CRIAÇÃO DE MATERIAIS QUE FACILITAM O ENSINO DOS MODELOS ATÔMICOS PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO IFPI - PAULISTANA(PI)

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Rodrigues, N.S. (IFPI) ; Ribeiro, P.S. (IFPI) ; Martins, R.S. (IFPI) ; Silva, A.R. (IFPI)

Resumo

O objetivo deste trabalho é mostrar que é possível a criação de materiais palpáveis no ensino de modelos atômicos para pessoas com deficiência visual. Os materiais elaborados podem auxiliar tanto no ensino fundamental II quanto no ensino médio, proporcionando aos alunos cegos ou de baixa visão, interagir com o objeto do conhecimento ampliando seus conceitos sobre o mundo. Os resultados revelam que os materiais produzidos influenciaram de forma positiva na aprendizagem de conteúdos químicos pelo educando, que atendeu satisfatoriamente a intervenção didática. Esses materiais são acessíveis no que diz respeito aos custos para sua confecção e podem ser reproduzidos por professores a alunos no ensino de química.

Palavras chaves

Deficiência visual ; Materiais ; Ensino

Introdução

Nos últimos tempos, muito se tem defendido e debatido sobre uma escola inclusiva. A inclusão educacional é um termo comum no discurso de muitos, principalmente pelos políticos. Porém, incluir vai além de colocar um aluno com deficiência dentro de uma sala regular. Segundo Fernandes (2017) os documentos oficiais reminiscentes às políticas de educação especial, prezam pelo direito do aluno com necessidades específicas à educação, a inclusão escolar, a formação de professores, a materiais didáticos além de uma escola adaptada para recebe-lo. Reforçando essa linha de raciocínio, a lei 9394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, traz em seu texto a inclusão no significado mais amplo da palavra, ou seja, todos sem distinção tem direito a uma educação de qualidade. A deficiência visual “é definida como a diminuição da resposta visual, que pode ser leve, moderada, severa ou profunda (que compõem o grupo de visão subnormal ou baixa visão) ou a ausência total da resposta visual (cegueira)” (PIRES, RAPOSO, MOL,2007, p.1). Nesse contexto, ensinar um aluno com deficiência visual requer do professor não apenas o conhecimento da matéria, mas a disponibilidade e a sensibilidade de desenvolver estratégias que possam refletir numa aprendizagem significativa. Portanto, alunos cegos são capazes de aprender qualquer coisa quando lhes são dadas as condições e meios necessários para desenvolver sua capacidade cognitiva, uma vez que com a perda da visão outros sentidos são aguçados.

Material e métodos

O trabalho foi dividido em dois momentos: No primeiro instante foi realizada uma entrevista com o aluno com DV, que está cursando o 1° ano do curso técnico em administração no IFPI – Campus Paulistana. A entrevista foi feita no próprio Instituto, com uma duração de 65 minutos, onde foi possível compreender suas dificuldades nos conteúdos de química. No segundo momento, buscou-se através de estudos e artigos solucionar as dificuldades relatadas pelo aluno. Para ele, sua maior dificuldade era compreender os modelos atômicos. Então, confeccionamos os modelos atômicos usando isopor e fios de arame, para que ele pudesse tocá-los, identifica-los e compreender o funcionamento de cada um. Depois de criado o material, apresentamos ao aluno, onde foi feita uma breve explicação de forma sucinta sobre o conteúdo, logo em seguida houve uma explanação sobre os modelos atômicos, após a explicação teórica partimos para o contato direto do discente com o material explicativo sobre o tema. É importante destacar que no momento da confecção dos materiais didáticos, tivemos o cuidado com as diferentes texturas e formas para uma melhor apreciação do trabalho.

Resultado e discussão

É possível dizer a iniciativa proposta ao aluno, tornou o processo de aprendizagem participativo, fazendo com que os modelos de - Dalton - Thompson - Rutherford – Bohr fosse compreendido a partir das necessidades educativas. Durante esta atividade, o aluno permaneceu interessado as explicações dos orientadores, curioso e inclinado a aprender ainda mais sobre a temática. Dessa forma, analisando a influência dessa atividade na aprendizagem do aluno, foi possível identificar momentos importantes que caracterizam uma aprendizagem significativa, tais como, o conhecimento prévio sobre alguns aspectos do conteúdo; a relação das experiências vividas em outros momentos na sala de aula e a ampliação do seu conceito sobre a matéria apresentada; O aluno com DV relatou que esta atividade o fez sentir importante no processo ensino-aprendizagem (como podem ser vistas a seguir durante a explicação dos modelos atômicos.) e que tem expectativas de que mais projetos possam ser desenvolvidos viabilizando a equidade no âmbito educacional.

Figura 1

Modelo atômico Rutherford.

Figura 2

Modelo atômico de Bohr.

Conclusões

Os resultados deste trabalho constata que o ato de ensinar deve expressar intencionalidade e sensibilidade por parte de toda a comunidade escolar, para a construção de uma escola inclusiva com profissionais compromissados com o conhecimento e o futuro do país. Nesse sentido, é possível afirmar que os materiais utilizados durante a experiência acadêmica, proporcionou ao aluno, conhecer suas potencialidades, o acesso e permanência na escola. A explanação do conteúdo concomitante ao manuseio do material, reforçou a compreensão sobre do objeto de estudo.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: presidência da república. Disponível em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/portal-legis/legislacao-1/leis-ordinarias/1996. Acesso em: 12.jul.2019.
FERNANDES, J. M. (2017). A elaboração de materiais para o ensino de modelos atômicos e distribuição eletrônica para discente cego: produtos de um projeto probic-jr. Projeto PIBIC, UFJF, Juiz de Fora.
PIRES, R. F. M.; RAPOSO, P. N.; MÓL, G. S. Adaptação de um livro didático de Química para alunos com deficiência visual. In: VI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 2007, Florianópolis, SC. Anais do VI ENPEC, 2007.
RAZUCK, R. C. S. R. O ensino de modelos atômicos a deficientes visuais teaching atomic models to blinds, 2010.

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