Análise comparativa da água de poços artesianos dos bairros Serrinha e Novo Barroso/Passaré, na cidade de Fortaleza-Ce

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Química Analítica

Autores

Lima, T.L. (UECE) ; Pinheiro, H.N. (UECE) ; Silva, M.E.M. (IFCE) ; Magalhães, C.E.C. (UECE)

Resumo

A água utilizada para abastecimento público é um recurso esgotável, pois apesar da existência de grande volume de água na Terra, menos de 1% pode ser utilizada para consumo humano (IBGE, 2009). Embora o Brasil possua em seu subsolo as maiores reservas subterrâneas de água doce do planeta, muitos estados sofrem com a escassez de água devida a má distribuição ou a poluição do solo. A utilização de poços artesianos foi uma forma da população armazenar água potável para o consumo no cotidiano. Sendo assim, esse trabalho objetiva verificar a qualidade estrutural dos poços e da água mediante os parâmetros do SUS. Observou-se que as amostras do bairro Novo Barroso/Passaré possuem maior concentração de CO2, cloretos e dureza total, podendo assim ocasionar um maior dano a estrutura dos poços.

Palavras chaves

Qualidade da água; Poços artesianos; Análises físico-químicas

Introdução

O cuidado e a preservação com a água em nosso planeta se tornaram de suma importância para o desenvolvimento de nossas vidas. Mesmo com sua grande quantidade, a utilização de água propícia ao consumo do ser humano se tornou cada vez mais escassa em algumas partes do globo terrestre e um privilégio com pretensões que poucos possuem (FREITAS, 2000). Os resíduos industriais e domésticos vêm trazendo sérios problemas nas últimas décadas, questão esta, que atentou a opinião pública e de órgãos governamentais e não governamentais na busca de projetos sustentáveis de combate a esses impactos negativos. Além disso, a maneira pela qual são utilizados e gerenciados os recursos hídricos, tem levado a um nível de degradação ambiente e risco de escassez de água, comprometendo a qualidade de vida das futuras gerações (SUS, 2017). Visando resguardar a qualidade da água para o consumo humano no Brasil, os padrões de qualidade da água, segundo as diferentes classes, foram estabelecidos pelo SISTEMA ÚNICO DE SAÙDE (SUS) na Portaria 5/2017, de 28 de setembro de 2017, que fixa os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (SUS, 2017).O objetivo desse trabalho é analisar se as amostras estão dentro do parâmetro estabelecido pelo SUS, pois a utilização da água dos poços faz parte do cotidiano dos proprietários e familiares.

Material e métodos

As amostras foram obtidas através da doação dos moradores, foram armazenadas em garrafas pets em local que não houvesse umidade, contato com a luminosidade nem mudança bruscas de temperatura. As amostras foram classificadas por numeração no qual as amostras 1, 2 e 3 equivalem ao bairro Serrinha e as amostras 4, 5 e 6 ao bairro Novo Barroso. Para a determinação de gás carbônico livre tomou-se 100,00 mL de amostra (sem agitar) em um erlenmeyer, adicionou-se 10 gotas de fenolftaleína, se colorir, não contém CO2, se não colorir, prosseguir; titulou-se com a solução de hidróxido de sódio (NaOH) 0,02 mol/L gota a gota até o aparecimento de leve coloração rósea persistente por pelo menos 30 segundos. Anotou-se o volume de NaOH gasto. Para a determinação de cloretos tomou-se 25,00 mL da amostra em um erlenmeyer e adicionou-se 1,00 mL de cromato de potássio como indicador, titulou-se com nitrato de prata até a cor amarelo tijolo e anotou-se o volume gasto. Para a determinação da dureza da água tomou-se 50,00 mL da amostra, transferiu-se para um becker de 100,00 mL e adicionou-se 1 a 2 mL da solução tampão para elevar o pH a 10 ± 0,1, transferiu-se para um frasco Erlenmeyer de 250,00 mL e adicionou-se aproximadamente 0,05 gramas do Indicador negro de eriocromo T, titulou-se com EDTA 0,01 mol/L agitando continuamente até o desaparecimento da cor púrpura avermelhada e o aparecimento da cor azul, anotou-se o volume de EDTA gasto (mL).

Resultado e discussão

A qualidade da água pode ser representada através de diversos parâmetros, que traduzem as suas principais características. Para que a água seja considerada potável, estes parâmetros deverão estar de acordo com o SUS. Os resultados obtidos através das análises físico-químicas e das amostras de água de poços estão descritos no gráfico acima. A concentração de CO2 está relacionada diretamente à corrosão dos poços artesianos, como já citado a, podendo ocasionar danos físicos a estrutura dos poços e um maior teor de dureza na água. Mediante as análises feitas, a concentração e CO2 encontra-se dentro do parâmetro que o SUS estabelece. De um modo geral, a presença de cloretos na água tem origem na dissolução de minerais, combinação com água do mar em regiões litorâneas, introdução de águas domésticas e residuárias, entre outros. Podemos observar que todas as amostras então dentro do padrão estabelecido no qual o valor máximo estabelecido. Certos metais podem ocasionar dureza na água, tais como, alumínio, ferro, manganês, estrôncio e zinco. Entretanto, os cátions presentes em maiores concentrações são o cálcio e magnésio. De acordo com a classificação de dureza da água, as amostras 1, 4 e 5 são consideradas muito duras, as amostras 2 e 6 podemos considerar duras e a amostra 3 consideramos como dureza moderada.

Tabela 1

Tabela com resultado das análises e seus respectivos desvios padrões, para cada amostra, separados por parâmetros analisados.

Conclusões

As características físicas e químicas das águas subterrâneas refletem os meios por onde percolam, guardando estreita relação com os tipos de rochas e solos drenados e com os produtos das atividades humanas adquiridas ao longo de seu trajeto. Podemos identificar que as características físico-química das amostras 4, 5 e 6 que correspondem aos poços do bairro Novo Barroso/Passaré apresentam uma maior concentração de CO2 livre, cloretos e uma maior dureza na água em relação as amostras do bairro Serrinha. Podemos destacar a amostra 4 que possui a maior concentração de todas as análises. Com isso,

Agradecimentos

Referências

IBGE. Estabelecimentos de Saúde SUS: IBGE.[S.l]: Assistência Médica Sanitária 2009.

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, “Portaria nº5. Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano e seu Padrão de Potabilidade”. Brasília, Fundação Nacional da Saúde, 2017.

MANUAL prático de análise de água / Fundação Nacional de Saúde 4. ed. Brasília : Funasa, 2013.

FREITAS, DJAN PORRUA., Projeto Útil. Florianópolis: FETESC, 2000.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, Resolução no 357/2005. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2005.

ALMEIDA, A.M.de. Parâmetros físicos- químicos de caracterização do Lençol Freático por Necrochorume.in: SEMINÁRIO DE GESTÃO AMBIENTAL - UM CONVITE A INTERDISCIPLINARIDADE,5.,2005,Juiz de Fora,MG.Anais...Juiz de Fora: 2005

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