A MONITORIA NO ENSINO MÉDIO: OS ALUNOS COMO AGENTES COLABORATIVOS DO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, I. (UFCG) ; Lima, J. (UFCG) ; Lima, J. (UFCG) ; Andrade, V. (UFCG) ; Santos, G. (UFCG) ; Pereira, P. (UFCG) ; Bento, F. (UFCG) ; Queiroz, L. (UFCG) ; Silva, A. (EEEFM JOSE ROLDEROCK)

Resumo

Este trabalho buscou inserir os alunos numa perspectiva de aprendizagem por meio das monitorias, tornando-os agentes ativos e colaborativos no processo de ensino- aprendizagem e promovendo o melhor aproveitamento do tempo de aulas de modo a utilizar a heterogeneidade da turma a favor da sua aprendizagem. Inicialmente, realizou-se um planejamento das ações a serem executadas. Em seguida, os monitores foram selecionados e, após treinamento, passaram às atividades de monitorias buscando atender aos reais problemas e dificuldades encontrados. Pudemos observar que as monitorias mostraram-se uma ferramenta eficaz na busca pela melhoria do processo de aprendizagem, evidenciando o quanto os professores ficam sobrecarregados durante as atividades de sala de aula.

Palavras chaves

Aprendizagem colaborativa; Zona de desenvolvimento p; Sala de aula

Introdução

Em meio aos mais diversos problemas pelos quais passa a educação brasileira na atualidade, muito se tem questionado quanto aos caminhos que possam nos levar a ter um sistema de ensino de qualidade. Nesse sentido, as monitorias surgem como ferramenta pouco utilizada na educação básica, mas que apresenta um potencial metodológico relevante e que merece atenção. Quando se elabora uma atividade, o professor pode utilizar a monitoria a fim de facilitar a interpretação sobre as questões que pretende aplicar. Assim, o professor minimiza o risco de elaborar questões fora do nível de compreensão da turma. Segundo Nunes (2007) a relação do professor com o monitor deve ser de uma confiança mútua, de companheirismo e ética. Natario (2001, p. 31) lembra que o monitor é um elo professor-aluno e aluno-aluno, tornando-se um eficiente colaborador na aprendizagem. Assim, os programas de monitoria podem despertar o interesse dos alunos para uma futura carreira docente, pois ao estar em contato direto com o professor, o monitor estará vivenciando o fazer docente quando ainda é discente, colaborando com a aprendizagem dos demais alunos. O professor, por sua vez, tem uma troca com o monitor, visto que em muitas disciplinas, ele se sobrecarrega, e tendo o apoio do monitor, pode desenvolver as atividades pedagógicas com mais eficiência. Assim, este trabalho empenhou-se em utilizar as monitorias para contribuir para o aperfeiçoamento das práticas de aprendizagem da disciplina Química, estabelecendo uma maior integração e troca de experiências entre alunos. Os alunos foram inseridos numa perspectiva de aprendizagem significativa tornando-os agentes ativos e colaborativos no processo de aprendizagem, contribuindo para elevação do nível do ensino, bem como a redução da evasão e do fracasso escolar

Material e métodos

Este trabalho foi desenvolvido na E.E.E.F.M. José Rolderick de Oliveira situada no município de Nova Floresta-PB. O público alvo foram duas turmas de 1ª série e uma turma de 2ª série, sendo um total de 70 alunos. Os espaços utilizados foram a sala de aula, o laboratório de ciências, a biblioteca e o laboratório de informática da referida escola. Inicialmente, foi realizado o planejamento das atividades. Em seguida, os alunos passaram por um processo seletivo que envolvia seu rendimento escolar e avaliação extra. Após selecionados, foram realizadas reuniões com os monitores para instruí- los sobre suas funções com base nos estudos sobre Zona de desenvolvimento proximal. Uma vez preparados, iniciou-se as monitorias onde formavam-se grupos com um monitor e cerca de cinco alunos não monitores. As aulas de monitoria ocorriam em momentos como resolução de exercícios e dias antes de cada atividade avaliativa podendo ocorrer nas aulas em horário normal ou em contraturno escolar. Além disso, os alunos realizaram monitorias em atividades diversas do cotidiano escolar como seminários, experimentos, entre outros. Os monitores pesquisaram, ainda, experimentos caracterizados como de baixo custo para apresentarem aos colegas de modo a facilitar a aprendizagem destes nos conteúdos que estavam sendo ministrados e repassaram para seus colegas. Ao fim das atividades, foi aplicado um questionário para sabermos as opiniões dos alunos a respeito desta atividade.

Resultado e discussão

Os resultados mostram que os alunos avaliaram as monitorias como uma atividade que abrangeu um imenso diferencial metodológico, uma vez que nunca estiveram inseridos nesse tipo atividade. Questionados quanto a eficiência desta metodologia, os alunos apresentaram as seguintes respostas (Figura 1).  “Na minha opinião eu consegui aprender mais, e repassar isso para os meus colegas não-monitores, eu tentei dar o meu melhor para ajudá-los a entender os assuntos em que eles tinham mais dificuldade.”  “Sim, pois as vezes é mais fácil para nós estudantes entendermos algo com um colega explicando, como era o intuito da monitoria. Foi uma experiência incrível poder repassar o pouco que tenho para os meus colegas. (...) eu creio que fizemos sim, alguma diferença no meio deles entenderem os conteúdos.” Foi perceptível o processo de desenvolvimento positivo dos alunos em geral ao longo desta atividade. Os alunos não monitores passavam, cada vez mais, a confiar e solicitar a ajuda dos monitores. Em decorrência disso, os monitores se viam motivados a estudar mais para obter mais conhecimento e, assim, poder ajudar seus colegas. Isto, ditosamente, alicerçou o nosso argumento construído em torno da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) para uma agência colaborativa defendida por Vygotsky (1988, citado por JÚNIOR, 2017), de que os alunos não monitores passam a realizar, com a colaboração de um monitor, tarefas que não conseguiriam realizar sozinhos.

grafico



Conclusões

Com base nas observações realizadas ao longo da execução do projeto, pode perceber que o projeto envolveu aspectos metodológicos que ainda são pouco utilizados na educação básica. Os resultados sugerem que a implementação dessas monitorias obteve grande sucesso, uma vez que ocorreu melhora significativa das notas. A monitoria foi imprescindível para evidenciar o quanto os professores ficam sobrecarregados durante as atividades de sala de aula, e ainda confirmou que o uso dos monitores pode ser eficaz na rotina de sala de aula na melhoria do processo de aprendizagem.

Agradecimentos

PIBID/CAPES/UFCG

Referências

JÚNIOR, F. R. da C. Atividades de monitoria: uma possibilidade para o desenvolvimento da sala de aula. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 43, n. 3, p. 681-694, jul./set., 2017.
NATARIO, E. G. Programa de monitores para atuação no ensino superior: proposta de intervenção. 2001. 142 f. Tese (Doutorado) – Curso de Faculdade de Educação, Unicamp, Campinas, 2001.p. 31.
NUNES, J. B. C. Monitoria Acadêmica: espaço de formação. In: SANTOS, M. M.; LINS, N. M. A monitoria como espaço de iniciação a docência: possibilidade e trajetórias. Natal: Edufrn, 2007.

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