Ludismo e atividades experimentais no processo ensino-aprendizagem de Química

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, N. (UFPA) ; Borges, F. (UFPA) ; Barbosa, Y. (UFPA) ; Azevedo, J. (UFPA) ; Monteiro, H. (UFPA) ; Amaral, J. (UFPA)

Resumo

O presente trabalho demonstra que é possível ensinar química utilizando formas lúdicas e jogos. Inicialmente, foi realizada uma apresentação sobre o estudo da Química com o objetivo de despertar o interesse e a participação dos alunos. Foi organizado em 4 etapas: a primeira abordou-se os conceitos básicos de alguns assuntos na segunda parte optou-se por aplicar um questionário aos alunos sobre o tema abordado em sala, na terceira parte foi feita atividade lúdica e jogos dinâmicos, aliando a diversão e o ensino da química, na quarta parte foi entregue novamente o questionário para enfim constatarmos as consequências das atividades lúdicas. Os resultados foram satisfatórios, observando-se que os alunos conseguiram compreender os conteúdos abordados de maneira mais eficaz.

Palavras chaves

Lúdicas; Jogos; Diversão

Introdução

Watanabe e Recena (2008) afirmam que: “Durante o ensino de química ocorre em alguns momentos a necessidade de memorização de algumas informações, para posteriormente ocorrer um aprendizado significativo”. De acordo com Borba (2006) o jogo visto apenas como recurso didático não contém os requisitos básicos que configuram uma atividade como brincadeira: ser livre, espontâneo, não ter hora marcada, nem resultados prévios e determinados. A ludicidade aplicada na aprendizagem, mediante jogos e situações lúdicas, não impede a reflexão sobre conceitos matemáticos, linguísticos ou científicos, por exemplo. De acordo com Freire (1997, p. 44): Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para facilitar o desenvolvimento da criança. Isso contribuiria para reforçar a ideia de que a escola, na primeira infância, deve considerar as estruturas corporais e intelectuais de que dispõem as crianças, utilizando o jogo simbólico e as demais atividades motoras próprias da criança nesse período. Para Garcez (2014) “O jogo pode ser definido como qualquer atividade lúdica que tenha regras claras, explícitas, estabelecidas na sociedade de uso comum, e tradicionalmente aceita, seja de competição ou cooperação”. O que caracteriza o jogo são as regras as quais devem ser respeitadas para que a competição seja realizada de forma correta. É através dos jogos que o aluno aprende a melhorar sua capacidade de raciocínio e interação. Para FELTRE (1990), o uso de indicadores de pH é uma prática bem antiga que foi introduzida no século XVII por Robert Boyle, pela preparação de uma solução de licor de violeta, o mesmo observou que o extrato desta flor tornava-se vermelho em solução conhecida como ácida e verde em solução conhecida como básica.

Material e métodos

Inicialmente realizou-se na escola municipal de ensino fundamental Laércio Wilson Barbalho na turma de 9º ano no turno da tarde, uma pequena aula que relacionava assuntos como: Estudo do átomo; Ácido e base - segundo Arrhenius; e Mudança de estados físicos e químicos. Logo após, foram desenvolvidas atividades interativas sobre ácido e base, que teve como experiência: o repolho roxo como "indicador de PH orgânico". Ao término efetuamos um questionário sobre os assuntos que foram introduzidos. Sucedeu-se com atividades lúdicas para cada assunto, o primeiro foi: Atomística, realizada com 4 elásticos um dentro do outro, o elástico interno foi denominado de núcleo e os elásticos externos foram chamados de eletrosfera, após o mandante da brincadeira falar: "Elétron", todos os integrantes se deslocaram para a eletrosfera, quando o mandante falou: "Prótons", todos os integrantes se deslocaram para o núcleo, essa ação continuou até restar o último aluno, ganhando então um prêmio como recompensa de seu bom desempenho. Depois como segunda atividade: Mudança de estado físico, iniciou-se quando o mandante disse: "Sólido", então os alunos se agruparam, ficando bem próximos uns dos outros. Quando disse: "Liquido" os participantes se separaram e vibraram. Quando disse: "Gasoso", todos se afastaram. Na atividade sobre estado químico e estado físico, usou-se um papel EVA vermelho simbolizando reação física e um EVA azul simbolizando reação química, o mandante citou exemplos aleatoriamente de cada um, e os participantes se dirigiam a cor correspondente ao tipo de reação citada, a cada erro, um ou mais participantes eram eliminados, o último que restou foi o grande vencedor, ganhando também um prêmio como recompensa de seu desempenho. A terceira atividade foi sobre: Ácidos e bases, e assemelhou- se com a atividade de reação física e química, mudando apenas o nome, no lugar de reação física trocou-se para ácido, e onde era reação química trocou-se para base, novamente o mandante lançou as perguntas para concluir se os alunos compreenderam bem o assunto, e o resultado foi empolgante, evidenciando que a atividade lúdica foi bem-sucedida.

Resultado e discussão

Durante a realização das atividades na escola: EMEF Laércio Wilson Barbalho, observou-se que os alunos conseguiram compreender os conteúdos abordados de maneira mais eficaz pelo método da ludicidade, onde assimilaram brincadeiras simples com conteúdos de química como: o estudo do átomo, ácidos e bases, mudanças de estados físicos e químicos entre outros... Despertando um interesse maior dos alunos para a disciplina. E os resultados foram bem produtivos, como mostra o gráfico, pois houve uma grande participação dos alunos durante todas as atividades, onde os questionários foram respondidos e as brincadeiras executadas, levando assim ao sucesso da proposta inserida de que a ludicidade é um método diferenciado que o professor pode adotar para tornar o ensino da química mais interessante. Crespo e Giacomini (2011, p.3) fala: “... jogo é uma das atividades que mais estimula a inteligência e também o comportamento social, pois ele impõe regras e faz com que os jogadores controlem seus impulsos, desenvolva e enriqueça suas personalidades.” Contudo, conclui-se que a ludicidade é um método eficiente para o processo de ensino aprendizagem.

figura 1

Avaliação dos alunos antes e depois do ludismo

figura 2

Turma de 9º ano no turno da tarde, EMEF Laércio Wilson Barbalho

Conclusões

Neste trabalho abordamos a pesquisa de como as atividades lúdicas e jogos podem despertar o interesse aliado a participação dos alunos no processo de ensino-aprendizagem da química. Cumprimos todos os objetivos que nós tínhamos proposto nas etapas do trabalho e conclui-se que as atividades e jogos lúdicos facilitam o processo de ensino e se tornam ferramentas essenciais para o auxílio dos docentes.

Agradecimentos

Agradeço A Deus pоr tеr mе dado saúde е força. Aos meus amigos de classe em especialmente ao João Ricardo, а minha mãе Dulci e a minha irmã Denise, heroínas qυе mе dеram apoio, incentivo nаs horas difíceis.

Referências

BORBA, A. M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL,
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino Fundamental de nove anos: Orientações para a inclusão de crianças de seis anos de idade. 2. ed. Brasília, 2006.

CRESPO, Larissa Codeço; GIACOMINI, Rosana. As Atividades Lúdicas no Ensino de Química: Uma Revisão da Revista Química Nova na Escola e das Reuniões Anuais da Sociedade Brasileira de Química. UENF Darcy Ribeiro-CCT - Laboratório de Ciências Químicas, p.3, 2011.

FELTRE, Ricardo. Química. 3ª ed. São Paulo (SP): Moderna, v.3, 1990.

FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, p.44, 1997.

GARCEZ, E.S.C. Jogos e atividades lúdicas em ensino de Química: um estudo do estado da arte. Goiânia, 2014. 149 p. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemática) – Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal de Goiás, 2014.

WATANABE, M.; RECENA, M. C. P. Memória Orgânica – Um jogo didático útil no processo de ensino e aprendizagem. In: XIV Encontro Nacional de Ensino de Química. Anais... Curitiba. p. 1-8, 2008.

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