• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA BANANA (Musa ssp) REVESTIDA EM SOLUÇÃO BIOPOLIMERICA DE QUITOSANA.

Autores

Inocencio Nunes, R. (UFERSA) ; Lima de Araujo, J.P. (UFERSA) ; Souza Medeiros, I.M. (UFERSA) ; da Silva Cirilo, M.C. (UFERSA) ; Mendes Aroucha, E.M. (UFERSA) ; de Lima Leite, R.H. (UFERSA)

Resumo

A quitosana é um biopolímero de aplicações diversas, assim tem sido utilizada como tecnologia para revestir frutos e dessa maneira aumentar o tempo de vida útil para comercialização. Nesse sentido, a aplicação de uma solução biopolimérica de quitosana 2% como cobertura foi empregada em bananas pacovan na maturidade fisiológica, produzido na fazenda experimental da UFERSA-Mossoró/RN. A fim de investigar as potencialidades em relação aos parâmetros físico- químicos. O revestimento com o biopolímero quitosana a 2%, propiciou efeito nos parâmetros de cor L e c, indicando haver um atraso no metabolismo do fruto ao longo do armazenamento. No entanto, devido, possivelmente a elevada temperatura de armazenamento, o aumento no teor de sólidos solúveis pôde ser observado em ambos os tratamentos.

Palavras chaves

Bananeira (Musa spp); Cobertura; Biopolímero

Introdução

A banana (Musa spp) é uma fruta originária do sudoeste asiático, mas que se adaptou bem à América latina. Atualmente, o Brasil exporta um grande volume dessa fruta para outras partes do mundo, cerca de 16 milhões de toneladas (MELO et al., 2017). Por se tratar de uma importante fonte de calorias, vitaminas e sais minerais a banana é bastante consumida in natura, assim como também em doces, sorvetes e geleias. Exposta às condições naturais, as bananas geralmente ficam em prateleiras de supermercado, gôndolas de feira livre ou em caixotes. Nesse contexto, os frutos iniciam um rápido amadurecimento, isso se deve a sua característica climatérica, pois ao ser colhido no ponto de maturidade fisiológica uma série de reações bioquímicas são responsáveis por alterações na qualidade do produto já que é possível perceber a mudança da cor, perda de massa e a presença de sabor desagradável, contribuindo drasticamente na redução do período de comercialização (PARIJADI et al., 2022). A esse respeito, pesquisadores mencionam o tempo de vida útil como a principal desvantagem para exportadores e comerciantes locais (SORADECH et al., 2017). De acordo com Xavier (2017) soluções tecnológicas que empregam o uso de revestimentos biodegradáveis poderiam ser especialmente utilizadas, uma vez que são economicamente eficientes e retardam o processo de degradação. A quitosana, por exemplo, é um biopolímero de aplicações infinitas e que demonstra valiosa contribuição na indústria alimentícia (ALMEIDA; BONILLA; LUCENA, 2022). Dito isto, essa pesquisa teve por objetivo investigar o comportamento físico-químico de banana pacovan revestidas com solução biopolimérica de quitosana (2%) durante o armazenamento em temperatura ambiente.

Material e métodos

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Fisiologia de Pós-Colheita da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) campus central Mossoró/RN. Foram adquiridos frutos da banana produzida na fazenda experimental da UFERSA- Mossoró/RN, acondicionadas em temperatura ambiente 28 °C e umidade relativa a 64,5%. As amostras foram mapeadas em grupo controle, sem aplicação de revestimento de quitosana a 2% e três grupos denominados T0, T3, e T6 respectivamente mergulhados em solução de quitosana. Seguiu-se com as análises físico-químicas sendo essas conhecidas pelos seguintes parâmetros: perda de massa (g), determinada a partir de medições numa balança analítica (máximos 100 gramas), mudança de coloração da casca verificada com auxílio de um colorímetro modelo CR-10 Tristimulus (Konica Minolta®). Por fim a análise de Sólidos Solúveis (°Brix) determinada usando o refractometer PAL-1 e Acidez titulável pela titulometria volumétrica. Para realização das análises descritivas e estatísticas foram utilizados os softwares LibreOffice e Sisvar, com a finalidade de Análise de Variância (ANOVA), usando o teste t (LSD) para identificar diferenças significativas entre as médias ao nível de 5% (p<0,05).

Resultado e discussão

Frutas climatéricas estão mais susceptíveis a deterioração, como resultado a conservação desses alimentos no pós-colheita é um desafio. A partir dos parâmetros analisados é possível constatar aumento significante nos valores de croma do fruto controle, enquanto nas bananas revestidas essa alteração foi leve, indicando que a cobertura barrou o metabolismo do fruto. Apesar disso, observa-se diferenças significativas entre os tratamentos apenas no 6º dia de armazenamento, com valores, croma de 53,17 e 36,65, para fruto controle e revestidos, consequentemente. Segundo Mendonça (2003) a cromaticidade expressa a intensidade da coloração, ou seja, a saturação em termos de pigmentos da cor. Os frutos revestidos, obtiveram menor valor da coordenada L* aos seis dias de armazenamento, indicando um atraso no amadurecimento do fruto, pois ao apresentar diminuição na luminosidade da casca a cor varia de verde-escuro para tons amarelados e/ou amarronzados (YAP et al., 2017). Um aumento no teor de sólidos solúveis durante o tempo de armazenamento foi observado em ambos os tratamentos. De acordo com MARQUES et al., (2021) é provável que o aumento está associado à quantidade de perda de massa com o decorrer do tempo de armazenamento, isso se deve a maior perda de água da banana, assim, quanto maior o decaimento da massa, maior será a concentração de açúcares no fruto. Os demais padrões analisados não conferem significância em dados estatísticos

Figura 01

Tratamento da Banana ao longo do tempo de armazenamento.

FIGURA 02

Tabela com resultados das análises em relação ao tempo de armazenamento dos frutos revestidos em quitosana.

Conclusões

Em síntese, pode-se concluir que o tratamento com a solução biopolimérica de quitosana (2%) utilizada como revestimento, obteve significância em relação aos parâmetros de coloração L* e c* retratando uma mudança no metabolismo do fruto. Observando também os parâmetros físico-químicos, percebe-se uma elevação no teor dos sólidos solúveis. Assim, o revestimento proporcionou uma melhora significativa no tempo de armazenamento o que corrobora com o objetivo esperado.

Agradecimentos

Agradecemos aos colaboradores do estudo e a Universidade Federal Rural do Semi- Árido campus Mossoró/RN.

Referências

ALMEIDA, A. R. S. DE; BONILLA, O. H.; LUCENA, E. M. P. DE. Aplicações da quitosana na pós-colheita de frutas. Research, Society and Development, v. 11, n. 2, p. e39811225745, 2022.
MELO, D. S. DE; et al. II Congresso Internacional das Ciências Agrárias COINTER - PDVAgro 2017. 2017.
MARQUES, C.M.R.; OLIVEIRA, L. R.; GOUVEIA, A. M. S. ANÁLISE PÓS-COLHEITA DE BANANA NANICA COM REVESTIMENTO COMESTÍVEL À BASE DE CERA DE CARNAÚBA. 2021. 9f. Artigo (graduação). Centro Universitário das Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO), São Paulo, 2021.
MENDONÇA, K. et al., Concentração de etileno e tempo de exposição para desverdecimento de limão “Siciliano”. Brazilian Journal of Technology. V. 6, n. 2, p. 179-183, jul./dez. 2003.
PARIJADI, A. A. R. et al. Metabolome Analysis of Banana (Musa acuminata) Treated With Chitosan Coating and Low Temperature Reveals Different Mechanisms Modulating Delayed Ripening. Frontiers in Sustainable Food Systems, v. 6, n. March, p. 1–11, 2022.
SORADECH, S. et al. Utilization of shellac and gelatin composite film for coating to extend the shelf life of banana. Food Control, v. 73, p. 1310–1317, 2017.
XAVIER, T. D. N. Revestimento à Base de Fécula de Mandioca, Quitosana e Cera de Carnaúba na Conservação Pós-Colheita da Banana. Dissertação de mestrado, 2017.
YAP, M.; FERNANDO, W. M. A. D.; BRENNAN, C. S.; JAYASENA, .; COOREY, R.
The effects of banana ripeness on quality indices for puree production. Lwt - Food
Science And Technology, , v. 80, p.10-18, 2017.

Patrocinador Ouro

Conselho Federal de Química
ACS

Patrocinador Prata

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Patrocinador Bronze

LF Editorial
Elsevier
Royal Society of Chemistry
Elite Rio de Janeiro

Apoio

Federación Latinoamericana de Asociaciones Químicas Conselho Regional de Química 3ª Região (RJ) Instituto Federal Rio de Janeiro Colégio Pedro II Sociedade Brasileira de Química Olimpíada Nacional de Ciências Olimpíada Brasileira de Química Rio Convention & Visitors Bureau