999). Um dos órgãos fiscalizadores das indústrias produtoras de alimentos animal é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que pela Lei nº 6.198, de 26 de dezembro de 1974, dispõe sobre a inspeção e fiscalização obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal(BRASIL, 1974) Sendo assim, o presente estudo teve o objetivo de avaliar os subprodutos de origem animal e testes realizados para definir suas qualidades, analisando a matéria-prima recebidas sem conservantes para a fabricação dos produtos destinados a nutrição animal, em especial a F.C.O, utilizada em uma cooperativa produtora de rações destinadas ao consumo animal.

Material e métodos

Índice de Peróxido. A partir da amostra coletada nos caminhões é pesado cerca de 50g em um erlenmeyer de plástico e adicionado uma solução de 100ml de Éter de Petróleo para 1g de Butilhidroxitolueno (BTH) e levado ao agitador por 10 minutos. Ao sair do agitador a mostra com a solução é dividida em 4 tubos de ensaio de 15ml e levada a centrifuga durante 10 minutos a 3.500rpm (rotações por minuto). Após o final da centrifugação o sobrenadante é recolhido e transferido para um erlenmeyer de vidro, previamente tarado e anotado o peso, e levado ao banho maria até a evaporação total do solvente. Com a evaporação do solvente resta-se apenas a gordura que continha na amostra, e ela é levada a estufa a 105° durante 10 minutos e em seguida levada ao dessecador por 15 minutos. Com isso o erlenmyer, junto com a gordura, é novamente pesado e com o peso anotado a gordura extraída é diluída em 30 mL de solução 3:2 de Ácido Acético/Clorofórmio, adiciona-se 0,5 mL de solução saturada de Iodeto de Potássio. Dispensar 30 mL de água destilada na solução, então uma alíquota de 1mL de solução de amido indicador (1%) é adicionada e realizar titulação com tiossulfato de sódio 0,01N até que a coloração tenha quase desaparecido. Acidez É utilizado 2,5 gramas de amostra íntegra juntamente com 75mL de álcool etílico neutralizado com Hidróxido de sódio 0,1 N que fica em repouso durante 30 minutos, com agitação de 5 em 5 minutos. Após isso é filtrado em um erlenmayer e adiciona-se 50mL de álcool etílico neutralizado, deixando em repouso. Após 15 minutos, o sobrenadante é filtrado sobre o mesmo papel filtro juntando ao que já foi filtrado. Titulado com solução de Hidróxido de sódio 0,1 N ultilizando 4 a 5 gotas de fenolftaleína 1% e atingir a coloração rósea persistir.

Resultado e discussão

A amostra foi coletada de um fornecedor que não faz nenhum tipo de tratamento com conservantes, nem antioxidante e nem com anti-salmonella. A amostra de Farinha de Carne e Ossos (F.C.O) apenas recebeu tratamento térmico na hora do processamento. Esse tipo de processamento dá ao produto uma validade de 3 meses após a fabricação. Nossos resultados para os testes de índice de peróxido que foram realizados com um intervalo de tempo de 15 em 15 dias mostraram que, a partir do dia 07 de junho para o dia 21 de junho, a taxa de peróxido quase duplicou e seguiu esse padrão até o dia 19 de julho. Já no intervalo entre o dia 10 de julho e o dia 02 de agosto é possível notar que a taxa não subiu quase nada em comparação com os outros intervalos, indicando que o peroxido chegou ao topa da curva de e a partir disso ele decaiu formando aldeídos e cetonas como é possível observar nos resultados dos dia 10 de agosto, onde o índice de peróxido caiu de 11,12 do dia 02 de agosto para 4,36. Os testes de rancidez, ou reação de Kreiss, foram realizados no início da curva, nos dias 07 e 21 de junho e no dia 05 de julho, mostrando que o a formação de aldeio e cetonas ainda não está tão alta para ser apresentado de formar positiva para o teste de rancidez. Já no último dia que foi realizado o teste, dia 16 de agosto, o teste respondeu para positivo apresentando a cor avermelhada que indica rancidez positiva. Já nos testes de acidez é possível notar que o seu aumento é quase nada comparado ao índice de peroxido. Mostrando que no mesmo espaço de tempo o pH da Farinha de Carne e Ossos (F.C.O) não sofreram tanta alteração comparado com o peróxido que tem uma curva de oxidação lipídica.

GRAFICO 1:

Curva de peróxido e acidez da amostra de Farinha de Carne e Osso. Fonte: SOUZA, A.V.C., 2003.

TABELA 1:

Valores das análises quantitativas para Índice de peróxido e acidez com intervalos de 15 em 15 dias entre as análises.

Conclusões

Conclui-se que a partir dos resultados mostrados acima que, sem a aplicação de antioxidantes e anti-salmonella nas farinhas de origem animal, como na amostra de Farinha de Carne e Ossos (F.C.O.), analisada no estudo, o produto tem uma validade de 3 meses por conta da oxidação lipídica alterando o sabor e o odor do produto final afetando a palatabilidade.

Agradecimentos

A empresa Nutrivil Industria e Comércio de Rações Eireli onde esse trabalho foi realizado.

Referências

BELLAVER, C, Peroxidação de lipídeos e índice de peróxido. Revista Graxaria Brasileira, Jan/Fev nº40, 2009.



BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Decreto nº 6198 de 26 de Dezembro de 1974 . Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6198.htm > Acesso em: 15 ago. 2019.



Compêndio brasileiro de alimentação animal. São Paulo:SINDIRAÇÕES, 2013.



COUTATE, TP, Alimentos: a quimica de seus componentes,Ed. Artmed, Porto Alegre 2004.



FARIA FILHO, D. E.; JUNQUEIRA, O. M.; FARIA, D. E.; ARAÚJO, L. F.; RIZZO, M. F. Avaliação dos tipos de farinha de carne e ossos sobre o desempenho de frangos de corte machos. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v.2, supl. 2, p. 19, 2000.



LUTZ, I. A. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físicos e químicos para análises de alimentos. 3.ed. São Paulo: IMESP, 1985. v.1. 533p.



SOUZA, A.V.C. Avaliação da qualidade e valor nutricional de óleos e gorduras. Poli-Nutri Alimentos, 2003.



VIEITES, F. M. Valores energéticos e de aminoácidos digestíveis de farinhas de carne e ossos para aves . 1999. 75 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) –Universidade Federal de Viçosa – UFV, Viçosa, 1999.

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