FEQUEN – FEIRA DE QUÍMICA DO ENGENHO NOVO

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Gomes, L. (COLÉGIO PEDRO II) ; Manuel, T. (COLÉGIO PEDRO II)

Resumo

O incentivo ao aluno de Ensino Médio regular, para o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas, no Ensino de Química, pode trazer resultados inesperados e ajudar na melhora do processo ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a I Feira de Química do Campus Engenho Novo II (FEQUEN/ENII) demonstrou que os alunos são capazes de desenvolver pesquisas e efetuar demonstrações, conhecendo melhor a Química, além de sair do ensino apenas com aulas expositivas. Os alunos se dedicaram e apresentaram trabalhos que surpreenderam a comissão organizadora, fazendo com que a FEQUEN/ENII se tornasse uma realidade.

Palavras chaves

Ensino de Química; Feira de Ciências; Pesquisa

Introdução

Apesar da escola ter, como uma de suas funções, estimular no seu corpo discente a busca pelo conhecimento científico, o ensino de Química ainda é um grande desafio na comunidade estudantil. Essa dificuldade passou a ser observada pelo corpo docente, tornando-se um fator motivador para o desenvolvimento de atividades que instiguem a curiosidade e o interesse dos alunos do Ensino Médio pela ciência. Este trabalho tem como objetivo relatar o desenvolvimento e a execução da I Feira de Química do Engenho Novo – I FEQUEN, no Campus Engenho Novo do Colégio Pedro II, localizado no município do Rio de Janeiro/ RJ, utilizando- se das observações e impressões apresentadas pelos participantes. As feiras de Ciências são atividades mediadas pelo professor, que estimulam e desenvolvem a curiosidade dos alunos na busca pelo conhecimento científico por meio da pesquisa, promovendo ampliação do conhecimento, maior compreensão dos conteúdos programáticos e contribuindo para o crescimento pessoal na formação ético-cidadã dos estudantes. De acordo com Mancuso e Leite Filho (2006), é relevante que os professores proponham o desenvolvimento de pesquisas com os estudantes a fim de incentivar a criatividade e oportunizar o desenvolvimento de temas que os interessem, elaborando projetos individualmente ou em grupo e investigando temáticas e problemáticas da sociedade na qual estão inseridos. Rosa (2005) sugere oito etapas de extrema relevância na construção dos trabalhos a serem mostrados numa Feira de Ciências, que serão apresentadas resumidamente a seguir: I) Adequação dos trabalhos ao currículo da sala de aula; II) Regularidade; III) Pesquisa; IV) Relevância para a comunidade visitante; V) Presença do evento no cotidiano escolar; VI) Envolvimento da comunidade com os projetos de pesquisa; VII) Adequação à realidade e ao nível etário dos participantes; e VIII) Estímulo a um certo nível de competição. Cumpre ressaltar que as Feiras de Ciências são constituídas como espaços diferenciados de processo de ensino e aprendizagem em relação a uma abordagem tradicional, no que diz respeito às relações constitutivas entre professor, estudantes e conhecimento (FARIAS; GONÇALVES, 2007).

Material e métodos

A I FEQUEN foi estruturada a partir de 4 etapas que se desenvolveram ao longo do ano letivo, tendo início em março com conclusão em outubro. Durante o mês de março, os membros da equipe se reuniram com o objetivo de estruturar o evento, levando sempre em consideração o processo ensino- aprendizagem que queríamos alcançar com a realização da Feira. Posteriormente, a equipe escolheu os assuntos que seriam tratados, obedecendo ao conteúdo programático de cada série, definindo as normas que deveriam ser seguidas pelo corpo discente para a confecção dos trabalhos e a data da realização do evento, que ocorreu em 10 de outubro de 2018. No mês de abril, a equipe divulgou o evento junto à comunidade escolar no que se referia à apresentação e os objetivos pretendidos com a FEQUEN, a data do evento, e solicitou aos alunos a formação de grupos de, no máximo, cinco componentes e como seria a escolha dos assuntos. Como terceira etapa, ocorrida no mês de maio, após o sorteio dos assuntos realizados pelo representante de cada grupo, os docentes entregaram as orientações detalhadas para elaboração dos trabalhos, assim como as normas. Finalmente, ainda no mês de maio, teve início a quarta etapa, finalizada somente no dia do evento. Durante esse período, o docente responsável pela turma acompanhou a confecção dos trabalhos, atuando como mediador e instigando, sempre que possível, o interesse e a curiosidade dos alunos.

Resultado e discussão

Durante a realização da Feira de Química, promovida pela equipe, foram apresentados 72 trabalhos, sendo 38 da 1a série e 24 da 2a série do Ensino Médio. Os trabalhos foram avaliados por docentes internos ao Colégio Pedro II e também por docentes pertencentes a Institutos Federais e escolas da rede estadual do Rio de Janeiro. Como a FEQUEN foi desenvolvida visando aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos em ambientes formais pelos estudantes, foram analisados os pontos positivos e negativos e sugestões para o aprimoramento das próximas Feiras de Química a serem realizadas no colégio. Em reunião entre os membros da equipe e com os avaliadores, foi possível elencar alguns aspectos positivos salientados por eles, tais como: a oportunidade que o corpo discente teve de aperfeiçoar o conhecimento; a apresentação e adequação do material exposto ao tema proposto, a apresentação oral do trabalho, demonstrando grande domínio do assunto; e a utilização de todo material exposto na apresentação, indicando organização e integração entre os componentes dos grupos.

Conclusões

Podemos concluir que a FEQUEN levou os alunos para além da sala de aula, pesquisando sobre assuntos do cotidiano que envolvem a química, como o tratamento de água, perícia criminal e gastronomia, dentre outros. Os alunos fizeram demonstrações e aprenderam muito mais do que um conteúdo ministrado em aulas expositivas. Além de proporcionar uma pesquisa por parte dos alunos, a FEQUEN fez com que os alunos passassem a ver a Química de maneira diferente e a fazer associações do ensino de Química com o seu cotidiano, levando os professores de Química do CENII a uma mudança de postura em relação à forma como a Química é ensinada e proporcionando associações entre o cotidiano do aluno e da sociedade. Os alunos perceberam que a Química é muito maior do que é dito em sala de aula, inclusive levando alguns alunos a querer seguir a carreira de Química. O resultado foi além do esperado e fez com que a FEQUEN se tornasse um evento anual do campus, trazendo a cada ano novos temas, de forma a aproximar cada vez mais a Química do cotidiano do aluno.

Agradecimentos

Direção Geral e Equipe de Química do CENII, Coordenador Geral do Departamento de Química do Colégio Pedro II, Professores Avaliadores, PROEN e Reitoria do CPII.

Referências

FARIAS, L. N.; GONÇALVES, T. V. O. Feira de ciências como espaço de formação e desenvolvimento de professores e alunos. Revista de Educação em Ciências e Matemática, v. 3, n. 6, p. 25-34 2007.
MANCUSO, R. LEITE FILHO, I.F. Feiras de Ciências no Brasil: uma trajetória de quatro décadas. In: Programa Nacional de Apoio às Feiras de Ciências da Educação Básica: Fenaceb. Brasília: MEC/SEB, 2006. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/fenaceb.pdf> . Acesso em: 2 ago. 2019.
ROSA, P. P. S. Algumas questões relativas a feiras de ciências: para que servem e comodevem ser organizadas. Cad. Cat. Ens. Fís., v. 12, n. 3, p. 223-228, 1995. Disponível em:<https://dialnet.uniioja.es?descarga/articulo/5165904.pdf>. Acesso: 20 jun. 2019.

Patrocinadores

Capes Capes CFQ CRQ-PB FAPESQPB LF Editorial

Apoio

UFPB UFPB

Realização

ABQ