• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

Caracterização físico-química de extrato hidrossolúvel de coco catolé

Autores

de Carvalho Ribeiro, D. (IF SERTAO PE) ; Sousa Nunes, J. (IF SERTAO PE) ; Delmondes Vieira, (IF SERTAO PE) ; Candido de Souza, W.F. (IF SERTAO PE)

Resumo

A inclusão de alimentos regionais na dieta contribui para a promoção de hábitos alimentares saudáveis e para o desenvolvimento da economia da região. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta, destacando-se várias espécies nativas pela enorme potencialidade alimentícia. Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo o desenvolvimento e caracterização do extrato hidrossolúvel do coco catolé. O extrato hidrossolúvel vegetal foi obtido do cozimento do catolé e posterior trituração em liquidificador só então foi peneirado e envasado em frascos de vidro. Foram realizadas as análises de: umidade; cinzas; pH; açúcares redutores; açúcar; não redutores e açúcares totais. Destacando-se especialmente as medidas de umidade (89,40) e cinzas (0,83) demonstrando que o extrato.

Palavras chaves

Sustentabilidade; aproveitamento; Extrato Hidrossolúvel

Introdução

O Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta, destacando-se várias espécies nativas brasileiras pela enorme potencialidade alimentícia, o que tem impulsionado a comunidade científica na busca de novas fontes de matéria-prima para a produção de produtos alimentícios. Dentre as espécies nativas do Nordeste brasileiro tem-se o Catolé (Syagrus cearensis), comumente encontrado nos estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Alagoas, destacando-se por sua composição nutricional (NASCIMENTO E MOURA, 2001; SILVA et al., 2015). Os frutos, conhecidos como coco catolé são usados pela população da área de ocorrência como alimento fresco ou na elaboração de produtos (LORENZI et al, 2004). Das amêndoas extrai-se óleo que é bastante utilizado e apreciado na alimentação regional, de composição e aspectos sensoriais semelhantes ao óleo de coco (Cocos nucifera L.), de aplicabilidade em cosméticos e fins terapêuticos (LEAL et al, 2013). Nos últimos anos, vários estudos foram realizados visando à produção de extratos vegetais hidrossolúveis à base de nozes e castanhas como a Castanha-do-Brasil e a Castanha de Caju, mas há poucos estudos a respeito da produção de extratos vegetais hidrossolúveis à base de coco catolé. O mercado de alimentos funcionais tem buscado utilizar extratos vegetais como substitutos do leite, principalmente com o aumento de casos de alergias a proteínas do leite e de intolerância à lactose, assim como pelo crescente número de adeptos do vegetarianismo e do veganismo (CAMPOS, 2019). Desse modo o presente trabalho se faz interessante pois propõe uma nova alternativa para a produção de extratos vegetais. Assim, essa pesquisa tem como objetivo desenvolver e caracterizar o extrato hidrossolúvel do coco catolé.

Material e métodos

O extrato hidrossolúvel vegetal foi obtido conforme a metodologia de Felberg et al. (2005) adaptado, através do cozimento do coco e posterior trituração em liquidificador só então foi peneirado e envasado em frascos de vidro previamente esterilizados, pasteurizados por 30 minutos(65°C) e resfriado, o armazenamento ocorreu sob refrigeração até o momento das análises. As análises realizadas foram: o teor de água; cinzas; pH; açúcares redutores; açúcar; não redutores e açúcares totais (IAL, 2008).

Resultado e discussão

Estão na tabela 01 os valores encontrados para as análises realizadas no extrato de coco catolé. Observa-se valores significativos de umidade, mostrando-se assim rico em água, medida essa justificada pelo processo de obtenção do extrato, no qual adiciona- se água para a extração. MENDONÇA (2020) trabalhando com extrato de soja obteve valores abaixo de umidade 80,25, já VIEIRA, Zuñiga e Ogawa (2020) trabalhando com extrato de amêndoa de baru obteve valores semelhantes ao encontrado nesta pesquisa 89,23. Essa variação pode ser explicada pela diferença de composição química entre as matérias-primas como também pelo método de extração utilizado. Câmara et. al (2020) pesquisando a respeito da composição do extrato hidrossolúvel de coco babaçu obteve valores quatro vezes menores quando comparado ao do coco catolé, isso nos indica que há quantidades superiores de matéria inorgânica no presente extrato. SCHMITZ (2018) ao trabalhar com castanha de caju também obteve valores abaixo do encontrado nesta pesquisa 0,32. Para valores de pH o extrato hidrossolúvel do coco catolé apresenta valor próximo ao do extrato hidrossolúvel de amendoim que, de acordo com Oliveira et al. (2021) possui pH 6,83, e do extrato de soja com pH 6,15 (Mendonça et al., 2016). Esse resultado nos indica que o extrato obtido se apresenta próximo à neutralidade, podendo facilmente ser meio para desenvolvimento de microrganismos. Os valores de açúcares (redutores, não redutores e totais) são pequenos assim como os encontrados para extrato de coco babaçu por Carneiro et. al (2014).

Tabela 01

Tabela 1. Valores de caracterização físico-química do coco catolé

Conclusões

A tecnologia de obtenção do extrato hidrossolúvel do coco catolé mostrou-se eficiente, mostrando que suas características físico-químicas próximas ao de outros extratos já apresentados na literatura. Ressaltamos que é necessário a realização de mais estudos sobre esse produto.

Agradecimentos



Referências

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