ANÁLISE QUANTITATIVA DE MACRO E MICRONUTRIENTES POR ESPECTROSCOPIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA POR CHAMA COM AMOSTRA DE VEGETAL LACTUCA SATIVA DA ESPÉCIE CRESPA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Inorgânica

Autores

Ramos D.s, R. (UEAP) ; Viana C, C. (UEAP) ; Ramalho F, E. (UEAP) ; Costa S, R. (UEAP)

Resumo

O presente trabalho objetivou quantificar macro e micronutrientes, presente no vegetal da Lactuca Sativa, tipo crespa da família Asteraceae estabelecendo o desenvolvimento desse vegetal conhecido, pelos seus valores nutricionais. A quantificação foi realizada por técnica de espectrometria de absorção atômica no laboratório da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. O estudo dispõe do preparo das amostras para retirada de umidade, procedência de esterilização, redução de resíduos por incineração, quantificação do teor de cinzas, filtração e quantificação de micro e macronutrientes através de espectometria, obtendo resultados em termos de concentrações na faixa de ±24,7853 mg.L-1, ±0,0073 mg.L-1, ±1,6285 mg.L-1, 0,00106 mg.L-1 e ±3,0790 mg.L-1 para Na, Zn, Cu, Fe e k respectivamente.

Palavras chaves

Lactuca Sativa; Asteraceae ; Nutrientes

Introdução

A alface Lactuca Sativa da espécie crespa pertencente à família Asteraceae. Segundo RYDER & WITAKER (1976), tem como centro de origem o Sul da Europa e o Oeste da Ásia. Após ser difundida por toda Europa, foi introduzida nas Américas, sendo então trazida ao Brasil por volta de 1647, com a vinda dos portugueses. As hortaliças constituem um grande grupo de plantas alimentares de baixa acidez, alto teor de umidade e perecibilidade que fornecem vitaminas e sais minerais para o desenvolvimento e regulação orgânica do corpo humano (TRANI, 2001; CENTEC, 2004; ALMEIDA, 2006). Lactuca Sativa é uma hortaliça de grande consumo, sendo utilizada em diversas preparações e cultivada durante o ano todo. A comercialização é feita desde de feiras livres até os grandes centros comerciais, assegurando uma expressiva importância social e econômica (KROHN et al., 2003; PÔRTO, 2006; PÔRTO, et al., 2008). A espécie predominante no Brasil é do grupo crespa com 70%, a dos grupos americanos e a lisa com percentual de 15% e 10%, enquanto a vermelha, mimosa, romana correspondem a 5% do mercado (SALA & COSTA 2005). O cultivo de alface variar por conta da duração do período vegetativo, florescimento, número de folhas e massa da planta (Lêdo, 1998). Sendo estes fatores que influenciados pelo fotoperíodo, pelas temperaturas acima de 200ºC, causando o pendoamento precoce, fator que inutiliza a planta para o uso(SILVA et al, 1999; SALA & COSTA). As plantas conservam grande quantidade de macronutrientes com concentrações de 10 a 5.000 vezes maior que à dos micronutrientes (EPSTEIN, 1975). O objetivo do trabalho é em quantificar macros e micronutrientes presentes em 3 amostras do vegetal do em questão, por técnica de espectroscopia de absorção atômica por chama.

Material e métodos

A amostra da espécie botânica foi coletada na cidade de Santana, Estado do Amapá. As mesmas foram conduzidas para o Laboratório de Química Analítica, na Universidade do Estado do Amapá para pesagem de 3,0g em uma balança analítica realizada em triplicata para uma maior precisão dos resultados. Após pesagem da amostra as mesmas foram levadas para uma Estufa Analógica as amostras, e encaminhadas para Esterilização e Secagem, permanecendo por 21h, em temperatura de 65ºC. Subsequentemente, foram levadas ao dessecador onde ficaram por mais 1h e 23min. O cálculo do quantitativo de água perdida pelas amostras foram feitos de acordo com a Equação 1. P.M= M1-M2 Eq1. Onde: M1= massa antes da estufa M2= massa depois da estufa. De acordo com a Farmacopéia Brasileira (2006) o teor de umidade determina a quantidade de substâncias voláteis presente em qualquer espécie para serem eliminadas. A percentagem de perda por dessecação foi obtida pela Equação 2. P(%)= (P.M)/M X100 Eq.2 Onde: P.M= perda de água M= massa após a estufa. Após observações de identificação e determinação, as amostras foram transferidas para 3 cadinhos. O método utilizado foi secagem em estufa. Após usou a incineração onde foi levada para uma mufla, sobre temperatura de 505ºC, onde todo material orgânico foi queimado, duração de 1 dia. Após foi a retirada e realizada a pesagem juntamente à vidraria de armazenamento. As amostras foram diluídas, após o preparo e filtração foram dispostas em um disco de giro do Espectrofotômetro de Absorção Atômica, no laboratório de Bioprospecção e Absorção Atômica da Universidade Federal do Amapá. No aparelho continham as seguintes lâmpadas: Ca; Fe; Cu; Zn; K; e Na. Por técnica de Espectrofotômetro de Absorção Atômica realizou-se com a análise de dados em termo de concentração.

Resultado e discussão

No gráfico 01 respectivos resultados referentes a umidade das amostras. A observação por meio da técnica espectrômetro de absorção atômica consentiu com base do sistema de lâmpadas identificar a concentração de 6 minerais nas amostras aquosas das cinzas vale ressaltar que foi realizada a média aritmética das triplicada relacionado com concentração com elemento correspondente.Os elementos minerais encontrados em maior quantidade foram o sódio com concentração 24,7853 mg.L-1 seguido do cálcio 3,0790 mg.L-1 e cobre 1,6285 mg.L-1, zinco 0,0073 mg.L-1 e cobre 0,00106 mg.L-1, ressaltando que para o potássio a concentração foi igual a zero. O sódio nas plantas desempenha o papel de controle de pressão osmótica com intuito de melhor aproveitamento da água, podendo substituir até mesmo os íons de potássio para realizar algumas funções metabólicas. Como íon dominante do fluido extracelular, o sódio regula o tamanho desse compartimento, bem como o volume plasmático (Mahan L, Arlin M 1995). O cobre é tóxico dependendo da concentração, no organismo humano em altas concentrações pode causar amnésia, dano aos órgãos do sistema digestório e rins (YAMASHITA,2006). Não foi detectada a presença de potássio (K) nas amostras analisadas (0,00 mg/L), e os elementos zinco (Zn) e ferro (Fe) apareceram em concentrações pouco significativas, com ± 0,0073 mg/L e ± 0,00106 mg/L. Os testes de minerais analisados foram sódio (Na), cálcio (Ca), zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe) e potássio (K). A Resolução RDC nº 42, de 29 de agosto de 2013 determina limites de arsênio, cobre, estanho, chumbo, cádmio e mercúrio separados por grupos de alimentos não mencionados limites para o ferro, zinco, potássio cálcio e sódio. O cobre apresentou 1,6285 mg/kg estando dentro dos valores estabelecidos na ANVISA.

Gráfico 01



Conclusões

A alface é uma hortaliça de espécie crespa e apresentam quantidades menores de minerais é um dos vegetais folhosos e de fácil acesso. O estudo de análise de micro e macronutrientes, é indispensável na compreensão do crescimento, desenvolvimento do vegetal, seja para o meio alimentício e para o meio farmacológico. Com base nos dados obtidos, notou-se que um estudo aprofundado sobre sua farmacodinâmica, por meio de ensaios clínicos pode permitir até mesmo a sua utilidade terapêutica ajudando na função intestinal. Ressaltando que os resultados, alcançados foram satisfatórios.

Agradecimentos

Agradecemos ao Laboratório de Bioprospecção e Absorção Atômica da Universidade Federal do Amapá, da UNIFAP, ao Professor Roberto Messias Bezerra, por seus auxílios.

Referências

ALMEIDA, M. T. T. Avaliação microbiológica de alfaces (Lactuca sativa) em restaurantes selfservice no município de Limeira-SP [Dissertação]. Piracicaba (SP), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2006.
COSTA CP; SALA FC. 2005. A evolução da alfacicultura brasileira. Horticultura Brasileira 23 (Artigo de capa).
EPSTEIN, E. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. São Paulo / Rio de Janeiro, Ed. Da Universidade de São Paulo e Livros Tec. e Cient. Editora, 1975
FARMACÓPEIA BRASILEIRA. 4 ed., Atheneu, Sao Paulo ,2006
LÊDO FJS. 1998. Diversidade genética e análise dialélica da eficiência nutricional para nitrogênio em alface (Lactuca sativa L.). Viçosa: UFV. 87p. (Tese doutorado).
KROHN, N. G., Missio, R. F., Ortolan, M. L., Steinmacher, D. A., & Lopes, M. C. (2003). Teores denitrato em folhas de alface em função do horário de coleta e do tipo de folha amostrada. Horticultura Brasileira.
RYDER, E.J.; WHITAKER, T.N. Lettuce. In: evaluation of crop plants. New York: Longman Group, 1976. p. 39-41.
SALA FC; COSTA CP. 2005. ‘Pira Roxa’: Cultivar de alface crespa de cor vermelha intensa. Horticultura Brasileira 23: 158-159.
TRANI, P.E. Hortaliças folhosas e condimentos. In: Pereira, M.E.; Cruz, M.C.P.; Raij, B. van; ABREU, C.A. Micronutrientes e elementos tóxicos na agricultura.Jaboticabal: CNPq/FAPESP/ POTAFOS, p.293-310, 20014.



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