JOGOS DIDÁTICOS COMO FERRAMENTA QUE AUXILIA O ENSINO DA TABELA PERIÓDICA PARA ESTUDANTES DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Fernandes, G.S. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Costa, A.N.S. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Silva, J.P. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Silva, A.N. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Mello, T. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Fantinell Júnior, M. (IFMT CAMPUS CONFRESA) ; Leão, M.F. (IFMT CAMPUS CONFRESA)

Resumo

Na busca por outras estratégias de ensino, neste estudo optou-se em utilizar um jogo didático como ferramenta que pode auxiliar a compreensão estudantes do 1º ano B do Curso Técnico em Agroindústria do IFMT Campus Confresa sobre a Tabela Periódica dos Elementos Químicos . A atividade ocorreu no terceiro bimestre do ano letivo de 2019. O jogo foi composto por perguntas sobre os elementos químicos, relacionadas ao seu uso no cotidiano e sua disposição na Tabela Periódica, com diferentes pontuações, onde três equipes disputaram para obter maior pontuação. Posteriormente, os estudantes avaliaram a atividade respondendo um questionário. A avaliação foi positiva, pois ampla maioria considerou o jogo envolvente e dinâmico, além de ser uma forma interessante de estudar a Tabela Periódica.

Palavras chaves

Aprendizagem; Elementos químicos; Estudo dinâmico

Introdução

O ensino de Química pode estar relacionado a várias metodologias e competências disponíveis no meio acadêmico. O papel do docente, que além de transmitir os conteúdos, se torna necessário fazer relações com o cotidiano dos discentes, para alcançar um maior aprendizado. Cada dia que passa, a maneira de criar essa ponte, entre o conteúdo e cotidiano, torna-se mais complexa, pois a maioria dos estudantes não mostra interesse com o ensino de ciências e as aulas ficam monótonas e desestimulantes devido à complexidade dos conteúdos. A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de modo correlato, estimular o uso total da inteligência geral (MORIN, 2003). O que passa a ser um grande desafio para o professor numa sala de aula. Nos dias atuais, o desafio do educador em sala de aula vem aumentando, pois não basta apenas ter conhecimento na sua área especifica e transmiti-lo. É preciso ser um motivador, com habilidades de incentivar a busca por uso de competências e prender o interesse do educando. O desenvolvimento de estratégias modernas e simples, utilizando experimentos, jogos e outros recursos didáticos, é recomendado para dinamizar o processo de aprendizagem em química (SOARES et al., 2003). Os jogos proporcionam uma forma prazerosa de aprender e uma maneira diferente de avaliar o aprendizado. Segundo Zanon et al. (2008), os jogos podem ser usados para avaliar um conteúdo estudado, revisar conteúdos e também como uma forma de fixar conhecimento, permitindo assim, identificar os erros de aprendizagem. Além disso, o professor pode auxiliar o estudante na tarefa de formulação e reformulação de conceitos, ativando seus conhecimentos prévios e articulando-os a uma nova informação que está sendo apresentada (POZO, 1998). Para Kishimoto (1994) o jogo se torna uma peça de extrema importância quando quer-se atrair a atenção do discente para determinado conteúdo em que ele oferece resistência. No momento em que ele encara o jogo como uma brincadeira, aprende-se o conteúdo sem perceber, de forma prazerosa e com muito interesse. Buscando estratégias para dinamizar o ensino de química, esse trabalho teve por objetivo utilizar um jogo didático como ferramenta de ensino/aprendizagem da Tabela Periódica dos Elementos Químicos para estudantes do 1º ano do Ensino Médio do Curso Técnico em Agroindústria do Instinto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) Campus Confresa.

Material e métodos

Este trabalho foi realizado nas dependências do IFMT Campus Confresa. Confeccionou-se um jogo didático para auxiliar no conhecimento relacionado aos elementos químicos e ao uso da Tabela Periódica, como suas características e utilização, aguçando o lado lúdico dos estudantes, interdisciplinar e com foco em fixar o conteúdo exposto pelo professor. Essa pesquisa foi realizada com estudantes do 1º ano do ensino médio Integrado ao Curso de Técnico em Agroindústria Turma B, do IFMT Campus Confresa em Confresa-MT, no 3º bimestre do ano letivo de 2019, com público alvo de 26 discentes. Cabe ressaltar que eles já tinham o conhecimento sobre o tema proposto, por meio de aulas anteriores que foram ministradas, pelo professor responsável. Na construção do jogo sobre a tabela periódica foi utilizado um painel de zinco com medidas de 1,0 x 0,90 metros, no formato da Tabela Periódica atual. No painel de zinco foi colado um adesivo de Tabela Periódica, que contém um fundo na cor branca e as linhas dos quadrados na cor preta, sendo que cada quadrado em branco corresponde ao elemento químico, organizado em períodos e grupos. Também foi produzido cartas, similar às convencionais, que possui perguntas de contexto geral, uma para cada elemento da tabela periódica, contendo pontuações de 10, 20 e 30 pontos de acordo com a complexidade da pergunta. O jogo foi composto por 53 cartas, sendo 46 perguntas relacionadas aos elementos químicos, 02 cartas prêmio que dobravam a pontuação da carta respondida corretamente, 02 cartas prêmio que a equipe ganha 10 pontos a mais e 02 cartas bombas que reduzia a metade a pontuação da carta respondida corretamente. Para melhor assimilação também foi feito 54 peças de EVA, contendo informações de alguns elementos químicos, no seu verso contém um ímã, para ser grudado no painel de zinco. As cartas prêmios e cartas bombas, quando o estudante a retirava, tinha o direito de tirar outra onde pudesse responder a uma questão, e a carta prêmio/bomba valia para a carta em questão, onde sua pontuação dobrava ou aumentava dez ou valia apenas a metade da pontuação. Em seguida foi aplicado um questionário estruturado de 3 perguntas fechadas, com notas de 1 que corresponde a ruim e 5 corresponde a excelente, para que assim fossem avaliados os pontos positivos e negativos dessa estratégia de ensino. Foram três os critérios avaliados: a) O jogo é dinâmico e envolvente; b) Aprendeu novas informações sobre a Tabela Periódica; e c) Envolveu a criatividade e os conhecimentos dos estudantes. Este instrumento utilizado para coletar dados foi desenvolvido e aplicado, durante as aulas de química, pelos estudantes de Licenciatura em Ciências da Natureza com habilitação em Química e também bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da instituição.

Resultado e discussão

No desenvolvimento do jogo didático, os estudantes foram separados em três grupos, sendo a própria turma que decidiu quais seria os integrantes de cada grupo, dois grupos com 9 integrantes e um grupo com 8 integrantes e cada grupo elegeu um líder. A definição do início do jogo foi decidida primeiro por zero ou um e em seguida pelo par ou ímpar, definindo o primeiro, segundo e terceiro a iniciar o jogo. Cada ganhador tornou-se representante de seu grupo, pegando uma carta com a pergunta, e o mesmo podendo responder sem nenhum auxílio e receber a pontuação total da carta, ou com a ajuda do grupo e pontuar apenas a metade da pontuação. Após a leitura da carta pergunta cada jogador obtinha-se 60 segundos para responder, caso não conseguisse responder ou se seu tempo individual finalizasse, sua equipe obtinha-se 30 segundos para dar a resposta, sendo permitido consultas em materiais didáticos como: cadernos; livros e Tabela Periódica. A cada nova rodada um novo membro de cada grupo respondia à uma pergunta, e localizava o elemento químico que o representa, fixando-o no painel de zinco. Se repetindo até todos os integrantes dos grupos participarem. No total, 26 estudantes responderam o questionário, feito previamente, e aplicado após o jogo didático. No questionário, foi pedido que os estudantes atribuíssem nota de 1 a 5, sendo 1 ruim e 5 excelente, a três itens apresentados para atribuição das notas, como demonstra o Gráfico 1. Ao analisar-se o primeiro item, ‘o jogo é dinâmico e envolvente’ 80% dos estudantes consideraram excelente, com isso percebe-se o quão importante é o uso do jogo didático para envolver os estudantes. No segundo item, ‘gostou de estudar dessa maneira’, observar-se a 88% dos estudantes responderam excelente, contribuindo para alcançar as expectativas ao jogo como uma ferramenta para ensinar. O terceiro item, “envolveu a criatividade e os conhecimentos dos estudantes”, 77% dos estudantes apontaram que é excelente, esses resultados revelam que realmente o jogo utiliza o conhecimento dos estudantes e que isso ocorre de forma criativa e muito positiva para a aprendizagem. Para Vygotsky (2010) os jogos didáticos comprovam a capacidade de trabalhar a intelectualidade do estudante dentro de sua Zona de Desenvolvimento Proximal. Indo de encontro com pensamento de Bernadete e Jagnow (2016) que explica que a interação desfrutada de forma prazerosa entre os participantes contribui para o desenvolvimento de várias habilidades, que são claramente percebidas quando os estudantes se expressa por meio de suas respostas. Os resultados encontrados nesta pesquisa evidenciam que os jogos didáticos atraem mais atenção dos discentes para os conteúdos que são apresentados em sala de aula, o que facilita o aprendizado e fixação do conteúdo pelos estudantes. Concordando com Balbinot (2005), que afirma que ambiente escolar precisa ser prazeroso para chamar atenção do discente para que o estudante possa vivenciar o conteúdo unindo ao imaginário, o inesperado e ultrapassar os limites impostos em uma sala de aula e com isso chegar a esses resultados.

Gráfico 1 - Avaliação desse jogo didático pelos estudantes participant

critérios: a) O jogo é dinâmico e envolvente; b) Aprendeu novas informações sobre a Tabela Periódica; e c) Envolveu a criatividade e os conhecimentos.

Figura 1 - Momento do desenvolvimento do jogo didático

Os estudantes se envolveram com a atividade que foi bastante instrutiva

Conclusões

Com o intuito de fixar e avaliar a aprendizagem dos estudantes ao ensino de química sobre a Tabela Periódica e os elementos químicos esse jogo foi desenvolvido e aplicado como uma estratégia de mudar/diversificar a maneira de transmitir o conteúdo para que possa ser uma tática de prender a atenção dos estudantes, e alcançar-se um maior número possível de discentes com interesse em aprender o conteúdo envolvido na disciplina. Conclui-se que, o jogo foi muito satisfatório, que houve grande aprendizado e aceitação por meio dos estudantes, alcançando assim o objetivo de usar esse jogo como uma ferramenta para o ensino de Química ao ensinar a Tabela Periódica e os elementos químicos de forma lúdica.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFMT - Campus Confresa e a CAPES pelo incentivo por meio do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) pelo inestimável apoio e contribuição ao nosso processo de formação.

Referências

BALBINOT, M. C. Uso de modelos, numa perspectiva lúdica, no ensino de ciências. IV Encontro Ibero-Americano de Coletivos Escolares e Redes de Professores que Fazem Investigação na sua Escola. Lajeado (RS), UNIVATES, 2005.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. São Paulo: Cortez, 1996. 183p.
MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 128p.
POZO, J. I. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. 3ª ed. Tradução de J. A. Llorens. Porto Alegre: Artmed, 1998. 284p.
POSSATTO, Lourdes Bernadete, JAGNOW, Cladis Rosélia. A Contribuição Dos Jogos No Processo Ensino/Aprendizagem. (2016.)
SOARES, M. H. F. B.; OKUMURA, F.; CAVALHEIRO, T. G. Proposta de um jogo didático para ensino do conceito de equilíbrio químico. Química Nova na Escola, n. 18, p. 13-17, 2003.

VYGOTSKY, L.S. Play and its role in the mental development of the child. Soviet Psychology, v. 5, p. 6-18, 1966. ______. A formação social da mente. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010
ZANON, D. A. V.; GUERREIRO, M. A. S.; OLIVEIRA, R. C. Jogo didático Ludo Químico para o ensino de nomenclatura dos compostos orgânicos: projeto, produção, aplicação e avaliação. Ciências & Cognição, v. 13, n. 1, p. 72-81, 2008.

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