Perfil termogravimétrico do óleo de Maracujá

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Analítica

Autores

Castro, H.G.C. (UFRN) ; Junior, J.H.S. (UFRN) ; Rocha, Z.M.S. (UFRN) ; Moura, M.F.V. (UFRN)

Resumo

Neste trabalho realizou-se o estudo termogravimétrico, a partir das curvas TG/DTG, do óleo que foi extraído das sementes de maracujá (OM). As duas amostras de óleo utilizadas neste trabalho foram obtidas por prensagem direta das sementes de maracujá, algodão e girassol, foram cedidas pela empresa Plantus (Distrito de Pium, Nísia Floresta–RN/Brasil). As condições de análise foram cadinho de alumina (TAInstruments), atmosfera de nitrogênio (da Linde, pureza 5.0). O trabalho teve como objetivo verificar o perfil de curvas de aquecimento obtidas a partir da termogravimetria cujos resultados indicam a variação de massa da amostra em função da temperatura e/ou do tempo. Os dados obtidos indicaram que o óleo de maracujá apresenta alta estabilidade térmica quando comparado ao óleo de algodão.

Palavras chaves

Óleo de maracujá; termogravimetria; óleo vegetal

Introdução

O maracujá é um fruto produzido por plantas do gênero: Passiflora (espécie Passiflora edulis Sims F. Flavicarpa Degener) da família Passifloraceae. O nome da planta é também conhecido como maracujazeiro: originários das zonas tropicais e subtropicais da América, sendo importante fonte de minerais e vitaminas. O Brasil é o principal país produtor e consumidor de maracujá-amarelo, devido à crescente procura do fruto, estimulando as indústrias extratoras de suco e o mercado de produtos derivados, bem como, pela popularização do consumo de frutas in natura nos grandes centros, onde são utilizados para o preparo de sucos, néctares, refrescos, aperitivos e sobremesas. A Análise Térmica é uma da técnica na qual uma propriedade física ou química de uma substância, ou de seus produtos de reação, são monitorados em função do tempo ou temperatura, enquanto a temperatura da amostra, sob uma atmosfera específica, e que é submetida a uma programação controlada. Pesquisas com óleos vegetais mostram que estes são muito promissores para a produção de materiais poliméricos, pois além de baratos e biodegradáveis apresentam propriedades interessantes, podendo então ter diferentes aplicações. O óleo de maracujá é rico em ácido linoleico, que é bom para a preparação de poliol, o que torna esse óleo um excelente ponto de partida para produção de polímeros. O óleo de maracujá apresenta sabor e aroma agradáveis, é rico em valor nutritivo e digestibilidade. Uma de suas características é a coloração amarela, levemente esverdeada e na sua composição química destacam-se: a presença de ácido ascórbico, flavonoides, β-caroteno, cálcio, fosforo e potássio. O óleo apresenta um elevado índices de insaturações, o que torna possível a utilização nas indústrias de cosméticos,tintas, sabões, entre outros.

Material e métodos

As amostras foram cedidas pela empresa Plantus, localizada Distrito de Pium, Nísia Floresta-RN-Brasil. As amostras consistem em uma amostra de óleo extraído das sementes de maracujá e de uma amostra que consiste da mistura de três óleos (óleo de sementes de maracujá, óleo de semente de girassol e óleo de semente de algodão). As amostras de óleo foram submetidas à decomposição térmica utilizando um Sistema SDT da TAInstruments. As condições de análise foram cadinho de alumina (da TAInstruments), atmosfera de nitrogênio (da Linde, pureza 5.0) na vazão de 50 mL/min, razão de aquecimento de 10 °C/min, massa da amostra de 4 mg e aquecimento da temperatura ambiente até 600 °C.

Resultado e discussão

As curvas TG obtidas para as duas amostras são mostradas na Figura 1. Na figura a curva identificada como óleo 1 refere-se ao óleo das sementes de maracujá que conforme mostrado na Tabela 1 apresenta decomposição térmica a partir de aproximadamente 340 °C. Para a linha 2 corresponde a mistura dos óleos (óleo de maracujá, óleo de girassol e óleo de algodão) observam-se três etapas de decomposição dos óleos, sendo a do óleo de maracujá corresponde à etapa três. Na Figura também é possível identificar a perda referente à quarta etapa, mostrada na curva 2, que corresponde a formação de um resíduo carbonáceo que se decompõe em seguida. Observa-se também que na mistura a decomposição do óleo das sementes de maracujá ocorreu numa temperatura menor (323 °C) quando comparada com a curva obtida para o óleo de sementes de maracujá puro (aproximadamente 340 °C).

Conclusões

A técnica foi eficiente para avaliar a decomposição térmica do óleo extraídos das sementes de maracujá tanto quando se tratou de uma amostra pura quanto em misturas com óleo de sementes de algodão. Também foi possível identificar as diferentes estabilidades desses óleos em mistura. Observou-se que a mistura fez a decomposição térmica do óleo de maracujá acontecer em temperatura inferiores em comparação com a amostra que consistia só de óleo de sementes de maracujá.

Agradecimentos

Ao IQ da UFRN pela disponibilização do espaço para a realização das análises; A empresa Plantus por ter cedido as amostras.

Referências

SAMICO. G. F; Dissertação: CARACTERIZAÇÃO FISICA E QUÍMICA DE SEMENTES DE MARACUJÁ (Passiflora edulis Flavicarpa, DEG) E SEU APROVEITAMENTO INTEGRAL: ÓLEO E TORTA. UFRRJ, Seropédica, RJ, maio, 2010.
BREVES. R. A; SALES. M. J. A; LOPES. R. V. V; AVALIAÇÃO DO TEMPO DE CURA DE POLIURETANAS (PUS) OBTIDAS A PARTIR DO ÓLEO DE MARACUJÁ. FGA e UnB, Brasília-DF, novembro, 2014.
LOPES. R. V. V; TESE: POLIURETANAS OBTIDAS A PARTIR DOS ÓLEOS DE LINHAÇA (Linum Usitatissimun L.) E MARACUJÁ (Passiflora edulis Sims F. Flavicarpa Deneger) – PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO. Brasília, 2009.