Autores
Soares Lasmar, M.C. (UFPA)  ; Pantoja Gomes, C.D. (UFPA)  ; dos Santos Nunes, L. (UFPA)  ; Siqueira Pantoja, S. (UFPA)  ; Nascimento do Vale, G. (UFPA)  ; Pinheiro Almeida dos Santos, T. (UFPA)  ; Pompeu Amaro, M.V. (UFPA)  ; Matos da Silva, H. (UFRA)  ; Carvalho de Souza, E. (UFRA)  ; dos Santos Silva, A. (UFPA)
Resumo
O licor é uma bebida alcoólica preparada sem processo fermentativo, podendo ser 
confeccionado com álcool etílico potável ou destilado, sendo adicionados extratos 
ou substâncias de origem vegetal ou animal. O jambu (Acmella oleracea) é uma 
planta típica da Amazônia, principalmente no estado do Pará. Este trabalho 
analisou os parâmetros físico-químicos condutividade elétrica, sólidos solúveis 
totais, resíduo seco, teor alcoólico, pH, turbidez e densidade de licor de jambu 
com mel, produzidos e comercializadas em Belém do Pará, com a intenção de 
contribuir para o controle de qualidade do mesmo. Os resultados encontrados se 
mostraram semelhantes a outros trabalhos realizados com outros licores e com a 
legislação vigente, tendo discordância significativa apenas nos valores de teor 
alcoólico.
Palavras chaves
bebidas alcoólicas; Controle de qualidade; Amazônia
Introdução
O jambu (Acmella oleracea) também conhecido como Agrião-do-Pará, é uma planta 
típica da Amazônia, principalmente no estado do Pará, o uso da erva na 
gastronomia é amplo, pode ser utilizada em carnes, patês, tortas, além de pratos 
típicos paraenses como, por exemplo, o pato no tucupi e o tacacá, além de ser 
muito utilizada na confecção de cachaças e licores (NEVES et al., 2018). Suas 
folhas possuem sabor suave, combinado ao efeito de formigamento e dormência. É 
cultivada no Brasil pelo clima favorável ao plantio, por seu caráter aromático e 
farmacêutico. As bebidas alcoólicas são definidas por sua aparência, sabor e 
aroma. Ademais, 
suas características essenciais como etanol e água, podem abarcar muitos 
componentes químicos que influenciam no atributo nutricional e sensorial da 
bebida (WARDENCKI, 2018). O Licor é uma bebida alcoólica preparada sem processo 
fermentativo, possui graduação alcoólica em torno de 24° GL e 29° GL, e elevado 
teor de açúcar, cerca de 150 g/L, podendo ser confeccionado com álcool etílico 
potável ou destilado, sendo que ambos adicionado de extratos ou substâncias de 
origem vegetal ou animal (BRASIL, 2009). O objetivo deste trabalho foi a análise 
de características físico-químicas do licor de jambu com mel comercializado em 
Belém do Pará. Foram realizados testes para pH, condutividade elétrica (CE), 
sólidos solúveis totais (SST), acidez, viscosidade, densidade e resíduo seco 
(RS). 
Material e métodos
Foram adquiridas 10 amostras de licor de jambu com mel, comercializados no 
mercado do Ver-O-Peso, em Belém do Pará. Tais amostras foram adquiridas entre os 
meses de fevereiro e abril de 2022, sendo levadas ao Laboratório de Física 
Aplicada à Farmácia (LAFFA), da faculdade de farmácia da UFPA, onde foram 
mantidas refrigeradas (10º C) até o momento das análises. Foram executadas as 
seguintes análises: condutividade elétrica (CE), executada com o emprego de um 
condutivímetro portátil (Instrutherm, CD 880) calibrado com solução padrão de 
condutividade 146,9 μS/cm; pH, determinado usando um pHmetro (PHTEK) calibrado 
com solução tampão pH 4 e 7 (AOAC, 1992); densidade, determinada através da 
medida de massa de licor contida em picnômetro de 10 mL; teor alcoólico (TA), 
realizada se inserindo duas gotas de licor sobre refratômetro específico para 
essa determinação (Instrutherm, ATG 090, com escala até 30º GL); sólidos solúveis 
totais (SST), determinado em um refratômetro portátil (Instrutherm, modelo ART 
90) com escala de 0 a 65 % Brix (AOAC, 1992); resíduo seco (RS), determinado se 
pesando 2 g de licor em cadinho de porcelana previamente aferido, e sendo o 
conjunto cadinho mais amostra levados à estufa a 105º C, até secura completa 
(BRASIL, 2005). Para a turbidez foi utilizado um turbidímetro de bancada Tecnopon 
Tb-1000 e CE Cd-4303 - Lutron utilizando 50 mL da amostra. Todas as determinações 
foram realizadas em triplicatas, sendo que os resultados dos parâmetros obtidos 
foram apresentados como média e desvio padrão.
Resultado e discussão
A Tabela 1 é referente aos resultados obtidos das análises deste trabalho. O 
valor de pH variou entre 4,62 e 4,66 com média de 4,65, chegando a níveis 
próximos do encontrado por Cantos-Macías et al. (2020) com licor de laranja 
(4,88); mas abaixo do encontrado por Leite et al. (2012) com licor de mangaba 
(3,83). Por esse parâmetro temos uma indicação do seu grau de deterioração sendo 
essencial na apreciação do estado de conservação de um alimento (MACEDO, 2001). 
Os valores encontrados apontam que o licor de jambu com mel é levemente ácido, o 
que não favorece o desenvolvimento microbiano, dando estabilidade ao produto. Os 
valores da condutividade elétrica apresentaram média de 0,97 mS/cm. A 
condutividade é usada como uma medida da concentração de íons presentes na 
amostra. Sobre o SST, foi encontrado a média de 22,94º Brix, que é inferior ao 
encontrado por Cantos-Macías et al. (2020) e Teixeira et al. (2007) com licores 
de laranja e banana, de 36,5º Brix e 27º Brix, respectivamente. Visto que o 
resultado encontrado está fora dos valores preconizados pela Legislação 
Brasileira que é de 30º Brix, sugerindo menor concentração de açúcar. A média do 
teor alcoólico apresentado foi de 5°GL que se encontra em níveis abaixo do 
estabelecido pelo Ministério da Agricultura, sendo de os valores estabelecidos 
para licores de 15°GL a 54°GL. A média da densidade dos licores foi de 1,18 g/mL, 
o que sugere que esse licor é relativamente mais denso que a água. A turbidez 
apresentou média de 949,47 NTU. Os valores de resíduo seco encontrados ficaram 
entre 12,32 e 16,73 %, tendo média de 13,55 %, sendo que tal parâmetro não se 
encontra na literatura, mas dá uma medida aproximada de açúcares presentes nos 
licores, pois os resíduos secos são principalmente açúcares.A Tabela 1 é 
referente aos resultados obtidos das análises deste trabalho. O valor de pH 
variou entre 4,62 e 4,66 com média de 4,65, chegando a níveis próximos do 
encontrado por Cantos-Macías et al. (2020) com licor de laranja (4,88); mas 
abaixo do encontrado por Leite et al. (2012) com licor de mangaba (3,83). Por 
esse parâmetro temos uma indicação do seu grau de deterioração sendo essencial na 
apreciação do estado de conservação de um alimento (MACEDO, 2001). Os valores 
encontrados apontam que o licor de jambu com mel é levemente ácido, o que não 
favorece o desenvolvimento microbiano, dando estabilidade ao produto. Os valores 
da condutividade elétrica apresentaram média de 0,97 mS/cm. A condutividade é 
usada como uma medida da concentração de íons presentes na amostra. Sobre o SST, 
foi encontrado a média de 22,94º Brix, que é inferior ao encontrado por Cantos-
Macías et al. (2020) e Teixeira et al. (2007) com licores de laranja e banana, de 
36,5º Brix e 27º Brix, respectivamente. Visto que o resultado encontrado está 
fora dos valores preconizados pela Legislação Brasileira que é de 30º Brix, 
sugerindo menor concentração de açúcar. A média do teor alcoólico apresentado foi 
de 5°GL que se encontra em níveis abaixo do estabelecido pelo Ministério da 
Agricultura, sendo de os valores estabelecidos para licores de 15°GL a 54°GL. A 
média da densidade dos licores foi de 1,18 g/mL, o que sugere que esse licor é 
relativamente mais denso que a água. A turbidez apresentou média de 949,47 NTU. 
Os valores de resíduo seco encontrados ficaram entre 12,32 e 16,73 %, tendo média 
de 13,55 %, sendo que tal parâmetro não se encontra na literatura, mas dá uma 
medida aproximada de açúcares presentes nos licores, pois os resíduos secos são 
principalmente açúcares.

Legenda: CE = condutividade elétrica. SST = sólidos solúveis totais; TA [ teor alcoólico; RS = resíduo seco.
Conclusões
Grande parte dos resultados obtidos para os parâmetros físico-químicos estudados 
sugerem que o licor de jambu com mel, produzido em Belém do Pará, e 
comercializado no mercado do Ver-O-Peso, são de boa qualidade, apresentado 
somente os valores de teor alcoólico em inconformidade com a literatura, porém os 
demais parâmetros são concordantes com a literatura e legislação nacional 
vigente.
Agradecimentos
A UFPA e a UFRA.
Referências
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BRASIL. Decreto n. 6871, de 4 de junho de 2009. Regulamenta a lei nº 8.918 de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Diário oficial da União, 2009.
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