Principais motivações e dificuldades de aprendizagem no ensino de química de alunos de uma escola pública na cidade de Olho d’Água das Flores – AL.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Tavares, R. (UFAL) ; Santos, L.L.M. (UFAL) ; Santos, E.V.B. (UFAL) ; Correia, P.R.S. (UFL) ; Lima, L.C.B. (UFAL) ; França, S.B. (UFAL) ; Davi, L.B.O. (UFAL) ; Cunha, C.R.S. (UFAL) ; Lima, D.J.P. (UFAL)

Resumo

A pesquisa buscou identificar as dificuldades e motivações de 90 alunos do 3º ano do ensino médio, de uma escola da rede estadual no estado de Alagoas. Foi realizado um questionário, de caráter qualitativo e quantitativo, no qual, os resultados desta pesquisa revelaram que a maioria dos alunos têm dificuldade na disciplina de química, tais como no uso de cálculos matemáticos, e na memorização de fórmulas químicas. Contudo, os mesmos se sentem motivados a estudarem, pois 60% dos alunos ainda sentem à vontade de aprender a disciplina apesar de ser considerada por eles complexa e difícil.

Palavras chaves

Ensino-aprendizagem; Ensino de química; Motivação/dificuldade

Introdução

Sabe-se que os moldes de ensino vem se renovando em função das inovações tecnológicas, principalmente quanto à informação e comunicação (SILVA, et al., 2017). Contudo, observa-se ainda resistência em certas escolas a tal transição, tendo em vista um modelo de ensino baseado na memorização, sobretudo no ensino de química. Dessa maneira, vê-se que aulas meramente expositivas, nas quais decora-se fórmulas e equações, que, abordadas aquém da realidade do educando, limitam o aprendizado do aluno, tornando-o passivo no processo de ensino e aprendizagem. (ALMEIDA, 2008). Diante disso, esses sentem-se desmotivados a aprender, motivo pelo qual a disciplina de química é entendida como algo difícil e até mesmo irrelevante para a vida social (LIBÂNIO, 2004). É consenso entre pesquisadores, que a dificuldade na compreensão da ciência química a nível médio pode estar relacionada ao ensino de conceitos científicos de maneira desconexa com a realidade do aluno, sendo vista como um “bicho de sete cabeças” (SANTOS, 2013). Dessa forma, faz-se necessária a busca de meios que transformem o atual ensino mecânico, a qual o estudante é um mero ouvinte de informações, em um agente no processo de aprendizagem. Por isso, o ato de ensinar deve proporcionar a experiência como meio de ação pelos estudantes, no qual é possível contextualizar conceitos científicos. (GUIMARÃES, 2009). Faz-se necessário um olhar analítico para a metodologia atual, a fim de entender sua direta implicação na relação professor- aluno-aprendizagem permitindo uma viável aplicação de uma sistemática significativa. Logo, este trabalho tem como objetivo identificar as dificuldades e motivações no âmbito de ensino e aprendizagem, com alunos do ensino médio regular, buscando respostas para questionamentos a cerca destes

Material e métodos

Esta pesquisa foi realizada com 90 alunos do 3 ano do ensino médio de uma escola estadual situada na cidade de Olho d’Água das Flores, no estado de Alagoas. Para o mesmo, foi utilizado um questionário com um propósito de analisar as motivações e dificuldades que estes alunos têm na disciplina de química. Os resultados foram tratados quantitativamente, a qual foi observado o percentual de alunos que consideravam a disciplina complexa, o método de ensino usado durante as aulas, déficit de atenção por eles percebidos e conhecimento básico da matemática.

Resultado e discussão

Em se tratando das dificuldades de aprendizagem da disciplina de química, está a “complexidade do assunto”, “metodologia aplicada pelo professor”, “conhecimento básico de matemática”, “dificuldade de atenção”. Os resultados são mostrados na figura 1. A maior dificuldade destes alunos com a disciplina de química é o conhecimento básico de matemática (42%), ou neste caso a falta da base matemática. Estes dados concordam com um estudo realizado por Santos et al (2013), segundo eles 54% dos alunos disseram que sentem dificuldade pois não tem uma boa base de matemática. Para os alunos a dificuldade da matemática na disciplina pode ter trazido a complexidade dos assuntos, sendo que 30% dos entrevistados acreditam nisso. Além do que, a metodologia do professor também é um fator que pode ter contribuído para tal porcentagem, pois como a própria pesquisa mostra, 19% dos alunos concordam que a metodologia do professor é algo que provoca dificuldade na aprendizagem. Foi observado que 9% dos alunos têm problema com a falta de atenção, o que gera ainda mais a dificuldade com a disciplina. Em se tratando da motivação dos alunos com a disciplina de química, 60% responderam que apesar das dificuldades sentem motivados a aprender (Figura. 2), pois para eles a química pode estar relacionada com o cotidiano. Uma pesquisa realizada por Souza et al (2010) com alunos do ensino médio mostrou que 86,81% dos alunos entrevistados acreditam que o fator da metodologia aplicada pelo professor contribui para a aprendizagem. O que leva a acreditar que muitos professores necessitam rever seus conceitos metódicos frente a essa realidade.

Conclusões

Em se tratando da dificuldade dos alunos com a disciplina de química, os resultados desta pesquisa revelaram que a maioria dos alunos têm alguma dificuldade na respectiva disciplina, principalmente de cálculos matemáticos, e na memorização de fórmulas químicas. Contudo, os alunos se sentem motivados a estudarem, pois 60% dos alunos ainda sentem à vontade de aprender a disciplina apesar de ser considerada por eles, complexa e difícil.

Agradecimentos

Referências

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Tradução L. A. Reto, A. Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 1977.

GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química Nova na Escola. Vol. 31, N° 3, AGOSTO 2009.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 5 edição. Revista Ampliada Editora Alternativa, 2004.

SANTOS, Anderson Oliveira et al. Dificuldades e motivações de aprendizagem em Química de alunos do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/UFS/Química). Scientia Plena, v. 9, n. 7 (b), 2013.

SILVA, I. R. da; MONTEIRO, R. de C. R. V. A inovação tecnológica a partir de uma abordagem educacional no ensino superior nos cursos de licenciatura do Centro de Humanas da Uemasul em Imperatriz-MA. VIII Seminário Internacional SOBRE Desenvolvimento Regional. Santa Cruz do Sul, RS, Brasil, 13 a 15 de setembro de 2017.

SOUZA, A. et al. O ensino de química: as dificuldades de aprendizagem dos alunos da rede estadual do município de Maracanaú-CE. V CONNEPI. Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação. Instituto Federal de Alagoas – IFAL. Maceió, 2010.