Quem canta, com a química encanta, e seus males espanta

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Ensino de Química

Autores

Cruz, R.P. (CTUR - UFRRJ) ; Mendonça, M.L.T.G. (IFRJ) ; Castilho, R.B. (UFRRJ) ; Sarmento, J.P. (UERJ) ; Haick, A.L. (UFRRJ) ; Silva, I.O. (UFRRJ) ; Araújo, L.D. (UFRRJ) ; Costa, L.D.R. (UFRRJ) ; Marques, V.S. (UFRRJ)

Resumo

Tornar as aulas mais dinâmicas e agradáveis é sempre um desafio para o professor. A partir dessa constatação, surgiu a ideia da construção de paródias com temas relacionados ao conteúdo de funções inorgânicas. O objetivo foi o de direcionar essas paródias para o aprofundamento do conteúdo. O trabalho foi realizado com alunos do Ensino Médio, envolvendo, também, graduandos do PIBID do curso de Licenciatura em Química da UFRRJ, que atuaram junto com o professor, orientando os alunos na pesquisa e na construção dos textos. Aos temas foram agregadas palavras "chaves" que deveriam constar nas letras das paródias. Concluiu-se que trabalhos lúdicos, além de aguçar a criatividade, trazem significado e também são auxiliadores na construção e aprofundamento dos conteúdos para os alunos.

Palavras chaves

paródias; funções inorgânicas; ensino de química

Introdução

Um grande desafio para o professor é tornar o dia a dia, na sala de aula, produtivo e estimulante. Como a música é, sem duvida, uma ferramenta que pode auxiliar nessa tarefa, a composição de paródias é uma atividade que atrai, de modo particular, os alunos. Entre trabalhos com paródias já realizados estão os seguintes: Leão et al (2014), com estudantes do EJA, em que os conteúdos de Tabela Periódica e da constituição das substâncias da natureza foram utilizados, mostrando grande aproveitamento dos alunos; Laudicéia, Gonçalves e Hussein (2013), que em um trabalho com os conceitos de modelos atômicos constataram um desenvolvimento grande e um estreitamento dos laços afetivos entre discente e docente e entre discentes e discentes; Lopes et al (2017), que elaboraram seus trabalhos com o conteúdo de funções orgânicas, apresentando elevada criatividade, foram fontes potenciais para a problematização de conceitos. O presente trabalho é o resultado de uma segunda tentativa de construção de paródias que, efetivamente, direcionasse e agregasse o conhecimento dos temas envolvidos e não somente tornasse a aula mais divertida. Isto porque, ao se fazer uma análise, o primeiro trabalho utilizando paródias não acarretou conhecimento significativo para os alunos; apenas tornou a aula mais alegre. Assim, foi escolhido o tema de funções inorgânicas, que é pouco utilizado na literatura, mas é um conteúdo considerado de difícil compreensão pelos alunos, já que é preciso identificar, classificar, nomear e construir as principais reações químicas envolvendo ácidos, hidróxidos, óxidos e sais. Daí, o elevado índice de notas baixas no que diz respeito a esse conteúdo. O trabalho possibilitou ao aluno o entendimento dos conceitos de uma maneira lúdica,agregando significação ao conhecimento.

Material e métodos

O trabalho foi desenvolvido no Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR/UFRRJ) com alunos da primeira série do Ensino Médio dos cursos Técnicos em Agroecologia e Hospedagem. Foram selecionados cinco temas relacionados a funções inorgânicas. A turma foi dividida em grupos, que realizaram pesquisas sobre cada conteúdo, e, a partir das pesquisas,selecionaram-se algumas palavras chaves que deveriam compor as letras das paródias. Cada grupo, então, deveria escolher a música, ritmo, tipo de apresentação. As letras foram apresentadas ao professor e também aos graduandos de Licenciatura em Química do PIBID da UFRRJ. Estes tiveram a oportunidade de exercitar a prática docente orientando os alunos do Ensino Médio, sobretudo para que as letras se tornassem ricas em relação ao conteúdo. Com as composições finalizadas, os grupos fizeram a apresentação, na forma de show, durante a aula.

Resultado e discussão

As letras das paródias apresentaram, além da criatividade, um aprofundamento no conhecimento (Figura 1), com a orientação do professor e dos graduandos do PIBID. Estes últimos puderam estreitar os laços afetivos com os alunos do Ensino Médio, o que colaborou para desmistificar um tanto o ato de ensinar para os graduandos, que apresentam, normalmente, receio de lecionar, mesmo tendo como certa a escolha da profissão. As apresentações de cada grupo foram em forma de show, com instrumentos musicais, como pandeiro, violão e chocalho, tornando a aula muito divertida, engraçada e prendendo a atenção de todos.

Quem canta

Paródias apresentadas por alunos do ensino médio

Conclusões

Concluiu-se que foi proveitosa a insistência em realizar o trabalho de paródias pela segunda vez, mas com novas alternativas, como o apoio dos graduandos do PIBID, o que resultou na construção de letras com um aprofundamento dos conteúdos pelos alunos do Ensino Médio. Desse modo, o trabalho surtiu o efeito desejado, ou seja, a compreensão dos conteúdos de funções inorgânicas de uma maneira lúdica, aguçando a criatividade e a significação para o conhecimento.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao CNPq e ao CTUR/UFRRJ pela infraestrutura e apoio financeiro do sistema de estágio e bolsas.

Referências

LAUDICÉIA R. C.; .GONÇALVES, F.R; HUSSEIN, S. A música como recurso didático no ensino de química. In: IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 9. Águas de Lindóia, São Paulo. Anais...Águas de Lindóia, 2013. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R1319-1.pdf. Acesso: 20 jan. 2018.

LEÃO, M.F; COSTA, M. M. O. J.; OLIVEIRA, E. C.; PINO, J. C. D. Desenvolvimento de práticas musicais no ensino da química para a educação de jovens e adultos, Educação Cultura Sociedade, v.4, n.1, p. 75-85, jan./jun. 2014.

LOPES, D.P; BARROS, D.M.B.; NASCIMENTO, L.T.; REIS, J.D.E.; BARBOSA JUNIOR, A.S.; SILVA, D.R.S.; COSTA, W.C.L.; FEIO, A.M.; SOUZA, R.F.O uso de paródias musicais como instrumento facilitador de ensino e aprendizagem de funções orgânicas. In: 57 CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 57. 2017. Gramado, Rio Grande do Sul. Anais...Gramado. 2017. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2017/trabalhos/6/12353-24272.html. Acesso em: 12 jan 2018.

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