• Rio de Janeiro Brasil
  • 14-18 Novembro 2022

ANÁLISE DA MACROESTRUTURA E MICRODUREZA DO NANOCOMPÓSITO Al–Si + NTC PÓS-TRATAMENTO TÉRMICO

Autores

Almeida, A.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Prazeres, E.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ferreira, J.G.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Neves, A.S.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo

A classe dos nanocompósitos, por usar as características de dois ou mais materiais, possibilita uma gama maior de propriedades. Assim, foi feita a junção das características de uma liga de Al–Si somada a nanotubos de carbono de paredes múltiplas, tratada termicamente. A formulação Al-1%Si + 0,5%NTCPM (TT), mostrou um grande refino de grãos em sua macroestrutura, foi notado que os nanotubos agiram como inoculantes. Com isso, a dureza foi impactada, apresentando um ganho próximo a 100% ensaio de microdureza Vickers.

Palavras chaves

Nanotubos de Carbono; Macroestrutura; Microdureza

Introdução

A busca por um material resistente e leve, é de suma importância para a otimização deste, diante de sua forma de aplicação. A engenharia de materiais em torno das ligas metálicas possibilita variadas combinações com o uso de diferentes materiais como, os Nanotubos de Carbono somados a matrizes metálicas. Os nanotubos conferem ao alumínio significativa resistência que pode substituir elementos de ligas atualmente utilizados, uma vez que, os nanotubos atuarão absorvendo parte do esforço mecânico aplicado sobre a matriz (DIAS et al., 2016). As matrizes metálicas de alumínio e silício, possuem características ímpares, tendo em vista que o Silício agrega maior fluidez do alumínio líquido, propicia a redução da contração de solidificação durante o resfriamento, reduz a porosidade nas peças fundidas e o coeficiente de expansão térmico e melhora a soldabilidade (SANTOS, E. N., 2017). No presente trabalho, produziu e caracterizou-se um nanocompósito com matriz de Al–Si com NTCPM (nanotubos de paredes múltiplas). A caracterização estrutural e mecânica foi feita com análise de macroestrutura e microdureza Vickers e os dados obtidos foram tratados com auxílio de softwares de análises gráficas e processamento de imagens.

Material e métodos

Os materiais utilizados para a elaboração deste trabalho foram Alumínio, Pó de Silício e Nanotubos de Carbono do tipo Paredes Múltiplas (NTCPM), funcionalizados pelo Grupo de pesquisa em materiais (GPEMAT - UFPA). Para fabricar as matrizes, usou – se alumínio comercialmente puro (99,73%), de um lingote cedido pela empresa “Alubar cabos S. A.”. O Silício foi passou por moagem com auxílio de almofariz e pistilo, posteriormente foi peneirado e o produto foi o pó de silício, passante da peneira de 100 mesh (150 µm). Primeiramente feitas duas matrizes de Alumínio–Silício. As duas ligas foram fundidas com 1% de pó de Silício e em seguida, a uma delas foi adicionado 0,5% NTCPM em peso, os 98,5 % restantes, da composição, são da matriz de Alumínio. Os componentes são adicionados ao cadinho e levados ao forno, a 900 oC por 1 hora, garantindo fusão total dos elementos, em seguida, em 720 ºC , foi realizado o vazamento no molde do tipo coquilha metálica. Subsequentemente foi feita a desmoldagem das peças com 21 mm de diâmetro e 220 mm de altura, foi retirada uma seção de cada para análise macrográfica e, foi feita a laminação para obtenção do fio de 3mm de diâmetro, para microdureza. As secções foram preparadas para análise macrográfica, com isso, foi feita a metalografia, regida pelos padrões técnicos de metalografia da ASTM (2004). Nos fios das formulações Al-1%Si e Al-1%Si + NTC, foi realizado um tratamento de envelhecimento natural, a 280 ºC, por 1h (uma hora), sem solubilização anterior e sem encruamento. Para o ensaio de microdureza, os fios das ligas foram cortados em secções de pelo menos 1 cm de comprimento e embutidos a frio, em resina poliéster. Assim, por conseguinte, o ensaio seguiu sendo realizado de acordo com o regimento normativo da ASTM E384.

Resultado e discussão

Liga Al-1%Si A liga Al-1%Si apresentou alta formação de grãos equiaxiais. Nas bordas há uma tentativa de crescimento de grãos colunares que parecem impossibilitaram o crescimento de coquilhados. Os grãos equiaxiais encontraram condições favoráveis para nucleação e crescimento no líquido, à frente da fronteira colunar de crescimento, provocando a transição Colunar/Equiaxial (GARCIA, A., 2001). A diminuição dos grãos na zona coquilhada, pode ser decorrente do tempo de solidificação, tendo em vista que, os estudos de Garcia, L. R. (2008), mostram que o maior tempo de solidificação favorece a formação de grãos equiaxiais. Liga Al-1%Si + NTC A liga Al-1%Si +NTC mostrou uma configuração do tamanho de grãos com um alto refino, como se os nanotubos estivessem agindo como um agente nucleante. Além do refinamento dos grãos, é notado uma menor presença de grãos do tipo colunar. Estes, apresentam uma configuração análoga a liga de Al-1%Si, estando em uma na região periférica e com dificuldade de crescimento, assim, reduzindo a área dos grãos coquilhados. O Gráfico mostra que as médias de microdureza para as ligas Al-1%Si e Al-1%Si + NTC foram próximos, sendo 21, 73 HV e 22,07 HV, respectivamente, assim como, suas correspondentes que passaram por tratamento térmico, sendo, 43,06 HV e 42,68 HV. A peça Al 1%Si apresentou uma variação baixa, segundo seu desvio padrão ,0,60 HV. Porém, com a liga Al-1%Si + NTC, há um desvio padrão maior, 1,57 HV. Essa imprecisão nos valores de microdureza, acaba provando o difícil controle dessa grandeza. Com 43,06 HV e desvio padrão de 1,80 HV, a peça Al-1%Si (TT) apresentou a maior dureza de todas as ligas trabalhadas. Por outro lado, a liga Al-1%Si + NTC (TT), mostrou dureza de 42,68 HV e maior variação do ensaio, 2,53 HV.

Conclusões

Pode-se concluir que, os nanotubos de carbono, inseridos no banho metálico, agiram como inoculantes durante a solidificação. No que se refere a resistência mecânica do Nanocompósito, é percebido um aumento de 93,38 % de dureza, aferido no teste de microdureza Vickers. Com isso, partindo das literaturas citadas, conclui-se que o material não obteve o desempenho esperado. Entretanto, foi notada uma melhora de na resistência mecânica do Nanocompósito tratado termicamente.

Agradecimentos



Referências

AMERICAN SOCIETY FOR METALS (ASM INTERNATIONAL).Metallography and microstructures. v 9, American Society for Metals, ASM Handbook, 2004.
DIAS,F. S., LAVAREDA, C. R., MENDES, L. F., QUEIROZ, J, “Análise Microestrutural de Nanocompósito de Matriz Metálica de Alumínio Reforçada com 2% de NTC”, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará- IFPA,
GARCIA A. Solidificação: fundamentos e aplicações, 1ª ed. Unicamp, Campinas, 2001.
GARCIA, L. R.; Microestrutura de Solidificação e propriedades mecânicas de ligas Sn-Zn para soldagem e recobrimento de superfícies.; Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2008.
M. Habibnejad-Korayem, R Mahmudi, WJ Poole; Enhanced properties of Mg-based nano-composites reinforced with Al2O3 nano-particles. Elsevier, Materials Science and Egineering: A., v. 519, issues 1-2, p. 198-203, 2009.
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SOUZA, E. N., CHEUNG, N., SANTOS, C. A., GARCIA, A.; Factors Affecting Solidification Thermal Variables Along the Cross-Section of Horizontal Cylindrical. Elsevier, Materials Science and Engineering: A, v. 397, issues 1-2, p. 239-248, 2005.
SOUZA, T., A., Análise experimental da influência das variáveis do processo de solidificação no comportamento de resistência à tração e microdureza de ligas hipoeutéticas de Al-5%Si, Universidade Federal Fluminense, Dissertação De Mestrado, 2019.

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