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60º COngresso Brasileiro de Química

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE POLPAS DE GOIABA IN NATURA


ÁREA

Química de Alimentos

Autores

Lima, G.C. (UFPA) ; Pantoja Neto, L.L. (UFPA) ; Nobre de Moura Junior, J.M. (UFPA) ; Brito Negrão, C.A. (UFPA) ; de Melo Tavares, Z.N. (UFPA) ; Pinheiro do Rosário, A.A. (UFPA) ; Magno Rocha, R. (LACEN-PA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)

RESUMO

A goiabeira (Psidium guajava L.) pertence à família Myrtaceae. A polpa é, em geral, de consistência rígida, sendo consumida em sucos , doces e in natura. O objetivo deste trabalho foi realizar a análise físico-química de poupa de goiaba in natura comercializada em Belém do Pará. O pH médio encontrado foi de 3,62. O valor médio da condutividade elétrica foi de 0,59 mS/cm. Os Sólidos Solúveis Totais (SST) foi em média de 9,65° Brix. A umidade média foi de 82,30 %. Já a densidade média foi de 1,080 g/mL. Estes resultados estão em conformidade com relatos da literatura, indicando serem as polpas de boa qualidade.

Palavras Chaves

Controle de Qualidade; Frutas; Amazônia

Introdução

Com origem nas regiões tropicais americanas, a goiabeira (Psidium guajava L.) pertence à família Myrtaceae, sendo amplamente cultivada nas regiões tropicais e subtropicais do mundo (SOUZA et al., 2009). Dentre os países produtores, o Brasil é um dos maiores, com volume de produção de 424,31 mil toneladas, em uma área plantada de 17,60 mil hectares, em 2016 (ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA, 2018). A maioria dos pomares comerciais de goiabeiras são originados por propagação vegetativa, também são encontrados pomares estabelecidos por propagação seminal. A forma reprodutiva mais frequente na produção de frutos em P. guajava é a polinização cruzada, sendo esta classificada como uma espécie alógama (ALVES; FREITAS, 2007). Este fato, aliado ao modo reprodutivo da espécie, resulta em heterogeneidade das goiabeiras no pomar, nas características dos frutos e das plantas, possibilitando a seleção de genótipos para o melhoramento da cultura (LOZANO et al., 2009; NIMISHA et al., 2013). A importância econômica desta frutífera é ocasionada devido aos inúmeros métodos de aproveitamento do seu fruto, podendo ser utilizada na indústria, como polpa, suco, doces, entre outros, também é consumida como fruta in natura. A fruta apresenta alto valor nutritivo, possuindo elevados teores de vitamina C (ácido ascórbico), vitamina A, cálcio, tiamina, niacina, fósforo e ferro (NETO et al., 2001). O conhecimento das propriedades químicas e físicas da polpa de goiaba é um fator altamente relevante, uma vez que eles são utilizados como referência para a aceitabilidade das mesmas no mercado nacional e internacional. O objetivo do presente trabalho foi estudar algumas propriedades físico- químicas de polpas de goiaba para contribuir com seu controle de qualidade.

Material e métodos

Para a realização das análises, foram adquiridas goiabas maduras comercializadas e produzidas no município de Belém, no estado do Pará. Após serem adquiridas, estas foram levadas ao Laboratório de Física Aplicada á Farmácia (LAFFA), da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde foram armazenadas em recipientes escuros e sob refrigeração (4º C), até o momento das análises. Foram realizados os seguintes parâmetros físico-químicos: pH, determinado usando um pHmetro (PHTEK) calibrado com solução tampão pH 4 e 7 (AOAC, 1992), densidade, umidade e sólidos solúveis totais (SST), foram determinados por refratometria a 20° C, sendo utilizado um refratômetro portátil (Instrutherm, modelo ATAGO 090), transferindo-se 1 ou 2 gotas da amostra para o prisma do refratômetro, sendo anotado o valor lido na escala correspondente (baumé, porcentagem de água e ° Brix). Todas as determinações foram realizadas em triplicatas, sendo que os resultados dos parâmetros obtidos foram apresentados como média e desvio padrão.a

Resultado e discussão

Na tabela 1 estão os resultados obtidos pelas amostras da polpa de goiaba in natura. O pH médio foi de 3,62, acima do requerimento mínimo e abaixo do máximo exigido pelo Ministério da Agricultura, onde é exposto que a polpa de goiaba deve ter no mínimo um pH de 3,50 e no máximo 4,2, isto é, a polpa estudada está dentro da norma vigente. A umidade média obtida foi de 82,69 %, sendo que o resultado médio da polpa estudada é superior ao encontrado na tabela brasileira de composição de alimentos (TBCA USP) que propõe um valor de 80,72 % para umidade, ou seja, não estando de acordo com a norma proposta. A condutividade elétrica média da polpa foi de 0,59 mS/cm, possuindo uma discrepância grande em relação as duas polpas congeladas estudadas por Arruda et al. (2012), que foi de 2,88 mS/cm da marca A e 4,41 mS/cm da marca B. O valor médio da densidade foi de 1,080 g/mL, estando superior ao valor encontrado por Batista Araujo (2019) que foi de 1,035 g/mL. Os Sólidos Solúveis Totais (SST) teve média de 9,65° Brix, estando de acordo com a norma proposta pelo Ministério da Agricultura, pois o mínimo requerido pelo Órgão é de 7,00o Brix.

Tabela 1. Resultados encontrados



Conclusões

O pH foi ácido para ambas amostras e os SST estavam acima do mínimo exigido pela legislação, logo, estando dentro da norma e de acordo com as literaturas, já a umidade da polpa está fora dos padrões analisados, tendo em vista a média dessa característica, mas pode-se considerar uma pouca diferença entre a literatura e a umidade média do produto estudado, sendo assim, é considerável explicitar que a polpa não perderá sua qualidade. Todos os processos aplicados foram de essencial contribuição para os resultados.

Agradecimentos

A UFPA e a UFRA.

Referências

ALVES, J. E.; FREITAS, B. M. Requerimentos de polinização da goiabeira. Ciência Rural, v. 37, p.1281-1286, 2007.

ARAUJO, B. L. SECAGEM DE POLPA DE GOIABA PELO MÉTODO DE CAMADA DE ESPUMA. 2019. 45 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Química, Departamento de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2019.

ARRUDA, L.C.; SANTANA, G.M.; PACHECO, I.M.C.; COSTA, E.S.; CORINGA, E.A.O.; REBELATTO, I. QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS CONGELADAS COMERCIALIZADAS EM CUIABÁ/MT. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA, 52., 2012, Recife/pe. Química dos Alimentos. [S. L.]: Abq - Associação Brasielira de Química Av. Presidente Vargas, 633 Sala 2228 - Centro Rio de Janeiro - Rj - Brasil - 20071-004, 2012.

Association of Official Analytical Chemistry. Official Methods of Analysis of AOAC International, 11 ed. Washington: AOAC, 1992.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa no 01, de 7 de Janeiro de 2000. Aprova o Regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e Qualidade para Polpa de Fruta. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 10 jan. 2000, seção 1. Acesso: 16/11/2019.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 4. Ed. São Paulo, 2005 v.1, 533p.

LEÃO, D; PEIXOTO, J; VIEIRA, J. Teor de licopeno e de sólidos solúveis totais em oito cultivadores de melancia. BIOSCIENCE, P.7-15, 2006.

LOZANO, L. J.; PINZÓN, M. I. A.; FLÓREZ, J. E. M. Caracterización morfológica de accessiones silvestres de guayaba. Acta Agronómica, Palmira, v.58, p. 69-73, 2009.

NIMISHA, S; KHERWAR, D.; AJAX, K. M.; SINGH, B.; USHA, K. Molecular breeding to improve guava (Psidium guajava L.): Current status and future prospective. Scientia Horticulturae. v.164. p.578-588, 2013.