Atividades científicas no campus: o despertar da ciência para alunos do ensino fundamental e médio

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Dias, E.F. (UNEMAT) ; Loss, R.A. (UNEMAT) ; Silva, S.S. (UNEMAT) ; Ferrão, G.S. (UNEMAT) ; Guedes, S.F. (UNEMAT)

Resumo

As atividades científicas podem ser utilizadas como princípio educativo pois são consideradas como um meio de construção do conhecimento, partindo da teoria para a inovação. Portanto, o principal objetivo do projeto foi a realização de atividades científicas com alunos do ensino médio para despertar nos alunos o gosto pela ciência. Foram atendidos aproximadamente 70 alunos de Barra do Bugres. Foram abordadas oficinas sobre programação Android, preparo de Biotinta de terra, e elaboração com análise química de produtos inovadores. É importante o desenvolvimento de atividades científicas com alunos do Ensino Médio, instigando neles a importância de um pesquisador. Além disso, a pesquisa e a extensão podem ser interligadas, e consequentemente, ampliando a divulgação da ciência para escolas.

Palavras chaves

Ciência; Ensino; Aprendizagem

Introdução

No momento em que a Ciência e a Tecnologia passaram a serem reconhecidas como fundamentais para o desenvolvimento da sociedade, houve um aumento da importância do ensino de ciências, necessitando de transformação e reformas do ensino fundamental e médio que envolvam o processo de experimentação prática dos conceitos abordados nas aulas (GALIAZZI et al., 2000). A educação é considerada como um agente de transformação da humanidade, onde tem capacitado os indivíduos para os desafios da globalização e avanços tecnológicos. Em consequência, a ciência é o melhor caminho para se entender o mundo e o conhecimento científico passou a ser o capital mais importante do mundo civilizado. Logo, a pesquisa científica apresenta como principal objetivo o conhecimento de tudo que nos cerca (ROITMAN, s.d). Entretanto, a maior parte do ensino oferecido às crianças é verbal, pois em geral as atividades práticas começam a fazer parte da vida dos estudantes quando entram no Ensino Médio e iniciam a estudar determinadas disciplinas como Física, Química e Biologia. Entretanto, ainda ocorre um grande déficit de laboratórios disponíveis nas escolas, o que leva a aulas teóricas e consequentemente, distancia o aluno da aplicação da ciência (ZIMMERMANN, 2005). Desta forma, é inerente a barreira de experimentação devido as dificuldades de realização de atividades científicas no âmbito escolar, necessitando de parcerias com as universidades que normalmente recebem maior apoio financeiro para realização da pesquisa. Portanto, o principal objetivo desse projeto foi a realização de atividades científicas com alunos do ensino fundamental e médio como forme instigar neles o gosto pela ciência em parceria com uma universidade estadual.

Material e métodos

Inicialmente, foram convidados diferentes ministrantes, entre eles acadêmicos, professores e técnicos administrativos da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), campus de Barra do Bugres-MT, para oferecerem diferentes oficinas que envolvessem atividades científicas para alunos do ensino fundamental e médio. Posteriormente, os alunos das escolas públicas e particulares foram convidados a participarem das atividades na universidade. As pesquisas foram programadas para serem realizadas no período contra turno das escolas, não prejudicando as atividades escolares dos alunos participantes. As oficinas tiveram duração variada conforme a solicitação do ministrante, podendo ser de 4 a 8 horas. Todas as atividades foram realizadas dentro do campus da Unemat.

Resultado e discussão

Nas oficinas foram atendidos aproximadamente 70 alunos do ensino fundamental e médio. Uma das oficinas abordou sobre a tecnologia e programação. Intitulada como “App Fácil: Introdução a programação Android”, contou com a participação de 10 alunos, onde os participantes tiveram contato com a programação em computador e desenvolveram um aplicativo para celular. A oficina intitulada de “Biotinta de terra”, teve a participação de aproximadamente 30 alunos. Nessa oficina, os alunos verificaram que é possível fazer tinta a partir de terra e cola, e que as diferentes tonalidades de terra fornecem cores variadas. Ainda nesta oficina, tiveram contato com o método de pintura de parede. Em uma oficina mais prática quatro alunos elaboraram geleias com sabores exóticos e realizaram análise de acidez, pH e umidade, conhecendo a importância do desenvolvimento de novos produtos e análise físico química dos alimentos. Como forma de aproveitar resíduos agroindustriais, os alunos tiveram contato com laboratório de química e puderam pesquisar sobre a “Utilização de biossorvente agroindustriais na remoção de corantes testeis reativos”. Para trabalhar a parte de microbiologia, foi oferecido a oficina “Descobrindo novas leveduras para uso industrial”, contando com a participação de 20 alunos. Além dessas oficinas, 30 alunos também participaram da oficina “Análise de água”, fazendo análise físico-química de alcalinidade e dureza na água do bebedouro da escola. Essas oficinas despertaram o interesse dos alunos do ensino médio por pesquisas, incluindo que alguns dos participantes continuaram na universidade após o término da oficina para desenvolver outros tipos de análise, como desenvolveram um aplicativo de despertador e geleias de sabores exóticos, como de maxixe.

Figura 1

Participação dos alunos nas oficinas ofertadas

Conclusões

É importante o desenvolvimento de atividades científicas que desenvolvam o interesse pela ciência nos alunos do ensino fundamental e médio, instigando neles a importância dos pesquisadores. Dentro do âmbito acadêmico, a pesquisa e a extensão podem ser interligadas, e consequentemente, ampliando a divulgação da ciência para escolas de ensino médio.

Agradecimentos

Fundação de Amparo a Pesquisa de Mato Grosso (FAPEMAT).

Referências

GALIAZZI, M. C., ROCHA, J. M. B., SCHMITZ, L. C., SOUZA, M. L., GIESTA, S., KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. SÃO PAULO EM PERSPECTIVA, 14, 2000.
ROITMAN, I. Educação científica: quanto mais cedo melhor. RITLA, Rede de Informação tecnológica Latino-Americana, s.d. Acessado em: 15 de agosto de 2019. Disponível: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/rl000001.pdf.
ZIMMERMANN, L. A importância dos laboratórios de Ciências para alunos da terceira série do Ensino Fundamental. Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. 2005.

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