Autores
Lima de Araujo, J.P. (UFERSA)  ; Souza Medeiros, I.M. (UFERSA)  ; da Silva Cirilo, M.C. (UFERSA)  ; Oliveira de Araujo, N. (UFV)  ; Vasconcelos de Sousa, A.L. (UFERSA)  ; de Lima Leite, R.H. (UFERSA)  ; Mendes Aroucha, E.M. (UFERSA)
Resumo
A coloração é uma alteração importante durante o amadurecimento e comercialização 
dos frutos. É observado que durante o amadurecimento, há uma desuniformidade na 
cor da casca dos frutos. Nesse contexto, verificou-se a mudança de coloração da 
casca, em três partes (P- peduncular M- mediana e A- apical) do fruto, armazenado 
durante 12 dias em temperatura de 28oC e UR=64,5%. Para isto, utilizou-se bananas 
pacovan, na maturidade fisiológica, colhidas na fazenda experimental da UFERSA-
Mossoró/RN. A luminosidade (L), cromaticidade (c) e ângulo hue (oh), foram 
analisados experimentalmente. Os parâmetros de coloração (L, ohue e croma) da 
casca conforme as regiões (P), (M) e (A) diferem significativamente apenas até 4 
dias. Até 12 dias de armazenamento houve alterações distintas nos padrões. 
Palavras chaves
Bananeira (Musa spp); Cor; Qualidade
Introdução
A banana é um fruto climatérico de rápido amadurecimento, o que influencia nos 
altos índices de desperdício da mesma. Temperaturas entre 16°C e 18°C demonstram 
prolongar a vida de prateleira, mas a partir de 25°C verifica-se amadurecimento 
repentino (NUNES; YAGIZ; EMOND, 2013) e abaixo de 13°C as frutas sofrem injúria 
por frio (HUANG et al., 2016). Geralmente, a banana, é colhida no pré-
climaterico, quando há uma baixa produção de etileno e taxa de respiração 
(CHITARRA; CHITARRA, 2005). Durante a ascensão respiratória há um aumento da 
síntese de etileno endógena resultando em variações na coloração e textura dos 
frutos. O etileno, é um hidrocarboneto insaturado simples que atua no 
crescimento, desenvolvimento, amadurecimento e senescência de diversas frutas, 
como a banana, e seus efeitos podem ser benéficos ou deletérios, dependendo da 
finalidade e destino do fruto. O etileno pode afetar profundamente a qualidade 
das frutas, podendo influenciar na expressão gênica durante o amadurecimento 
(KATHIRVELAN; VIJAYARAGHAVAN, 2017). O tratamento com etileno visa uniformizar o 
amadurecimento das frutas de modo que apresentem atributos de qualidade 
desejados pelos consumidores (AHMED; PALTA, 2016). São fontes de etileno: outras 
frutas que estejam próximas, gás etileno comprimido, produtos químicos que 
liberem o etileno como o Ethephon, por exemplo (SALTVEIT, 1999). A casca da 
banana verde apresenta elevado teor de clorofila, todavia, durante o 
amadurecimento a sua degradação ocorre, com paralelo surgimento da coloração 
amarela, evidenciada pela síntese de carotenoides na casca (KAYS, 1991). Essa 
pesquisa teve por objetivo monitorar os parâmetros de coloração (L, c e h) da 
casca da banana pacovan em três partes do fruto durante o período de 
armazenamento em temperatura ambiente.
Material e métodos
A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Tecnologia Pós-Colheita da 
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) campus central Mossoró/RN. 
Foram adquiridos frutos da banana pacovan produzida na fazenda experimental da 
UFERSA-Mossoró/RN, acondicionadas em temperatura ambiente 28 °C e umidade 
relativa a 64,5%. As amostras foram monitoradas em três regiões do fruto (P-
peduncular, M- mediana e A-apical), em intervalo de um dia durante 12 dias. Para 
perfeito monitoramento foi realizado com auxílio de uma caneta, um círculo nos 
frutos, cuja região foi monitorada (Figura 1).
 A coloração foi determinada por reflectometria, utilizando-se um colorímetro 
CR-10 (Konica Minolta®, Japão), calibrado em superfície de porcelana branca sob 
condições de iluminação. Os parâmetros avaliados valor L, c* e oh, segundo a CIE 
(Commission Internacionale de L’Eclaraige), que define a cor: L, que corresponde 
à luminosidade (brilho, claridade ou refletância; 0 = preto 100 = branco) 
(Minolta Corp, Ltd., Japan), chroma - cromaticidade define a pureza da 
coloração. Quanto maior o croma maior a saturação das cores perceptíveis aos 
humanos. Cores neutras possuem baixa saturação, enquanto cores puras possuem 
alta saturação e, portanto, mais brilhantes na percepção humana e ângulo hue 
(oh), varia de 0º como a cor vermelha, o ângulo de 90º, amarelo, o ângulo de 
180º, verde, e o ângulo de 270º, azul (SHEWFELT et al. 1988; MCGUIRE, 1992). 
Para a realização das análises descritivas e estatísticas foram utilizados os 
softwares LibreOffice e Sisvar, com a finalidade de Análise de Variância 
(ANOVA), usando o teste Tukey para identificar diferenças significativas entre 
as médias ao nível de 5% (p<0,05). 
Resultado e discussão
Verifica-se para o parâmetro de coloração L, que corresponde à luminosidade 
(brilho, claridade ou refletância), que até dois dias de armazenamento houve 
diferenças nos valores de L entre os tratamentos (regiões: peduncular, mediana e 
apical) (Figura 2-A). Sendo observada até um dia que a região peduncular manteve 
valor superior à região mediana, mas igual a apical. Porém, aos dois dias, o 
valor L da região apical foi inferior as demais regiões. Valores de L, 
superiores indicam na banana maior degradação da coloração verde (clorofila). 
Independente da região, o comportamento foi semelhante ao longo do período de 
armazenamento, com decréscimos do valor L, indicando degradação total da 
clorofila e surgimento ou síntese de carotenoides (TUCKER; TAYLOR,1983).
Para o ângulo hue, observa-se no primeiro dia que a região mediana apresentou 
maior valor (Figura 2-B), indicando uma coloração mais próxima ao amarelo que as 
demais regiões. Por outro lado, nos demais períodos não houve diferenças entre 
as regiões, que se mantiveram próximos os valores até 12 dias. Indicando a 
presença de coloração entre o vermelho (0o) e amarelo (90º). Segundo Tucker & 
Taylor (1983), durante o amadurecimento da banana ocorre, pouca síntese de 
carotenoides, todavia com a degradação da clorofila, surgem os pigmentos 
coloridos pré-existentes na casca.
Para a cromaticidade, observa-se que a região apical apresentou valores, ao 
longo do amadurecimento, inferiores às demais regiões (Figura 2-C. Todavia, 
houve diferença significativa apenas aos três e quatro dias, quando diferiu da 
região peduncular. Observa-se ainda, que há com o amadurecimento do fruto, um 
leve aumento do valor c, em todas as regiões do fruto, indicando haver maior 
pureza do pigmento presente, portanto, mais brilhantes na percepção humana.

Figura 1. Aparência da banana pacovan durante o armazenamento a 28oC e UR de 64,5%.

Figura 2. Parâmetro de coloração, luminosidade (L), ângulo hue (oh) e croma (c) da banana pacovan durante o armazenamento a 28oC e UR de 64,5%.
Conclusões
Conclui-se que durante o período de amadurecimento da banana pacovan, ocorre maior 
diferença nos parâmetros de coloração da casca até quatro dias. A luminosidade da 
casca, independente da região diminui com o processo de senescência do fruto. O 
ângulo hue mantem-se mais estável ao longo do amadurecimento. Enquanto, o valor do 
croma aumenta levemente independente da região.
Agradecimentos
Agradecemos a Universidade Federal Rural do Semi-Árido campus Mossoró/RN.
Referências
AHMED, Z. F. R.; PALTA, J. P. Postharvest dip treatment with a natural lysophospholipid plus soy lecithin extended the shelf life of banana fruit. Postharvest Biology And Technology, v. 113, p.58-65, 2016.
CHITARRA MIF, CHITARRA AD (2005). Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio.2 ed. Lavras: UFLA: 785p.
HUANG, H.; JING, G.; WANG, H.; DUAN, X.; QU, H.; JIANG, Y. The combined effects of phenylurea and gibberellins on quality maintenance and shelf life extension of banana fruit during storage. Scientia Horticulturae, v. 167, p.36-42, 2014.
KATHIRVELAN, J.; VIJAYARAGHAVAN, R.. An infrared based sensor system for the detection of ethylene for the discrimination of fruit ripening. Infrared Physics & Technology, v. 85, p.403-409, 2017.
MCGUIRE, R. G.; Reporting of Objective Color Measurements. HortScience, v. 27, n. 12), p. 12541255, 1992.
NUNES, C. N.; YAGIZ, Y.; EMOND, J. Influence of environmental conditions on the quality attributes and shelf life of ‘Goldfinger’ bananas. Postharvest Biology And Technology, v. 86, p.309-320, 2013.
SALTVEIT, M. E. Effect of ethylene on quality of fresh fruits and vegetables. Postharvest Biology And Technology, v. 15, n. 3, p.279-292, 1999.
TUCKER G.A., Introduction, In: Seymour G.B., Taylor J.E., Tucker G.A. (Eds.), Biochemistry of fruit ripening, Chapman & Hall, London, UK, 1993.  
SHEWFELT, R. L., THAI, C. M.; DAVIS, J. W. Prediction of changes in color of tomatoes during ripening at different constant temperatures. J. Food Sci. 53, p. 1433-1437, 1988.








