RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO ÓLEO DA AMÊNDOA DO TUCUMÃ (Astrocaryum aculeatum) DO ESTADO DE RORAIMA

ISBN 978-85-85905-25-5

Área

Produtos Naturais

Autores

Mesquita, L.I.G. (UFRR) ; Magalhães Neto, A.T. (UFRR) ; Rocha, A.C.R. (UFRR) ; Santos, T.V. (UERR) ; Santos, M.D.V. (UFRR) ; Ferraz, V.P. (UFMG) ; Medeiros, S.R.N.A. (SEED-RR) ; Melo, A.C.G.R. (UFRR) ; Melo Filho, A.A. (UFRR)

Resumo

O tucumã (Astrocaryum aculeatum) pertencente à família Aracaceae é provavelmente nativo do estado do Pará. A semente desse fruto é muito importante, pois é fonte de proteínas e vitaminas, é uma palmeira com ocorrência no leste da Amazônia brasileira, na Guiana Francesa e Suriname. Nesse trabalho realizou-se o rendimento e composição química do óleo da amêndoa do tucumã Astrocaryum aculeatum. Assim, as amostras do tucumã foram submetidas ao um processo de extração num sistema Soxhlet usando hexano como solvente. O óleo da amêndoa do tucumã apresentou um rendimento de 38,11% e os ácidos graxos majoritários foram: láurico (44,5%), mirístico (23,8%), oleico (9,4%) e palmítico (6,9%) por cromatografia gasosa.

Palavras chaves

Ácido láurico; Amazônia; Cromatografia gasosa

Introdução

O tucumã (Astrocaryum aculeatum) da família Aracaceae é provavelmente nativo do Pará e ocorre em todo leste da Amazônia brasileira, na Guiana Francesa e Suriname. Apresenta resistência ao fogo, tem capacidade de rebrotar após queimadas, se regenera facilmente e alcança em média de 10 a 15 metros de altura, possuindo espinhos ao longo do tronco e em suas folhas. Essa planta floresce, entre março e julho, e frutifica na época chuvosa, ou seja, de janeiro a abril. O tucumã possui muitas utilidades: jovens fazem anéis dos caroços; as crianças usam as sementes no jogo de petecas. Além disso, pássaros, peixes e entre outros animais apreciam seus frutos (CYMERYS, 2010). O tucumã é uma planta que é rica em calorias, proteínas e vitamina A, a qual é ótima para a vista. Lipídeos, o grupo conhecido como óleos e gorduras e seus derivados teve uma importância ímpar na história da humanidade. Esse grupo se caracteriza por ter como principais componentes: ácidos graxos e seus derivados. Essas substâncias estão entre os primeiros insumos naturais que o homem usou com fins não alimentares, tanto na forma natural como a partir de modificações químicas (RAMALHO, 2006). Este trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento e a composição química do óleo da amêndoa do tucumã.

Material e métodos

Os frutos maduros de tucumã foram coletados no estado de Roraima, no município de Alto Alegre a 87Km da capital Boa Vista, após coletados e separados foram trazidos ao Laboratório de Química Ambiental que faz parte do NPPGCT-UFRR. Para as análises do rendimento e composição química, as amostras de tucumã, foram despolpadas manualmente com auxílio de faca de aço inoxidável, submetidas à estufa a 50 °C por 72 horas. Essas após secas foram trituradas com liquidificador caseiro e peneiradas entre 20-40 Mesh. A amostra passou pelo processo de extração do óleo em Soxhlet com hexano, como solvente, por 3 horas, em seguida foi armazenado para futuros estudos. Para a obtenção do rendimento foi utilizada a seguinte equação: Rendimento= ((massa do óleo essencial obtido(g)/(massa do material vegetal(g)) x100%. A análise cromatográfica foi realizada com o auxílio do equipamento denominado CG-DIC onde foram fornecidos a identificação e quantificação dos ácidos graxos presentes no óleo vegetal das amêndoas de A. aculeatum.

Resultado e discussão

O óleo fixo da amêndoa do tucumã A. aculeatum apresentou uma coloração esbranquiçada, onde obteve-se rendimento de 38,11% valor este que está de acordo com a literatura (PESCE, 2009). A análise cromatográfica do óleo apresentou nove componentes correspondentes como mostra na Figura 1. Os ácidos graxos majoritários foram: láurico (44,5%), mirístico (23,8%), oleico (9,4%) e palmítico (6,9%). O componente que obteve maior porcentagem foi o ácido láurico que também é encontrado no coco e no leite materno conhecido por fortalecer o sistema imunológico, principalmente dos bebês. Temos também os ácidos linoleico e linolênico que são ácidos essenciais para saúde humana, pois agem como portadores de vitaminas solúveis em gordura (A, D, E e K) e são fontes impotantes de energia (ATKINS, 2011).

Figura 1: Perfil dos ácidos graxos



Conclusões

óleo do coco do tucumã apresentou rendimento igual a 38,11% e a análise cromatográfica dos ácidos graxos obteve uma quantidade considerada de ácido oleico (ω-9), linoleico (ω-6) e linolênico (ω-3), que são ácidos graxos essenciais para saúde humana, o ácido láurico também é de muita importância, pois fortalece o sistema imunológico e age como anti-inflamatório. O tucumã é uma planta que merece muita atenção, pois na sua amêndoa encontramos ácidos graxos que são benéficos à saúde humana, despertando interesses para a realização de estudos biotecnológicos.

Agradecimentos

CNPQ, UFMG, CAPES, GRUPO OLEOQUÍMICOS, pelos incentivos e apoios financeiros e FINEP, pela infraestrutura do NPPGCT.

Referências

ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química. 5° Ed., Princípios de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente - 2011.
CYMERYS, M.; CLEMENT, C. R. Pupunha: Bactris gasipaes Kunth. In. Shanley, Patricia; Medina, Gabriel (Eds.). Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. CIFOR & Imazon, Belém, Pará, Brazil. p.209-214, 2005.
PESCE, C. Oleaginosas da Amazônia. 2 Ed., ver. e atual. Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi. Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural, 2009. 334p
RAMALHO, V. C.; JORGE, N. Antioxidantes utilizados em óleos, gorduras e alimentos gordurosos. Química Nova, v.29, n.4, São Paulo, 2006.

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