DETERMINAÇÃO DE CROMO EM SEDIMENTOS DA BACIA DO RIO PACIÊNCIA, EM SÃO LUÍS, MARANHÃO

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ambiental

Autores

Ramos Pestana, Y.M. (UFMA) ; Marques Mandaji, C. (UFMA) ; Pinheiro Araújo, M.A. (UFMA) ; Silva Nunes, G. (UFMA)

Resumo

A Bacia Hidrográfica do Rio Paciência é a maior bacia da Ilha do Maranhão, abrangendo os municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar. Sabe-se que, nas últimas décadas, a ocupação irregular do seu entorno trouxe muitos problemas ambientais que se apresentam com poucas perspectivas de resolução. Este trabalho teve como objetivo gerar informações sobre a qualidade dos sedimentos da bacia hidrográfica, em relação à presença de Cromo (Cr), sendo definidos sete pontos do rio para análise desse elemento. Os resultados foram comparados com os valores máximos permitidos pela Resolução CONAMA 454/2012. Os resultados indicaram contaminação por cromo em vários pontos, sendo necessárias medidas para mitigar os potenciais impactos causados.

Palavras chaves

rio paciencia; contaminação; cromo

Introdução

A Bacia Hidrográfica do Rio Paciência é a maior da Região Metropolitana de São Luís, possuindo uma área total de 150 km² de extensão e está inserida nos municípios de São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar (CAVALCANTE JÚNIOR, 2016). O local foi imensamente agredido nas últimas décadas tendo problema ambientais notáveis, incluindo o lançamento de esgotos no curso d’água principal e seus afluentes, assoreamento do leito do rio, disposição inadequada de resíduos sólidos e ocupação desordenada do entorno. Apesar da grande poluição, o rio Paciência é deficiente de estudos e iniciativas que ajudem a diminuir os impactos sofridos ao longo do tempo (NEVES, 2014). Dessa forma, é importante o monitoramento constante de substâncias potencialmente poluidoras para corre tomada de decisões na bacia hidrográfica estudada.

Material e métodos

A coleta das amostras deu-se em sete pontos, do trecho inicial até a foz do rio, e todos os pontos localizam-se em conhecidos bairros da ilha que possuem grande densidade populacional cuja localização está apresentada na Tabela 1. Dos pontos P1 a P5 a água é doce e os pontos P6 e P7 são de água salobra devido a influência marinha da zona de estuário onde esses pontos estão contidos. Foram definidas três estações, sendo a primeira em 25 de setembro de 2017 (E1), 05 de dezembro de 2017 (E2) e 05 de março de 2018 (E3). Aproximadamente 0,5 g de sedimento devidamente triturado foi transferido para tubos de polipropileno (MARS X-Press) aos quais foram adicionados 10 mL de HNO3 concentrado. Em seguida, as amostras foram submetidas à digestão por micro-ondas, de acordo com o método 3015A da Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA, 2007) presente na biblioteca do digestor. O extrato resultante foi filtrado em papel de filtro quantitativo, diluído em 50 mL de água deionizada e armazenado em frascos de polietileno até o momento da análise, que foi realizada mediante Espectrometria de Emissão Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES) (Shimadzu 9820). Devido às concentrações elevadas que alguns metais costumam ter em matrizes de sedimento, o sinal analítico torna-se intenso e, assim, a técnica instrumental de ICP-OES não consegue quantificá-los a partir de determinada faixa de concentração. Dessa forma, os extratos foram diluídos na proporção 1:10 para a correta leitura no equipamento. Para verificar se houve diferença estatística entre as estações de amostragem, os dados foram submetidos à análise de variância seguida de teste de Tukey, utilizando o software PAST 1.0.

Resultado e discussão

Na Tabela 2, observa-se que o Cr apresentou altas concentrações dos pontos P1 ao P4 na primeira estação de coleta. Não houve diferença estatística entre as estações (p < 0,05). Em quantidades traço o Cr é um metal essencial para algumas funções biológicas, mas também é um poderoso carcinógeno em seu estado de oxidação mais elevado (TOLEDO et. al., 2013; SPIRO; STIGLIANI, 2009). Dessa forma, a presença desse elemento é preocupante pois pode afetar negativamente a saúde humana e de outros organismos. Nos pontos que se localizam na região do estuário do rio Paciência (P5 a P7), a detecção do cromo torna evidente que fontes antropogênicas estão contaminando o local, mesmo que os teores encontrados não estejam acima do valor permitido. Assim, esse elemento torna-se um potencial causador de efeitos deletérios às espécies que vivem nesse ecossistema e, consequentemente, podem contaminar a população que se alimenta delas.

Tabela 1 - Localização dos pontos de coleta



Tabela 2 - Teores de Cr na bacia do Rio Paciência



Conclusões

O presente trabalho objetivou quantificar os teores de Cromo, um elemento de grande importância ambiental. Observou-se alguns valores acima do permitido, refletindo a influência antrópica da região. É importante que um monitoramento contínuo desse e de outros poluentes seja constantemente feito, de modo a traçar estratégias de conservação para esse importante curso d’água da Região Metropolitana de São Luís.

Agradecimentos

À UFMA, AO CNPQ E AO NARP.

Referências

CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução 454, de 01 de novembro de 2012. Disponível em <http://www.mma.gov.br/conama/legiabre.cfm?codlegi=693>. Acessado em 25 de julho de 2019.

CAVALCANTE JÚNIOR, F. A. Zoneamento do escoamento superficial da Bacia Hidrográfica do Rio Paciência, Ilha do Maranhão – MA. 240 f. Dissertação (Mestrado em Geografia ) – Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho, Presidente Prudente, 2016.

NEVES, M. A. Desenvolvimento e aplicação de metodologia analítica (CLAE/FL) para determinação de fluoroquinolonas em sedimento estuarino da Ilha do Maranhão. 55 f. Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2014.
TOLEDO, T. V.; BELLATO, C. R.; PESSOA, K. D.; FONTES, M. P. F. Remoção de cromo (VI) de soluções aquosas utilizando o compósito magnético calcinado hidrotalcita-óxido de ferro: Estudo cinético e de equilíbrio termodinâmico. Química Nova, v.36, n.3, p.419-425, 2013.

SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M.; Química Ambiental. São Paulo: 2ed, Editora Pearson, 2009.

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