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60º COngresso Brasileiro de Química

O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE QUÍMICA EM AULAS REMOTAS NA PERSPECTIVA DOS ALUNOS


ÁREA

Ensino de Química

Autores

Junior, U.C.S. (UEPA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Lobato, M.R. (UEPA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santos, M.A.B. (UEPA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)

RESUMO

Após o surgimento da Covid-19 e a posterior pandemia estabelecida pelo vírus, diversos desafios exigiram que a população mundial realizasse mudanças na maneira como vivia. As relações humanas, em seus vários aspectos, foram alteradas em uma velocidade sem igual, o mundo passou a conviver com o uso frequente de máscara e álcool em gel, o distanciamento social também passou a ser uma exigência. Essas e muitas outras medidas foram e estão sendo necessárias para conter o avanço da doença. Este trabalho foi elaborado com o objetivo de compreender a visão dos alunos do ensino médio, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Presidente Dutra (localizada na cidade de Barcarena – PA), sobre o desenvolvimento das aulas por meio do ensino remoto, uma das medidas adotadas em boa parte do mundo.

Palavras Chaves

Ensino na Pandemia ; Tecnologias Digitais; Formação de Professores

Introdução

Após a adoção do ensino remoto nas escolas de ensino público e privado, em algumas partes do mundo, estabeleceu-se a missão de continuar o processo de ensino-aprendizagem utilizando-se das ferramentas digitais. O que seria uma possível alternativa e solução para a paralização das aulas, acabou se tornando um problema para uma parcela da população. A proposta de dar continuidade aos estudos via internet, com acesso remoto aos conteúdos ministrados pelos professores, tornou-se um caminho que dividiu a comunidade estudantil entre os que possuem recursos e estrutura para estudar remotamente, e os que não tem as ferramentas necessárias para acompanhar as aulas. No Brasil, a situação não foi diferente. Muitos alunos dependiam das atividades presenciais nas escolas, não só para aprenderem os conteúdos, boa parte dos discentes recebiam alimentação nos intervalos de suas aulas, já que muitos não se alimentavam nas suas casas. Segundo Cury (2020, p. 13) “A invasão da escola na casa trouxe problemas de adaptação de um ensino em casa”. Para pensar em possíveis soluções que venham resolver esse problema, se faz necessário conhecer e estudar como essa nova forma de ensinar tem impactado a vida dos alunos, se os feedbacks dos discentes são positivos ou negativos. Foi a partir desses retornos (opiniões), fornecidos pelas turmas do ensino médio, da E.E.E.F.M Presidente Dutra, localizada no município de Barcarena, estado do Pará, que este trabalho foi elaborado. O objetivo é pontuar as principais dificuldades encontradas pelos alunos e avaliar o contato dos mesmo com seus professores ou professoras.

Material e métodos

Utilizando a plataforma Google Forms, elaborou-se um formulário com o objetivo de recolher as visões dos alunos sobre a adoção e o desenvolvimento do ensino remoto nas turmas de ensino médio, na E.E.E.F.M Presidente Dutra. O questionário foi divido em três perguntas, sobre as quais os discentes expuseram suas opiniões em relação as dificuldades encontradas, as metodologias utilizadas pelos docentes e como ocorrem a comunicação com os professores, além do termo de consentimento. Para que esse formulário de sondagem pudesse chegar ao discentes, foi solicitada a contribuição de um professor da escola. Por meio dos grupos de WhatsApp das classes, ele convidou os alunos a participarem da pesquisa. Como as três perguntas do formulário eram todas subjetivas, foi utilizada da análise qualitativa para estudar, categorizar e definir quais as principais barreiras que o ensino remoto apresenta, segundo os discentes da escola. Para manter a identidade dos participantes em sigilo, identificamos os mesmos com a sigla ID e um número que varia de 01 à 33. Com as respostas registradas, foi possível iniciar a tabulação, classificando-as pela proximidade entre si. Além da plataforma Google Forms, o software Word foi utilizado como ferramenta para construir a tabulação dos dados. Com todas essas tapas realizadas, iniciou-se a organização e montagem do resumo expandido afim de expor os resultados obtidos com a pesquisa. As ações realizadas fazem parte do subprograma “Experimentos temáticos como ação construtiva na formação docente em Química: contribuições do Residência Pedagógica”, contemplado pelo Residência Pedagógica ofertado pela CAPES, a proposta foi feita pelo Coordenador do campus XVI da UEPA, em Vila dos Cabanos – Barcarena / Pa.

Resultado e discussão

De acordo com os alunos (no total de 33 participantes), o ensino remoto apresenta alguns desafios e dificuldades que necessitam de atenção e soluções, porém existem aqueles que acreditam que o ensino remoto não possui problemas em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Cerca de 45,4% dos alunos entrevistados citam barreiras ligadas a estrutura e equipamentos como motivadores para um péssimo desenvolvimento do ensino remoto. É possível notar que quase metade dos participantes estão tendo problemas por falta de ferramentas ou uma estrutura adequada para estudar, como exemplo temos o discente ID-02 que relata: “falta de recursos para se manter uma Internet de qualidade”. Outro ponto apresentado por cerca de 39,3% dos alunos está relacionado a metodologia utilizada pelos professores e professoras como um influenciador da péssima eficácia do ensino remoto. A discente ID-15 relata: “Assistir as aulas online se tornou uma dificuldade pra mim, pois a sensação que eu tinha era de estar enfadonho, tedioso, maçante. As aulas "perderam a graça" não era algo interativo, participativo, o que eu estava acostumado a ver. Se tornou assim, tanto pelos alunos, quanto pelos professores.” Sobre a interação professor-aluno, cerca de 39,3% dos discentes relatam que possuem uma ótima comunicação com seus professores ou professoras, também há aqueles que tem uma opinião diferente, ou seja, não estão interagindo com os docentes, esses alunos correspondem a 33,3% dos entrevistados. São problemas como esses que desmotivam diversos alunos a estudarem, alguns até pensam e abandonar a vida estudantil para focar em outras áreas de sua vida. Enquanto o ensino presencial não se torna uma opção viável, é fundamental que soluções para tais problemas da metodologia remota sejam encontradas.

Conclusões

Além de outras adversidades como distração, dificuldade de compreensão e assimilação dos conteúdos e inexistência de um ambiente adequado aos estudos, que por sua vez influenciou no rendimento dos alunos que dependiam principalmente da internet, mas de outro lado tiveram aqueles que conseguiram aproveitar de forma positiva o ensino abordado pelos professores. Os métodos abordados, segundo os discentes, foram um dos fatores de grandes desgastes físico e emocional para eles. Diante disso evidenciou-se a relevância na busca de soluções os problemas apontados aqui.

Agradecimentos

Agradecemos a todos que permitiram a realização da nossa pesquisa, em especial a Deus a quem devemos nossas vidas, ao nosso coordenador do projeto residência pedagógica e ao professor supervisor.

Referências

CURY, Carlos Roberto Jamil. Educação escolar e pandemia. Pedagogia em ação, Belo Horizonte, v.13, n.1. 2020. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/view/23749. Acesso em: 05 jul. 2021.