O estudo contextualizado de funções orgânicas a partir dos princípios ativos presentes em chás medicinais para alunos da segunda etapa do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Cardoso, P.D.S.M. (UEAP) ; Coqueiro, P.E.V. (UEAP) ; Malcher, J. (UEAP) ; Silva, L.S. (UEAP) ; Silva, E.M.S. (UEAP) ; Rodrigues, J.C.M. (UEAP) ; Ataíde, R.C. (UNIFAP) ; dos Santos, C.C. (UEAP) ; Pombo, M.D. (UEAP)

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar quais são as principais dificuldades encontradas pelos alunos para entender a Química Orgânica, através disso, realizar a elaboração e aplicação de uma temática com as Funções Orgânicas a partir das estruturas de princípios ativos presentes em chás medicinais, fazendo o uso da contextualização para que possa acontecer uma aprendizagem significativa. A intervenção ocorreu em três momentos com aplicação de um questionário para avaliar a eficácia da temática. Constatou-se entre outras coisas, que a grande maioria dos discentes aprovou a temática aplicada. Enfim, o estudo contextualizado utilizado possibilitou a ocorrência de uma discussão que não aconteceria de forma natural durante as aulas de Química.

Palavras chaves

unções orgânicas; contextualização; chás medicinais

Introdução

A Química Orgânica exerce um papel importante no cotidiano do educando visto que a mesma esta presente em quase tudo que o cerca, inclusive em seu próprio corpo. Mas tal ciência não desperta no discente o interesse do mesmo em aprender, entender e compreender como ela se faz presente de forma tão significativa em sua vida. Visto que tal disciplina também é conhecida como a Química do Carbono ou a Química da Vida. Diante deste panorama este artigo visa buscar meios pedagógicos que venham a contribuir com o processo ensino- aprendizagem. O estudo contextualizado busca relacionar teoria e pratica cotidiana com o intuito de oferecer ao aluno, meios para que o mesmo possa visualizar o abstrato apresentado no ensino tradicional em coisas concretas vistas no seu dia a dia através da analise das estruturas de princípios ativos presentes na composição de chás medicinais. Pois a contextualização surge como uma ferramenta de grande significância para auxilia o docente para deixar a aula mais interessante valorizando o conhecimento empírico do aluno. Para se ter êxito no ensino de química na EJA, é de extrema importância entender que os alunos possuem particularidades, dificuldades, perceber as qualidades de cada educando, saber que todos já possuem um conhecimento prévio e que pode ser utilizado no processo de contextualização (SANTOS et al., 2016). Os educandos da modalidade EJA na maioria deles são trabalhadores, pais e mães de família que por empecilhos da vida não puderam concluir os estudos, estas pessoas possuem um conhecimento do cotidiano muito grande devido a experiência de vida, por isso, surge aí a importância de uma aula contextualizada com o dia-a-dia desses estudantes com objetivo de valorizar o conhecimento que eles possuem, fazendo-os perceber que o conteúdo estudado em sala de aula está presente nas vidas diárias, seja no trabalho ou nos afazeres de casa, deixando assim a aula mais interessante. E uma forma de contextualizar o ensino pode ser o que está pesquisa propõe que seja feito através da análise dos princípios ativos da composição de chás medicinais visto que os mesmos são formados por cadeias carbônicas, e é preciso conhecer a química de suas substâncias. A área da química que estuda o carbono é a química orgânica. Nesse contexto, Santos (2010) descreve que o professor deve mostrar a importância dos conteúdos de química orgânica contextualizando nos temas de alimentação, visando à manutenção e bem estar da saúde das pessoas. O uso de chás medicinais é passado de geração em geração nas famílias de diversas regiões do país, sua utilização é feita baseada em conhecimentos populares com relação ao seu poder de cura, sendo assim, um tema comum no cotidiano do discente. Marochio e Olguin (2013) ressaltam que o uso dos princípios ativos de plantas medicinais com intuito de ensinar as funções orgânicas é uma ferramenta que o professor pode utilizar, pois se trata de um tema que está presente no dia a dia do educando possibilitando sua maior interação nas aulas, além de valorizar o conhecimento que o aluno possui, e tendo a possibilidade de abordar o conhecimento cientifico das plantas que os familiares dos alunos utilizam. A contextualização pode ser trabalhada com diversos temas do cotidiano em sala de aula, drogas, poluição, meio ambiente. Este projeto tem o intuito de trabalhar “O estudo de funções orgânicas a partir dos princípios ativos presentes em chás medicinais como uma metodologia diferenciada para alunos da educação de jovens e adultos”, sendo trabalhada a identificação dos compostos orgânicos. A química orgânica é vista no ensino médio após todas as outras áreas da química, sendo assim os educandos já deveriam estar familiarizados com a disciplina, com um base sobre a mesma e deste modo compreende-la melhor, além disso a área orgânica, diferente das demais, não engloba matemática o que teoricamente deveria contribuir para um maior interesse do aluno já que são os cálculos matemáticos que fazem eles criem uma aversão as ciências exatas. A análise das estruturas químicas dos componentes dos chás e dos princípios ativos das infusões possibilita a abordagem de conteúdos como cadeias carbônicas, nomenclatura, grupos funcionais, isomeria, reações químicas e indicadores de pH (BRAIBANTE et. al., 2014). A compreensão do estudo de chás medicinais possibilitará ao aluno o conhecimento de diversas funções orgânicas e suas características, sendo essa a maior parte da grade curricular de química orgânica para o ensino médio. Com isso, este trabalho é justificado pela necessidade da criação de uma aula contextualizada que facilite o processo de ensino aprendizagem da química orgânica, onde através do estudo de estruturas de princípios ativos de chás que são comuns no cotidiano do aluno e que ele se sinta interessado em apreender e crie uma postura mais crítica na sociedade ao compreender fatos do seu cotidiano.

Material e métodos

A presente pesquisa foi aplicada em uma turma da segunda Etapa do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos, turma essa pertencente a Escola Estadual Professor Antônio Castro Monteiro, situada na cidade de Macapá, Amapá, localizada na zona Sul. Participaram da pesquisa 25 alunos, a faixa etária ficou na média de aproximadamente 27 anos. A pesquisa se enquadrou no tipo qualitativa que segundo Bogdan e Biklen (2003) citado por Oliveira (2011), se preocupa com a obtenção de dados extremamente descritivos, tais dados são obtidos com o contato direto do pesquisador e a situação estudada. Prodanov (2013) afirma que na abordagem qualitativa os pesquisadores analisam os dados individualmente, o processo e seu significado são os focos principais, essa abordagem se difere da quantitativa por não se preocupar em usar utilizar dados estatísticos, não se focando em numerar ou medir unidades, com delineamento de caráter exploratória. Os meios utilizados para a coleta de dados foram questionários fechados, aplicados antes para avaliar o conhecimento dos alunos a respeito do tema e após a apresentação temática para avaliar a aprendizagem dos alunos O desenvolvimento da pesquisa foi realizado em três etapas: Primeira Etapa: foi aplicado um questionário fechado para averiguar o nível de conhecimento dos educandos em relação a química orgânica. E outro para o docente afim de analisar sua metodologia e possíveis dificuldades no processo ensino-aprendizagem. Segunda Etapa: deu-se início a intervenção com a apresentação de alguns chás medicinais como camomila, gengibre, quebra-pedra, boldo e outros, foi abordado também a função de cada chá, como cada um age no organismo, em quais tratamentos eles auxiliam. Neste momento ocorreu o questionando se os educandos tinham ideia da composição química que está presente nos chás, quais funções orgânicas fazem parte da sua composição. Após este momento de debate houve a apresentação de uma micro palestra com a utilização dos princípios ativos de chás medicinais, pois estes são compostos por cadeias carbônicas, possuindo funções orgânicas ligadas a essas cadeias, o que é uma ferramenta bem interessante para se abordar o tema proposto neste trabalho. Houve explanação do conteúdo “funções orgânicas” para que os alunos o relembrassem, e através da análise dos grupos funcionais presentes na estrutura dos princípios ativos ocorreu o seguinte questionamento aos alunos: Qual(ais) função(ões) orgânica(s) temos na estrutura do princípio ativo mostrado? Após isso os estudantes faziam a identificação dos grupos funcionais presentes nas estruturas de cada chá, fazendo com que eles percebessem que o assunto abordado está presente no dia-a-dia deles, realizando um processo de aprendizagem significativa através da contextualização realizada entre funções orgânicas e chás medicinais. Terceira Etapa: Após a intervenção aplicou-se outro questionário que serviu como a base de analises para medir a eficácia da metodologia abordada.

Resultado e discussão

O resultado obtido através dos questionários respondidos pelos alunos obteve-se as seguintes informações: Na figura 01, é possível perceber a avaliação dos alunos em relação a temática “Funções orgânicas a partir dos princípios ativos presentes em chás medicinais”. Fica claro com as respostas, a importância da utilização de ferramentas que envolvam o cotidiano dos educandos. Em relação a pergunta 1, segue algumas justificativas dos alunos: “Porque nos ajudou a entender mais sobre o tema”. “É uma forma de ver a química orgânica no cotidiano”. “São chás que estão no meu dia-a-dia”. (ALUNOS). Já as respostas para a pergunta 2 foram: “Porque foi mostrado algo diferente e interessante”. “Porque eu aprendi muitas coisas que estão no meu dia-a-dia que eu não sabia”. “Porque nos ajuda a perceber que a química está em tudo”. (ALUNOS). De acordo com os PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio), no ensino de Química é necessário evitar a prática de memorização dos conteúdos e fórmulas, e ainda, buscar meios para que haja a desistência da prática de trabalhar de forma descontextualizada o conhecimento científico para que não tenha um distanciamento da realidade dos alunos (BRASIL, 2000). A figura 01 mostra os resultados dos questionamentos a respeito da dificuldade na aprendizagem com as aulas tradicionais, e a importância da contextualização da química orgânica com o dia-a-dia dos educandos. É possível notar que boa parte dos estudantes, 72% (Fig. 01), afirmaram que encontram dificuldades para aprender quando o professor faz uso apenas da metodologia tradicional, entre as justificativas foram destacadas as seguintes: “Porque se for só estudar o que se passa no quadro ninguém aprende, nós temos que por em prática para termos conhecimento daquilo que aprendemos”. “Porque a parte prática nos ajuda a entender com mais clareza”. “Porque só ver teoria e não ver na prática dificulta o entendimento” (ALUNOS). Em relação a utilização de um tema que está presente muitas vezes que diariamente na vida dos alunos, 84% (Fig. 01) deles disseram que o tema ajudou a entender melhor a química orgânica além de deixar o assunto mais atraente. Dentre as respostas obtidas, destacam-se: “Facilitou o entendimento por que usou os chás que utilizo em casa como ferramenta para ajudar no ensino”. “Prova que a química está em tudo, e nos estimula a aprender mais”. “Pelo fato de conhecimento de como age os chás é muito importante para a vida” (ALUNOS). Fica explicito a importância da contextualização no ensino de química, além de tornar o processo de ensino aprendizagem melhor, auxilia na inserção do conhecimento que os alunos já possuem fazendo com que eles se sintam parte importante deste processo. Assim como afirmam Assis et al. (2013), que a contextualização dos assuntos é de extrema significância, pois auxilia na aproximação dos conhecimentos vistos em sala de aula com os obtidos no cotidiano, causando nos alunos motivação e despertando interesse e curiosidade em relação aos conhecimentos químicos, criando assim um ambiente prazeroso de ensino aprendizagem. Pode-se observar na figura 02 abaixo que 64% dos educandos tinham uma ideia superficial que poderia ser possível a utilização de materiais do cotidiano, com isso, ter a possibilidade de deixar a aula mais dinâmica e interessante, como é possível notar nas respostas destacadas da pergunta 5: “O professor de química da escola que eu estudava antes, as vezes usava materiais caseiros para ensinar, a aula ficava bem legal”. “Tem muitas coisas que acontecem no nosso dia-a-dia que a química está presente” (ALUNOS). Segue algumas justificativas dos alunos: “Com as estruturas dos chás consegui identificar algumas funções, achei bem legal o uso dos chás para o ensino”. “Ficou mais interessante identificar as funções por que foi utilizado algo do meu dia-a-dia”. “Achei bem interessante a utilização dos chás para estudar as funções orgânicas” (ALUNOS). Através das justificativas acima percebe-se que a aprendizagem foi significativa para a turma a respeito dos conteúdos abordados na temática. Pois como aborda Clementina (2011) a aprendizagem significativa acontece quando se faz a relação entre o que está sendo ensinado com o meio de conhecimento, experiências e vivências do aluno, no qual a aprendizagem necessita ser inclusa no aprender a conhecer, aprender a ser, entre outras coisas para que o processo de aprendizado possa acontecer. Na figura 02 observa-se que 80% dos alunos afirmam que o a tema abordado na intervenção tem envolvimento direto com o dia-a-dia deles, isso pode ser explicado por ser uma turma da Educação de Jovens e Adultos, esses alunos tem muitas vezes contato direto em casa com os chás utilizados na explanação do tema. Clementina (2011) explica que “a importância da contextualização dos temas químicos sociais é evidenciada, pelo interesse despertado nos alunos quando se trata de assuntos vinculados diretamente ao seu cotidiano”. Segue algumas afirmações dos alunos: “Pois algumas vezes que estive doente tomei alguns desses chás medicinais e ajudou na recuperação”. “Minha vó usa chá em casa quando a gente ta doente”. “Porque quando sinto dor ou algo do tipo utilizo chás como remédio”. Já sobre a importância de o professor utilizar metodologias diferentes da tradicional, como ferramenta para melhorar a compreensão, 92% (Fig. 02) dos alunos responderam que é imprescindível pois além de auxiliar no entendimento deixa a aula mais interessante. Algumas justificativas dos alunos são: “Porque assim nós alunos, conseguimos entender melhor as aulas”. “Porque deixa a aula mais interessante e atraente”. “Pois a aula só no quadro e pincel é muito cansativa, já usando outros recursos a aula fica mais interessante”. A utilização de metodologias diferenciadas para o ensino de Química em si é de suma importância, pois o professor aguça no educando a vontade de aprender, o senso crítico, além de ajudá-lo a construir opiniões críticas a cerca dos diversos assuntos abordados, mostrando para o aprendiz a influência que a química possui para o seu bem estar, podendo assim deixar a aula muito mais atrativa. Filho et. al. (2011) alerta que para que haja uma aprendizagem significativa sobre a Química, há a necessidade de superar as dificuldades encontradas no sistema educacional, buscando novos métodos de ensino, recursos inovadores e novas alternativas possibilitando assim aos alunos criarem seus próprios conceitos, conhecerem novos meios para se chegar a um resultado e aprender de forma dinâmica e atraente.

Figura 1: Respostas 1, 2, 3 e 4 do questionário



Figura 2: Resṕostas 5, 6, 7 e 8 do questionário



Conclusões

Através da análise dos questionários evidenciou a relevância de abordar de forma contextualizada os conceitos científicos da ciência denominada Química, pois mediante está prática o docente transforma a aula que muitas vezes é puramente teórica e desestimulante em uma aula interessante, que prenda a atenção dos discentes. O uso da contextualização vem revelando-se muito eficaz, pelo fato de possuir a capacidade de valorizar o conhecimento prévio que o aluno já possui, realizando assim a transformação necessária para que o aluno perceba a importância do que ele está estudando. Com a metodologia utilizada na temática ocorreu a viabilização de uma momento de discussão que geralmente não seria possível durante as aulas de Química, os conceitos químicos foram associados aos conhecimentos que os educandos já possuíam, tornando-os assim parte principal do processo de ensino aprendizagem. Notando-se que a proposta deste artigo foi eficaz, pois tornou a aula mais dinâmica, pelo fato de abordar um tema que está presente diariamente na vida do educando. Fica explicito que as metodologias tradicionais de ensino já estão ultrapassadas, o uso delas muitas vezes criam barreiras para que ocorra a aprendizagem significativa, e a mudança deste cenário deve partir primeiramente do professor, este deve procurar meios que tornem suas aulas mais atraentes e principalmente valorizar o conhecimento empírico que os seus alunos possuem.

Agradecimentos

Referências

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SANTOS, M. F. R. Metodologia da pesquisa em educação. São Luís: UemaNet, 2010.

SANTOS, J. P. V.; FILHO, G. R.; AMAURO, N. Q. A Educação de Jovens e Adultos e a Disciplina de Química na Visão dos Envolvidos. Química Nova na Escola, v. 38, n. 3, p. 244-250, 2016.

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