EQUILÍBRIO QUÍMICO: CONSTRUINDO SABERES PRÁTICOS ATRAVÉS DA EXPERIMENTAÇÃO NA SALA DE AULA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Santos, M.R.P. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Oliveira, A.C.S. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Costa, K.A. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Silva, E.L.M. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Castro, J.F. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Alves, E.B. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Quinzeiro, S.F.L. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Morais, M.L. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Costa, J.A.A. (IFMA–CAMPUS CAXIAS) ; Pessoa, P.A.P. (IFMA–CAMPUS CAXIAS)

Resumo

As atividades experimentais no ensino de Química são defendidas, por facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Estudos apontam que a teoria aliada a experimentação é uma proposta que incentiva o aprendizado, no entanto, os professores enfrentam dificuldades na realização de atividades práticas, devido às condições infra estruturais. A presente pesquisa teve como objetivo abordar o assunto de equilíbrio químico de forma prática através do experimento da garrafa azul, na escola Conego Aderson Guimaraes Junior, Caxias-MA. Os resultados revelaram que 100% dos alunos não tinham conhecimento sobre equilíbrio químico, e que 73,9% dos alunos não gostavam da disciplina. Conclui-se em relação ao conteúdo de equilíbrio químico que os discentes associaram a teoria com a prática.

Palavras chaves

Ensino; Experimentação; Aprendizado

Introdução

Muitas críticas ao ensino tradicional referem-se à ação passiva do aluno, frequentemente tratado como mero ouvinte das informações expostas, tais, quase sempre não se relacionam aos conhecimentos prévios que os estudantes construíram ao longo de sua vida (GUIMARÃES, 2009). Dentre os fatores importantes para a qualidade da educação científica está a experimentação, a partir dela, são realizadas as interações entre conceitos teóricos e a vivência cotidiana necessária para a construção do conhecimento. No ensino de Química, similar às outras Ciências, há uma limitação de tais práticas, provocando nos alunos um desinteresse pela disciplina, bem como dificuldades de aprender e relacionar os conteúdos, diante disso, cabe ao professor buscar formas de contribuir no processo ensino-aprendizagem (DORNELES, 2015; SALESSE, 2012). A temática equilíbrio químico, explanada no segundo ano do ensino médio, é vista por professores e alunos como geradora de problemas para o ensino e aprendizagem na Química devido a abordagens fragmentada e descontextualizada. No entanto, este permite abordagens associativas com o cotidiano, como por exemplo, nas lentes fotossensíveis de óculos, digestão de alimentos (MENESES, NUÑEZ, 2018), estes relacionados ao Princípio de Le Châtelier: “Quando um sistema em equilíbrio é sujeito a qualquer perturbação, tende a ajustar-se, de modo a reduzir o efeito perturbador, restabelecendo a condição de equilíbrio”(RUSSEL, 1994). Mediante isso, a escolha do tema de equilíbrio químico está relacionada com o desenvolvimento da prática educativa da disciplina Química Geral Experimental II, que teve como objetivo abordar o assunto de equilíbrio químico de forma prática através do experimento da garrafa azul, na escola Conego Aderson Guimaraes Junior, Caxias-MA.

Material e métodos

A atividade foi realizada na escola de rede pública de ensino Cônego Aderson Guimarães Junior no município de Caxias-MA com a participação de 23 alunos da turma do 2° ano de ensino médio. Após o levantamento bibliográfico, os autores selecionaram a atividade experimental e aplicado dois questionários, com perguntas abertas e fechadas relacionadas a importância da experimentação em sala de aula, as ferramentas e/ou metodologias utilizadas pelo professor e o conteúdo de equilíbrio químico. Inicialmente aplicou-se o primeiro questionário, que antecedeu aplicação da atividade experimental, o questionário apresentou perguntas sobre conceitos teóricos sobre equilíbrio e reversibilidade das reações químicas, posteriormente, explanou-se os conteúdos das questões, com a utilização do quadro, explanação do cotidiano e realização da prática experimental, através do experimento “garrafa azul”. Este, consistiu-se na dissolução de hidróxido de sódio em uma garrafa e em outra garrafa a solução de dextrose e azul de metileno, feito isso, foram misturadas e agitadas, logo após, deixadas em repouso. Os autores do trabalho pediram para os alunos observarem os fenômenos acontecidos com o progresso das reações. As análises e discussões foram feitas na sala de aula, questionando os estudantes sobre as observações dos mesmos referentes e sua associação com o conteúdo trabalhado, por fim, o segundo questionário foi aplicado, buscando compreender se a utilização de experimentos na compreensão de conteúdos como equilíbrio químico. Os dados deste trabalho foram quantificados, buscando contribuir nos ensinos futuros da disciplina de química.

Resultado e discussão

Os resultados dos questionários são apresentados no Quadro 1, revelou que todos os alunos questionados não tinham conhecimento sobre equilíbrio químico e reversibilidade das reações, assuntos este já apresentados aos mesmos e 73,9% dos alunos não gostavam da disciplina de química, podendo explicar a resposta da primeira questão do questionário. Referente as aulas experimentais, responderam que não tinham, experimentos, mesmo com um laboratório na instituição escolar, não sendo utilizado por falta de recursos. Segundo Silva, Clemente e Pires (2015) o processo de ensino- aprendizagem através da utilização de experimentos alternativos, nas áreas das Ciências, sobretudo na Química, não necessitam em sua maioria de um laboratório. O resultado do segundo questionário evidencia que cerca de 56% souberam responder qual é a importância do equilíbrio químico e reconhecer no seu cotidiano as reações irreversíveis e reversíveis. A reflexão, da experimentação, se torna mais importante do que a prática em si, ela minimiza a fragmentação da teoria e valoriza as concepções e explicações elaboradas pelos estudantes. Essa concepção é favorecida principalmente, quando as atividades práticas são realizadas de forma contextualizada, ou seja, relacionada ao cotidiano do estudante (BARBOSA; PIRES, 2016). Desta forma, os alunos puderam compreender o conteúdo de forma demonstrativa na prática, em alguns momentos, os alunos interagiram participando, respondendo aos questionamentos feitos pelos autores, nitidamente demonstrado no segundo questionário, onde 100% relataram gostar da aula experimental e que gostariam de mais aulas práticas, pois ajudaram no entendimento do conteúdo de Equilíbrio Químico.


Relação de questões e respostas referente aos questionários.

Conclusões

Diante dos resultados, foi possível compreender que as atividades experimentais contribui para o aprendizado significativo dos alunos, mediante a utilização desse mecanismo pelo professor, unindo teoria e prática, similar ao realizado através do experimento da garrafa azul. Baseado nos questionários aplicados notou-se que as concepções dos estudantes acerca do conceito de equilíbrio químico e reações reversíveis foram ampliados, pois ocorreu uma melhora significativa, nas respostas proferidas pelos alunos e na participação dos alunos nas aulas ministradas.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao IFMA Campus Caxias-MA e a Escola Cônego Aderson Guimarães Junior por proporcionar a realização da pesquisa.

Referências

BARBOSA, S. L.; PIRES, T. A. D. A importância da experimentação e da contextualização no ensino de ciências e no ensino de química. Revista CTS IFG Luziânia, Vol. 2 N° 1, 2016.
DORNELES, E. P. O uso de diferentes metodologias na construção do processo de ensino e aprendizagem em química. In: III Congresso Internacional trabalho docente e processos educativos, 2015, Uberaba.
GUIMARÃES, C. C. Experimentação no ensino de química: caminhos e descaminhos rumo à aprendizagem significativa. Química nova na escola. São Paulo, 2009, vol. 31, n° 3, pag. 1-5, ago. 2009.
MENESES, F. M. G. NUÑEZ, I. B. Erros e dificuldades de aprendizagem de estudantes do ensino médio na interpretação da reação química como um sistema complexo. Ciênc. Educ., Bauru, v. 24, n. 1, p. 175-190, 2018. doi: https://doi.org/10.1590/1516-731320180010012.
RUSSEL, J. B. Química Geral. Vol. 1. 2ª edição, São Paulo; Makron Books, 1994.
SALESSE, A. M. T. A experimentação do ensino de Química: importância das aulas práticas no processo de ensino aprendizagem. 39f Monografia (Especialização em Educação: Métodos e Técnicas de Ensino). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira,2012.
SILVA, L. O.; CORRÊA, S. C. Equilíbrio químico no cotidiano: uma abordagem reflexiva sob um olhar da realidade escolar. In: III Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia, 2012, Belém – Pará.
SILVA, S. C.; CLEMENTE, S. A.; PIRES, T. A. D.; Uso da experimentação no ensino de química como metodologia facilitadora do processo de ensinar e aprender. Revista CTS IFG Luziânia, Vol. 1, n° 1, 2015.

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