UMA PRÁTICA EXPERIMENTAL COM AUXÍLIO DE RECURSOS COMO PROPOSTA DE INCLUSÃO PARA ALUNOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA VISUAL E AUDITIVA APLICADA PARA O ENSINO DE ELETROQUÍMICA - ELETRÓLISE.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Assunção, J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Gonçalves, L.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Ferreira, E.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Neto, P.T.M.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Meneses, C.C.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Carneiro, J.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

Resumo

O presente trabalho foi desenvolvido a partir de uma oficina na Universidade do Estado do Pará durante o projeto Residência Pedagógica, com objetivo de contribuir com a formação de professores dos cursos de ciências naturais com habilitação em química e licenciandos em química, na organização de práticas pedagógicas inclusivas, cooperativas e outras adequadas às necessidades de cada um dos alunos. Para a pesquisa desenvolveu-se uma maquete representativa de um experimento de eletroquímica. Para a avaliação do que foi apresentado aplicou-se 2 questionários contendo 4 questões cada. Dentre as principais percepções do presente estudo, ficou claro a importância da experimentação, bem como, a utilização de recursos pedagógicos inclusivos no ensino de química.

Palavras chaves

PRÁTICA EXPERIMENTAL; RECURSOS INCLUSIVOS; ENSINO DE ELETROQUÍMICA

Introdução

O ensino de química é uma das matérias mais complexas de ser discutidas, pois muitos alunos não compreendem corretamente, os assuntos trabalhados. Há relatos que mencionam que a disciplina deveria ser ministrada aliando a teoria à prática, para que os alunos pudessem ver, macroscopicamente, o assunto trabalhado. Segundo GALIAZZI (2005), as aulas práticas são extremamente ricas em termos de aprendizagem, pois quando seguidas de discussão, cujo objetivo seja a interpretação dos resultados, favorecem a construção do conhecimento. Segundo Conceição et al 2018, as práticas experimentais são alvos de estudo e observações, já que constituem um recurso pedagógico, comprovadamente, eficiente que auxilia no processo de ensino-aprendizagem. Assim a prática experimental tem sido uma ótima saída para aqueles que não se sentem à vontade em trabalhar apenas o conteúdo de forma tradicional. A utilização de aulas práticas experimentais tem grande contribuição para alunos com deficiência auditiva ou surdos, pois os alunos mesmo que não consigam ouvir o que está sendo falado, conseguem ver a reação ocorrendo no experimento. No entanto este tipo de atividade não pode ser aplicado com alunos com deficiência visual ou de baixa visão. E é neste momento que se faz necessário que o professor saiba adaptar corretamente sua metodologia, para atender todo público alvo de sua turma. No que diz respeito à atuação dos professores de Química na realidade da educação inclusiva, percebe-se que muitos trabalhos vêm sendo realizados com o objetivo de oferecer igualdade de oportunidades aos alunos com algum tipo de deficiência. Diferentes materiais didáticos e metodologias de ensino têm sido desenvolvidos no sentido de atender alunos com deficiência (COSTA, 2008; FILHO, 2005). Para a educação ser tratada como inclusiva nas escolas é necessária conter acessibilidade, flexibilidade curricular, práticas pedagógicas diferenciadas de ensino e avaliação (PLETSCH, 2010). Porém, acima de tudo, é necessário que os professores estejam capacitados para lidar com a diversidade dos estilos de aprendizagem e demandas de seus alunos. Visando isto, é que o presente trabalho apresenta uma proposta de inclusão para alunos deficientes no ensino de Eletroquímica – Eletrólise, com a utilização de recursos que possam possibilitar uma aprendizagem significativa, bem como, contribuir com a formação docente.

Material e métodos

O presente trabalho foi desenvolvido em forma de oficina na Universidade do Estado do Pará durante o projeto Residência Pedagógica intitulada: “Intervenções Pedagógicas para o Melhoramento do Ensino Ciências e Química nas Escolas Públicas do Estado do Pará”. com as turmas do curso de Ciências Naturais com Habilitação em Química-2016 e a turma de licenciatura em Química-2018, discutindo o assunto eletroquímica com ênfase no processo de eletrólise. Para uma melhor visualização do assunto abordado foi exposto o experimento Eletrofloculação com materiais alternativos, sendo estes: Duas garras de jacaré, um pote de vidro, uma colher de sal, corante alimentício, dois pregos representando os eletrodos e um fonte de alimentação (carregador de computador). E uma maquete representativa de como ocorre o processo de eletrólise, para a confecção desta utilizou-se diferentes materiais como: Caixa de fósforo, papel cartão, barbante, miçanga, pedras de artesanato, EVA, fita adesiva e diferentes tipos de cola.Para a melhor avaliação da pesquisa aplicou-se dois questionários contendo 4 questões objetivas e 4 questões subjetivas. Um total de 36 questionários foram aplicados, sendo 16 para alunos do Curso de Licenciatura em Química 2018, e 20 para alunos do curso de Licenciatura em Ciências Naturais com Habilitação em Química 2016, afim de obter do público da oficina contribuições acerca do trabalho.

Resultado e discussão

Discuti-se a seguir com base no resultado da pesquisa realizada e no levantamento bibliográfico feito, a importância do desenvolvimento dessa prática no cotidiano do aluno e do professor. A Imagem 1 corresponde ao gráfico sobre as respostas objetivas, juntamente com o segundo questionário, contendo as perguntas subjetivas aplicadas durante a oficina.Quando perguntados em relação aos benefícios que a experimentação trouxe para assimilação do conteúdo abordado, a resposta do público foi unânime, 100% dos entrevistados afirmaram que, o desenvolvimento da atividade influenciou, diretamente no melhoramento de seu desempenho. De acordo com Souza et al (2013) com o uso de experimentos as aulas podem tornar-se diferenciadas e atraentes, dando a elas um processo mais dinâmico e prazeroso. No entanto, quando perguntados sobre a utilização por partes dos professores de tais recursos nas aulas, 80% afirmaram não ter aulas que utilize artifícios desta natureza, como mostra a questão de nº 2 no gráfico acima. Ao serem questionados sobre os recursos pedagógicos inclusivos usados. Todos os participantes sinalizaram, positivamente, que a utilização de tais métodos, podem contribuir para a compreensão do assunto, visto que a prática experimental pode favorecer os alunos com deficiência auditiva ou surdos, pois, observarão na prática o que é dito na teoria, quanto para alunos com deficiência visual ou de baixa visão, quando aplicada a maquete representativa do assunto. Segundo Silva et al (2017), para a educação inclusiva, é indispensável que o ensino se transforme de forma que atenda às necessidades dos estudantes e não o inverso. Por fim, 100% dos alunos participantes afirmaram que a utilização do braile, em forma de legenda, para a identificação do processo, pode contribuir para a assimilação do processo de eletrólise, como mostra a questão de n°4 no gráfico acima. A primeira questão contida no questionário de número dois, apontou que 100% dos entrevistados consideram importante a utilização de recursos utilizados na oficina, pois as mesmas contribuem significativamente para a assimilação dos conteúdos. A segunda questão mostrou que os discentes de ciências naturais com habilitação em química, já utilizam ferramentas metodológicas, como a experimentação e jogos lúdicos. Para a terceira questão, os participantes apontaram que o recurso (maquete) pode ter grandes contribuições para a inclusão de alunos com deficiência visual ou de baixa visão. Para a quarta e última questão, as sugestões foram diferenciadas, porém a única que todos os participantes chegaram ao consenso, foi aplicação do recurso criado.

Resultados das perguntas objetivas em gráfico, com o segundo questioná

Imagem com gráfico dos resultados do 1° questionário, juntamente com a imagem do segundo questionário.

Conclusões

Dentre as principais percepções do presente estudo, ficou claro a importância da experimentação, bem como, a utilização do recurso pedagógico inclusivo no ensino de química, pois, com as contribuições feitas pelos participantes, percebeu-se que pouco é discutido o ensino inclusivo na disciplina de Química. A esquematização do assunto abordado com o recurso inclusivo despertou interesse nos participantes, justamente pelo fato de ter sido adaptado para o braile, para representação do que estava ocorrendo na experimentação. Ao término da aplicação, percebeu-se que a utilização dos recursos inclusivos no ensino de química tem grande aceitação pelos futuros docentes, também, e que a proposta pode ter grandes repercussões para futuros estudos. Dessa forma, os professores podem adotar práticas inclusivas quando for necessário, utilizando recursos pedagógicos próprios, para cada necessidade individual ou, até mesmo recursos que envolvam e atendam mais de um tipo de deficiência. Portanto, espera-se que este trabalho possa contribuir de forma significativa para a formação docente e para o ensino de química.

Agradecimentos

A Universidade do Estado do Pará Campus XVI- Barcarena-Pa, a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Referências

CONCEIÇÃO, E.F. SOUZA, L.T. ASSIS JR., P.C. JOVITO, R. A Importância Da Experimentação No Ensino De Química: O Estudo da Eletrólise Aquosa Através De Experimentos Didáticos. In: 58º Congresso Brasileiro de Química. São Luís-MA, 2018.

COSTA, E. T. H. Uma proposta diferenciada para o ensino da estequiometria. (Produção didático-pedagógica - Unidade didática) Maringá. 2008.

FILHO, J. R. M. Utilização de modelos moleculares no ensino de estequiometria para alunos do ensino médio. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2005.

GALIAZZI, M.C. Uma sugestão de atividade experimental: A velha vela em questão. Química Nova na Escola, 2005.

PLETSCH, M. D. Repensando a inclusão escolar: diretrizes políticas, práticas curriculares e deficiência intelectual. Edur/UFRRJ, 2010.

SILVA, W; SOUSA, A.E..B; SONDERMANN D.V.C; COMARÚ M.W. Materiais Didáticos inclusivos para o Ensino de Química: desafiando professores em formação. XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – XI ENPEC Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC, 2017.

SOUZA, A.C. A experimentação no ensino de ciências: importância das aulas práticas no processo de ensino aprendizagem. Medianeira 2013.

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