Autores
Almeida, A.P. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Prazeres, E.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Ferreira, J.G.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)  ; Neves, A.S.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
A classe dos nanocompósitos, por usar as características de dois ou mais 
materiais, possibilita uma gama maior de propriedades. Assim, foi feita a junção 
das características de uma liga de Al–Si somada a nanotubos de carbono de paredes 
múltiplas, tratada termicamente. A formulação Al-1%Si + 0,5%NTCPM (TT), mostrou um 
grande refino de grãos em sua macroestrutura, foi notado que os nanotubos agiram 
como inoculantes. Com isso, a dureza foi impactada, apresentando um ganho próximo 
a 100% ensaio de microdureza Vickers.
Palavras chaves
Nanotubos de Carbono; Macroestrutura; Microdureza
Introdução
A busca por um material resistente e leve, é de suma importância para a 
otimização deste, diante de sua forma de aplicação. A engenharia de materiais em 
torno das ligas metálicas possibilita variadas combinações com o uso de 
diferentes materiais como, os Nanotubos de Carbono somados a matrizes metálicas.
Os nanotubos conferem ao alumínio significativa resistência que pode substituir 
elementos de ligas atualmente utilizados, uma vez que, os nanotubos atuarão 
absorvendo parte do esforço mecânico aplicado sobre a matriz (DIAS et al., 
2016).
As matrizes metálicas de alumínio e silício, possuem características ímpares, 
tendo em vista que o Silício agrega maior fluidez do alumínio líquido, propicia 
a redução da contração de solidificação durante o resfriamento, reduz a 
porosidade nas peças fundidas e o coeficiente de expansão térmico e melhora a 
soldabilidade (SANTOS, E. N., 2017). 
No presente trabalho, produziu e caracterizou-se um nanocompósito com matriz de 
Al–Si com NTCPM (nanotubos de paredes múltiplas). A caracterização estrutural e 
mecânica foi feita com análise de macroestrutura e microdureza Vickers e os 
dados obtidos foram tratados com auxílio de softwares de análises gráficas e 
processamento de imagens.
Material e métodos
Os materiais utilizados para a elaboração deste trabalho foram Alumínio, Pó de 
Silício e Nanotubos de Carbono do tipo Paredes Múltiplas (NTCPM), 
funcionalizados pelo Grupo de pesquisa em materiais (GPEMAT - UFPA).
Para fabricar as matrizes, usou – se alumínio comercialmente puro (99,73%), de 
um lingote cedido pela empresa “Alubar cabos S. A.”.
O Silício foi passou por moagem com auxílio de almofariz e pistilo, 
posteriormente foi peneirado e o produto foi o pó de silício, passante da 
peneira de 100 mesh (150 µm).
Primeiramente feitas duas matrizes de Alumínio–Silício. As duas ligas foram 
fundidas com 1% de pó de Silício e em seguida, a uma delas foi adicionado 0,5% 
NTCPM em peso, os 98,5 % restantes, da composição, são da matriz de Alumínio.
Os componentes são adicionados ao cadinho e levados ao forno, a 900 oC por 1 
hora, garantindo fusão total dos elementos, em seguida, em 720 ºC , foi 
realizado o vazamento no molde do tipo coquilha metálica.
Subsequentemente foi feita a desmoldagem das peças com 21 mm de diâmetro e 220 
mm de altura, foi retirada uma seção de cada para análise macrográfica e, foi 
feita a laminação para obtenção do fio de 3mm de diâmetro, para microdureza.
As secções foram preparadas para análise macrográfica, com isso, foi feita a 
metalografia, regida pelos padrões técnicos de metalografia da ASTM (2004).
Nos fios das formulações Al-1%Si e Al-1%Si + NTC, foi realizado um tratamento de 
envelhecimento natural, a 280 ºC, por 1h (uma hora), sem solubilização anterior 
e sem encruamento.
Para o ensaio de microdureza, os fios das ligas foram cortados em secções de 
pelo menos 1 cm de comprimento e embutidos a frio, em resina poliéster. Assim, 
por conseguinte, o ensaio seguiu sendo realizado de acordo com o regimento 
normativo da ASTM E384. 
Resultado e discussão
Liga Al-1%Si
A liga Al-1%Si apresentou alta formação de grãos equiaxiais. Nas bordas há uma 
tentativa de crescimento de grãos colunares que parecem impossibilitaram o 
crescimento de coquilhados. Os grãos equiaxiais encontraram condições favoráveis 
para nucleação e crescimento no líquido, à frente da fronteira colunar de 
crescimento, provocando a transição Colunar/Equiaxial (GARCIA, A., 2001).
A diminuição dos grãos na zona coquilhada, pode ser decorrente do tempo de 
solidificação, tendo em vista que, os estudos de Garcia, L. R. (2008), mostram 
que o maior tempo de solidificação favorece a formação de grãos equiaxiais. 
Liga Al-1%Si + NTC
A liga Al-1%Si +NTC mostrou uma configuração do tamanho de grãos com um alto 
refino, como se os nanotubos estivessem agindo como um agente nucleante. Além do 
refinamento dos grãos, é notado uma menor presença de grãos do tipo colunar. 
Estes, apresentam uma configuração análoga a liga de Al-1%Si, estando em uma na 
região periférica e com dificuldade de crescimento, assim, reduzindo a área dos 
grãos coquilhados.
O Gráfico mostra que as médias de microdureza para as ligas Al-1%Si e Al-1%Si + 
NTC foram próximos, sendo 21, 73 HV e 22,07 HV, respectivamente, assim como, 
suas correspondentes que passaram por tratamento térmico, sendo, 43,06 HV e 
42,68 HV. 
A peça Al 1%Si apresentou uma variação baixa, segundo seu desvio padrão ,0,60 
HV. Porém, com a liga Al-1%Si + NTC, há um desvio padrão maior, 1,57 HV. Essa 
imprecisão nos valores de microdureza, acaba provando o difícil controle dessa 
grandeza.
Com 43,06 HV e desvio padrão de 1,80 HV, a peça Al-1%Si (TT) apresentou a maior 
dureza de todas as ligas trabalhadas. Por outro lado, a liga Al-1%Si + NTC (TT), 
mostrou dureza de 42,68 HV e maior variação do ensaio, 2,53 HV.
Conclusões
Pode-se concluir que, os nanotubos de carbono, inseridos no banho metálico, agiram 
como inoculantes durante a solidificação.
No que se refere a resistência mecânica do Nanocompósito, é percebido um aumento 
de 93,38 % de dureza, aferido no teste de microdureza Vickers.
Com isso, partindo das literaturas citadas, conclui-se que o material não obteve o 
desempenho esperado. Entretanto, foi notada uma melhora de na resistência mecânica 
do Nanocompósito tratado termicamente.
Agradecimentos
Referências
AMERICAN SOCIETY FOR METALS (ASM INTERNATIONAL).Metallography and microstructures. v 9, American Society for Metals, ASM Handbook, 2004.
DIAS,F. S., LAVAREDA, C. R., MENDES, L. F., QUEIROZ, J, “Análise Microestrutural de Nanocompósito de Matriz Metálica de Alumínio Reforçada com 2% de NTC”, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará- IFPA, 
GARCIA A. Solidificação: fundamentos e aplicações, 1ª ed. Unicamp, Campinas, 2001.
GARCIA, L. R.; Microestrutura de Solidificação e propriedades mecânicas de ligas Sn-Zn para soldagem e recobrimento de superfícies.; Mestrado,  Universidade Estadual de Campinas, 2008.
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SOUZA, E. N., CHEUNG, N., SANTOS, C. A., GARCIA, A.; Factors Affecting Solidification Thermal Variables Along the Cross-Section of Horizontal Cylindrical. Elsevier, Materials Science and Engineering: A, v. 397, issues 1-2, p. 239-248, 2005.
SOUZA, T., A., Análise experimental da influência das variáveis do processo de solidificação no comportamento de resistência à tração e microdureza de ligas hipoeutéticas de Al-5%Si, Universidade Federal Fluminense, Dissertação De Mestrado, 2019.








