Análises das condições estruturais, físico-químicas e microbiológicas das amostras de águas subterrâneas para obtenção da Licença Ambiental de Operação de poço artesiano em uma indústria de cimento.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Calado, S. (UFPE) ; Costa, L.H. (UFPE) ; Ribeiro, E.G.T. (UFPE) ; Santos, E. (UFPE) ; Silva, R.A. (UFPE)

Resumo

O objetivo deste trabalho foi analisar as características da água de um poço artesiano para uso dos funcionários administrativos de uma indústria de Cimento.O poço artesiano possui 62m de profundidade e o tipo de bombeamento utilizado é com bomba hidráulica submersa com método air lift.As amostras coletadas de um ponto de distribuição da água dentro do prédio e diretamente na saída do poço de acordo com as análises de NO3, NO2, N amoniacal, OD, DQO, DBO e coliforme total e termotolerante que apresentaram resultados abaixo do valor de limite máximo,estando de acordo com a CONAMA 357/05 para água doce de classe I.Conclui-se que a água está em condições para o uso a que se destina,sendo assim autorizada a Licença Ambiental de Operação do poço devendo ser monitorado por 6 meses.

Palavras chaves

Qualidade das águas; Águas subterrâneas; Licença de Operação

Introdução

Muitas são as razões do comprometimento das águas subterrâneas: desordenamento urbano, ausência de coleta e tratamento sanitário nos centros urbanos, presença de fossas negras, lançamento indevido de esgotamento sanitário em cursos d’água, uso indevido de agrotóxico nos plantios, ausência de fiscalização nas indústrias que dispõe do sistema de tratamento, enfim, a falta de políticas e investimentos na gestão dos recursos hidrológicos levou a sociedade brasileira ao caos existente e o comprometimento dos cursos d’água superficiais.Este trabalho é uma das atividades da Secretaria de Meio Ambiente de Paulista/PE (SEMMA) e teve como objetivos analisar as condições estruturais do poço, a vazão de explotação conforme relatórios solicitados pela indústria de cimento, e testes de bombeamento, Licença de Teste da CPRH e Outorga da APAC, bem como os laudos físico-químicos e microbiológicos das amostras dos testes para renovação da Licença de Operação - DICON-SEMMA/Paulista – PE da empresa de Cimentos (VOTORANTIM CIMENTOS LTDA), a fim de aprovar e emitir a Licença Ambiental desta operação da indústria.

Material e métodos

O Processo de Licenciamento de Operação Ambiental (LO) da indústria avalia além do estrutural e operacional, o hidrológico, neste caso a autorização/regularização do poço artesiano. Por se tratar de uma renovação, faz-se necessária apresentação de toda documentação disponibilizada em um check-list no setor de Protocolo da SEMMA e o preenchimento do Requerimento com a tipificação da licença a que se deseja.O poço em questão é muito antigo e nas proximidades do poço existia um sistema de distribuição de energia de alta tensão à base de óleo, e que, por riscos de contaminação durante as manutenções do sistema e vazamentos que ocorriam em períodos chuvosos, o poço foi desativado.Para analisar as condições estruturais do poço e realizar o Teste de Bombeamento a indústria de cimento contratou a empresa B&F Poços Tubulares.As análises das amostras das águas foram coletadas e analisadas mensalmente obtidas na torneira da saída do poço artesiano com relação acor, odor, turbidez, condutividade, pH, sólidos totais, amônia, nitrato, , nitrito, alcalinidade, dureza, ferro e manganês) e microbiológicas (coliformes totais e termotolerantes). Foram utilizados os métodos de análises contidos no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (2012) e confrontados com os valores estabelecidos na Portaria MS 2.914/2011.

Resultado e discussão

Foi concedida Licença de Teste pela CPRH no que diz respeito aos padrões de qualidade das amostras de água coletadas de uma torneira e diretamente da saída do poço de acordo com as Tabela 1. Os resultados dos laudos das análises encontram-se resumidos nas Tabelas 2 e 3, todos dentro dos valores de limites máximos permitidos pela legislação. Sendo assim, o poço artesiano situado na indústria de cimento, apesar de antigo, apresentou-se livre de contaminações, e/ou de exaustão. As adequações estruturais e de limpeza realizadas foram imprescindíveis para garantir qualidade e potabilidade da água subterrânea do poço para uso pessoal do setor administrativo. Além disso, a operação do poço será monitorada e controlada por meio das renovações da Licença e Outorga, o que evita salinização e exaustão do lençol freático, causando menor impacto ambiental.

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

Conclusões

Para renovação da Licença de Operação do funcionamento da indústria de cimento, a empresa apresentou toda documentação das atividades realizadas, inclusive para a reabilitação do poço artesiano existente há mais de 20 anos.Foram avaliadas as condições estruturais e de potabilidade o que permitiu a liberação da Licença de Operação pela CPRH e a Outorga pela APAC. Os relatórios dos testes de bombeamento e o monitoramento dos parâmetros físico- químicos e microbiológico provaram que a água encontrou-se dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde.

Agradecimentos

A Luiz Carlos da Silva Moreira e Elouyse Karla Alves Moreira. A equipe DICON (Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Paulista/PE), em especial à diretora Maria de Fátima do Amaral. Orientadora Profa. Silvana Calado.

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