ENSINO DE QUÍMICA E BIOLOGIA NAS SÉRIES INICIAIS, CONSTRUINDO O CARÁTER CIENTÍFICO NA INFÂNCIA.

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, R.C. (UEAP) ; Nunes, A.I.M. (IFAP) ; Viana, C.C. (UEAP) ; Santos, L.J.S. (UEAP)

Resumo

Este relato aborda a biologia e química trabalhada de forma experimental com crianças do 2º ano ao 5º ano do ensino fundamental na escola SESC-AP situada no bairro Araxá município de Macapá, as atividades destacaram as propriedades organolépticas principalmente a visão, despertando a curiosidade da criança por meios dos sentidos, colaborando no processo de construção do conhecimento científico contribuindo assim nos estudos posteriores. As mesmas foram desenvolvidas na sala de ciências da escola nos meses de Fevereiro e Março, com crianças com faixa etária de 6 à 12 anos participantes do projeto PHE e resgatando a cidadania executado pelos estagiários e supervisor da sala.

Palavras chaves

Crianças; Experimental; Organolépticas

Introdução

É evidente a dificuldade que os alunos do nível médio têm em aprender química, não consegue evidenciá-la em seu cotidiano, o que se verifica é a falta intimidade com a disciplina que para muitos é algo bem longe da sua realidade e, portanto, de difícil aplicação prática. Segundo Oliveira (2013), para que o aluno absorva a cultura científica em sala de aula é necessário que ele seja familiarizado com os diversos tipos de linguagem científica. Então é valido considerar aprender Ciências nas séries iniciais. Para Chassot (2000), alfabetização científica são os conhecimentos adquiridos pelo indivíduo que o torna capaz de fazer uma leitura do mundo em que vive. A partir do processo do ensino desde fase infantil torna-se possível o desenvolvimento de vários aspectos como a comunicação, relação com o meio ambiente, bem como despertar a curiosidade por descobrir o mundo em sua volta, facilitando o entendimento da disciplina nos anos seguintes. Assim este estudo ocorreu em uma escola particular, com alunos do ensino fundamental com uma aula de biologia e outra de química, com aplicação de experimentos que simulava o processo de fermentação, além da visualização por meio de microscópio digital USB 1000x de fungos cultivados pelos próprios alunos em pães e banana da terra na aula de biologia e produção de indicadores ácido-base naturais na aula de química.

Material e métodos

O presente estudo é de cunho qualitativo, pois ocorre através da observação da percepção das crianças frente as atividades aplicadas, como afirma Denzin e Lincoln (2006), a pesquisa qualitativa envolve uma abordagem interpretativa do mundo, o que significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus cenários naturais, tentando entender os fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles conferem. As atividades foram realizadas durante estágio na escola SESC-AP, desenvolvidas no projeto de iniciação científica com alunos do “programa de desenvolvimento de habilidades especiais” PHE e o projeto resgatando cidadania, a faixa etária era de 6 à 12 anos de idade, foram abordados nas atividades o tema microrganismos em biologia e ácido-base em química. Na aula de biologia foi apresentado em slides os principais microrganismos sendo eles vírus, fungos, bactérias e protozoários, então foi enfatizado a importância destes na produção de medicamentos, na fabricação de alimentos e produção de vacinas, foi ressaltado também o efeito prejudicial que estes causam sendo exibido as principais doenças provocadas por estes seres, em seguida foi realizado um experimento simulando o processo de fermentação realizado por leveduras presente em fermento biológico, foi visualizado por meio de microscópio digital fungos presentes em amostra de pães cultivado anteriormente pelos alunos e seguida a visualização de fungos em banana da terra. Na aula de química foi esclarecido o que é substância, conceito de pH, conceito ácido e de base. Então foi produzido pelos alunos indicadores naturais a parti de repolho roxo, flores de jardim e beterraba, as substâncias para os testes foram do cotidiano tais como vinagre, limão, leite, bicarbonato de sódio, sabão em pó

Resultado e discussão

Durante a realização dos experimentos alunos puderam fazer perguntas referente aos eventos que estavam acontecendo, eles foram estimulados a pensarem sobre o que estava acontecendo e todas as dúvidas foram esclarecidas, no experimento realizado na aula de biologia simulando o processo de fermentação eles puderam evidenciar a formação de bolhas, o surgimento de massa e produção de gases conforme figura 1, com isso eles puderam perceber a atuação dos fungos presentes no fermento biológico. Já na visualização de fungos por intermédio do microscópio eles puderam visualizar os fungos de forma mais detalhada, assim puderam compreender ele como "ser vivo". Na aula de química os alunos puderam evidenciar a partir da mudança de coloração o pH das substâncias, com isso eles puderam questionar o motivo da mudança conforme figura 2, como havíamos explicado anteriormente eles puderam fazer associação do que foi explicado com o que foi evidenciado, Segundo Bevilacqua e Silva (2007), realização de experimentos, em ciências, representa uma excelente ferramenta para que os estudantes possam estabelecer relação entre teoria e prática. eles também puderam associar a química com o cotidiano por meio da produção indicadores, muitos deram outras possibilidades de vegetais que poderiam servir de indicador, pode-se então perceber a construção da observação do mundo de uma forma investigativa com olhar científico.

Figura 1. Experimento simulando fermentação

Figura 1. Experimento simulando fermentação realizada por fungos presente em fermento biológico.

Figura 2. Experimento de química

Figura 2. Produção de indicador natural de repolho roxo.

Conclusões

Concluímos que o ensino de ciências nas fases iniciais corrobora na construção do caráter científico, estimulando o interesse do aluno em aprender e fazer ciência, assim é interessante a inserção deste tipo de atividade nas escolas.

Agradecimentos

Ao Secs-Ap, ao professor supervisor da sala de ciências do SESC-AP João Luiz Castro, aos alunos por toda dedicação, enfim a todos envolvidos na elaboração e execução do projeto.

Referências

BEVILACQUA, G. D.; Silva, R. C. (2007) O ensino de Ciências na 5ª série através da experimentação. Ciências & Cognição 10(4) 84-92.
CHASSOT, A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: editora Unijuí, 2000.
DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In: DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. (Orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 15-41
OLIVEIRA, C. M. A. (2013) O que se fala e se escreve nas aulas de Ciências? In: CARVALHO, A. M. P. (Org.) Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013. p. 63-91.

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