Autores
Silva, L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Calado, O. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Davi, L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Almeida, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Silva, M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Ferro, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Xavier, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)  ; Barbosa, C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)
Resumo
Os Carbon dots (CDs) são nanopartículas luminescentes de carbono que 
apresentam 
ampla aplicação, em especial na área de sensores.  Nesse sentido, CDs foram 
sintetizados a partir da o-fenilenodiamina (CDs-oPD) via método hidrotermal a 
fim 
de avaliar seu potencial na detecção de pH e como agente antioxidante. Os CDs-
oPD 
exibiram tamanho abaixo de 10 nm, bandas de absorções no UV-Vis ((transições π - 
π 
* (C=C) e n - π *(C=O/C-N)) e FTIR com vibrações características dos grupos de 
superfície dos CDs, além de emissão independente do comprimento de onda de 
excitação (λExc) em 547 nm. Os CDs-oPD demonstraram viabilidade 
celular até 1000 
µg/mL, boa sensibilidade ao pH na faixa 6 -12 e porcentagem de eliminação do 
ácido 
hipocloroso (HOCl), (72,3 ± 0,9 %). 
Palavras chaves
Nanopartícula; Radicais livres; Sensor fluorescente
Introdução
Os carbon dots (CDs) são nanopartículas luminescentes de carbono que 
apresentam 
tamanho inferior a 10 nm. É formado por um núcleo grafítico e grupos de 
superfície característicos dos materiais utilizados na síntese, principalmente 
do precursor (Liu et. al., 2021; Ding et. al., 2020). Os CDs conseguem exibir 
excelentes propriedades óticas como fluorescência no espectro visível e possuem 
boa solubilidade, biocompatibilidade, fotoestabilidade, baixa toxicidade e 
sínteses de baixo custo (Tuerhong et. al., 2017; Yan et. al., 2019). Por esses 
motivos, os carbon dots têm contribuído em diversas aplicações, a exemplo 
de seu 
uso em bioimagem e na detecção de pH em amostras ambientais e biológicas (Yang 
et. al., 2019; Ehtesabi et. al., 2020).
Trabalhos têm demonstrado que os CDs apresentam fluorescência dependente do pH 
capaz de torna-los ótimos nanomateriais para atuarem como sensores fluorescentes 
(Ehtesabi et. al., 2020). Omidi e colegas (2017) sintetizaram carbon dots 
a 
partir do citrato de amônio via método hidrotermal e obtiveram CDs com emissão 
em 462 nm independente do comprimento de onda de excitação. Esse material foi 
avaliado frente a variação de pH (4 a 10) e foi observado um aumento gradual na 
intensidade de fluorescência com o aumento do pH do meio (Omidi et. al., 2017). 
Em 2019, Yang e pesquisadores realizaram um estudo semelhante, em que foram 
produzidos CDs com emissão em 575 nm a partir do 1, 2, 4 - triaminobenzeno e 
ureia. A emissão apresentou ser dependente do pH, com aumento de intensidade do 
pH 4 ao 10 (Yang et. al., 2019). Em ambos os trabalhos, os carbon dots 
foram 
aplicados no monitoramento de cicatrização de feridas por meio da variação 
colorímetrica/fluorescente, porém não foram realizados estudos de viabilidade 
celular para garantir a biocompatibilidade do material.
Para além das propriedades fluoresecentes, os CDs têm exibido potenciais 
aplicações como agente antioxidante na captura de espécies reativas de oxigênio 
(ROS) em sistemas biológicos (Huangfu et. al., 2021). Estudos nesse sentido são 
importantes pois várias doenças como as cardiovasculares e degenerativas são 
causadas pelo stress oxidativo das células devido a ação irregular de 
radicais 
oxigenados, a exemplo dos hidroxil (•OH), peroxil (ROO•), ânion superóxido 
(O2•˗) e algumas espécies que podem ser convertidas nesses radicais, como o 
ácido hipocloroso (HOCl), peróxido de hidrogênio (H2O2), etc (Apak et. al., 
2022). Shen et. al (2017) sintetizaram carbon dots utilizando pomelo co-
dopados 
com persulfato de amônio por um método hidrotermal e obtiveram nanopartículas 
com emissão máxima em 450 nm. A atividade antioxidante dos CDs foi avaliada 
utilizando os radicais DPPH, •OH e O2•˗, em que demonstraram bons resultados na 
captura de radicais, principalmente dos O2•˗ atingindo 81% na concentração de 
700 μg/mL (Shen et. al., 2017).
Nessa perspectiva, o trabalho buscou realizar estudos do efeito do pH e 
atividade de eliminação frente ao radical ânion superóxido (O2•˗) e ácido 
hipocloroso (HOCl) nos carbon dots obtidos da o-fenilenodiamina para 
futuras 
aplicações nas áreas biológicas e ambientais. 
Material e métodos
Síntese dos Carbon dots (CDs-oPD) e estudo do efeito do pH:  20 mg de o-
fenilenodiamina e 10 mL de água deionizada foram adicionados em um reator de 
teflon, revestido de aço inox, para procedimento hidrotermal por 4:30 h a 200 
°C. Após, a solução contendo o CDs foi centrifugada a 15000 RPM/10 min e 
filtrada em membrana de 0,22 µm (Davi et. al., 2021). O CDs obtido foi 
denominado de CDs-oPD e armazenado em geladeira para posteriores análises. Os 
CDs foram caracterizados por espectroscopia de absorção no ultravioleta e 
visível (UV-VIS), infravermelho (FTIR) e fotoluminescência (FL). Ademais, foram 
utilizadas as técnicas de Espalhamento Dinâmico de Luz (DLS) e microscopia 
eletrônica de transmissão (MET). O efeito do pH na FL foi realizado utilizando 
pH na faixa 2 ao 12 sob excitação em 385 nm. 
Viabilidade celular: 
Para o ensaio de viabilidade celular dos CDs-oPD foi utilizado o ensaio de MTT 
((brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil tetrazolium])) em linhagem 
de fibroblastos de pele humana (HFF-1). As células foram mantidas em estufa de 
CO2/37º C em meio DMEM suplementado com SBF 15%, 100 µg/mL de penicilina e 100 
U/mL de estreptomicina, acrescidos de 1,5 mM de L-glutamina. Para a realização 
do ensaio, 3,5 x103 células foram plaqueadas (DMEM/SBF5%) e mantidas em estufa 
por 20 h para sua adesão. Em seguida, foram tratadas com os CDs-oPD nas 
concentrações de 100, 500 e 1000 µg/mL durante 24h. Após o tempo de exposição, 
foi adicionado 23 µL de MTT (5 mg/mL) em todos os poços e a placa foi mantida em 
estufa por 3h e, em seguida, o sobrenadante foi descartado e 150 µL de DMSO/poço 
foi adicionado para a revelação dos cristais de formazan formados. Por fim, a 
leitura dos poços foi realizada no espectofotômetro em comprimento de onda de 
540 nm, obtendo-se os valores de densidade óptica (DO) (Viabilidade (%) = (DO de 
células tratadas/DO de células não tratadas) × 100).
Atividade de eliminação do radical ânion superóxido (O2•˗):
A atividade de eliminação do O2•˗ foi realizada de acordo com Lucas et al. 
(2021). O ensaio consistiu na adição NADH (166 µM), NBT (43,3 µM), solução de 
CDs (100 - 800 µg mL-1 ) e PMS (2,7 µM). As medidas de absorbância foram 
realizadas em 560 nm a 37 ◦C em um leitor de microplacas (Infinite® 200 PRO, 
TECAN, Männedorf, Suíça).
Atividade de eliminação do ácido hipocloroso (HOCl):
A atividade de eliminação do HOCl foi realizada de acordo com Lucas et al. 
(2021). A solução de HOCl foi preparada na hora da análise, ajustando o pH de 
uma solução de NaOCl a 1% (v/v) para 6,2 com adição H2SO4. O sistema reacional 
consistiu na adição de tampão fosfato (100 mM, pH 7.4), solução de CDs-OPD (100 
- 400 µg mL-1 ), solução de dihidrorodamina (DHR, 5 µM) e HOCl (5 µM). As 
medidas de fluorescência foram realizadas em um leitor de microplacas (Infinite® 
200 PRO, TECAN, Männedorf, Suíça), a 37 °C, em comprimentos de onda de 505 ± 10 
nm e 530 ± 10 nm, para excitação e emissão, respectivamente.
Resultado e discussão
As imagens de microscopia eletrônica de transmissão (MET) (figura 1 (a)) mostram 
que os CDs-oPD possuem estruturas quase-esféricas e grafítica (com espaçamento 
interplanar de 0,24 nm). O histograma de DLS também é representado na 
figura 1 
(b) e indica que o tamanho da nanopartícula está distribuído principalmente em 
3,8 nm, confirmando seu tamanho inferior a 10 nm (Liu et. al., 2021; Davi et. 
al., 2021). Uma vez que os grupos de superfície influenciam nas propriedades 
óticas dos CDs, o FTIR foi utilizado e seu espectro é mostrado na figura 1 (c). 
Em 3332 cm-1 e 3217 cm-1 são observados dois picos 
característicos de aminas 
primárias, associados as vibrações de deformação axial N-H. Em 1600 
cm-1 uma 
banda C=C de núcleo aromático também é detectada, relacionada a deformação axial 
da dupla ligação. Bandas C-N de aromáticos e N-H de deformação angular associada 
a ligação de cadeias aromáticas foram observadas em 1327 cm-1 e 779 
cm-1, 
respectivamente (Davi et. al., 2021). Sugere-se, portanto, que os CDs-oPD tenham 
sido funcionalizados pelos grupos presentes na o-fenilenodiamina, uma vez que 
sua composição é rica em grupos nitrogenados (Ding et. al., 2020, Davi et. al., 
2021). 
O espectro de absorção UV-Vis foi obtido (figura 1 (d)) e quatro bandas 
associadas as transições π - π * e n – π * dos CDs-oPD são visualizadas. Em 210 
e 232 nm, bandas referentes a transição π - π * (C=C) do núcleo grafítico foram 
detectadas. Por outro lado, as bandas localizadas em 288 e 428 nm relativas a 
transição n – π * (C=O, C-N) foram observadas e possuem relação com os grupos 
presentes no material precursor (Ding et. al., 2017; Zhao et. Al., 2020)
Uma vez que os carbon dots apresentam fluorescência na região do visível, 
a emissão dos CDs-oPD foi investigada pela técnica de fotoluminescência, 
variando o comprimento de onda de excitação (λExc) entre 365 a 445 
nm. O gráfico é representado na figura 1 (e) e a emissão dos CDs-oPD encontra-se 
centralizada em 547 nm, independente do λExc, possuindo intensidade 
máxima sob excitação de 385 nm. Adicionalmente, o perfil independente dos CDs-
oPD é claramente observado no diagrama de cromaticidade (figura 1 (f)) e está 
associado aos níveis de energia dos grupos de superfície, que favorecem sua 
emissão na região do verde independente da radiação utilizada (Reckmeier et. 
al., 2016; Ding et. al., 2020)
Estudos preliminares foram realizados para avaliar o comportamento ótico dos 
CDs-oPD sob diferentes pH. A espectroscopia de fotoluminescência foi empregada 
para o estudo em questão e o gráfico obtido é representado na figura 2 (a). O 
espectro mostra que a intensidade de fluorescência dos CDs-oPD aumentou de forma 
gradual do pH 2 ao pH 6, quando atingiu seu máximo. Em valores mais elevados de 
pH (6 ao 12) a fluorescência passou a diminuir progressivamente, faixa na qual a 
curva apresentou melhor linearidade (I = 1107,31 -83,7 pH, R2 = 0,97). As 
imagens das soluções frente a variação do pH são demonstradas na mesma figura, 
bem como sua visualização em papel. Como a literatura sugere que as propriedades 
óticas dos carbon dots dependem de seus grupos de superfície, infere-se 
que quando o pH do ambiente em que os CDs se encontram é modificado, 
consequentemente a estrutura desses grupos podem sofrer alterações, afetando 
principalmente seu mecanismo de fluorescência (Omidi et. al., 2017; Yang et. 
al., 2019). Por ser um estudo recente, pesquisadores utilizam alguns mecanismos 
para interpretar a sensibilidade dos carbon dots ao pH, que pode estar 
relacionada a mudança no estado de energia, agregação dos CDs, 
protonação/desprotonação, transferências de prótons, etc (Liu et. al., 202; 
Ehtesabi et. al., 2020). 
Buscando assegurar a aplicação dos CDs-oPD como sensor de pH em sistemas 
biológicos e ambientais, um estudo de interferência na viabilidade celular foi 
realizado utilizando uma linhagem de fibroblastos não tumorais de pele humana 
(HFF-1). A figura 2 (b) mostra que os CDs-oPD mantiveram a viabilidade das 
células HFF-1 superior a 80% nas 3 concentrações testadas. Os resultados obtidos 
corroboram com a literatura quando atribuem de forma geral uma baixa 
citotoxicidade dessa classe de nanopartícula para vários tipos de células (Vale 
et. al., 2021; Roy et. al., 2022). Ademais, os CDs-OPD apresentaram excelente 
potencial de eliminação de HOCl nas concentrações testadas, com mais de 50 % de 
captura na menor concentração avaliada que foi de 100 µg mL-1 (figura 2 (c)). No 
entanto, quando testado frente ao O2•˗, o tratamento com os CDs-OPD não 
apresentou qualquer efeito de eliminação mesmo aumentando a concentração até 800 
µg mL-1. Os resultados sugerem que esses CDs reagem seletivamente com espécies 
reativas de importância biológica (Shen et. al., 2017).

a) Microscopia eletrônica de transmissão e b) DLS. Espectros de c) FTIR, d) UV-Vis, e) fotoluminescência e f) coordenada de cor dos CDs- oPD.

a) Fotoluminescência e fluorescência em solução e papel nos diferentes pH, b) viabilidade celular e c) porcentagem de eliminação de HOCl dos CDs-oPD
Conclusões
Os carbon dots obtidos a partir da o-fenilenodiamina (CDs-oPD) por método 
hidrotermal apresentaram tamanho menor que 10 nm e grupos nitrogenados de 
superfície, além de excelentes propriedades óticas com emissão em 547 nm. Os CDs 
estudados se mostraram viáveis em células de fibroblastos não tumorais de pele 
humana (HFF-1), exibindo boa viabilidade celular até concentrações de 1000 µg/mL. 
Os diferentes pH (2 a 12) alteraram a intensidade de fluorescência dos CDs-oPD, o 
qual exibiu faixa linear do pH 6 – 12. Por fim, esse estudo é de grande 
relevância, pois proporciona um método simples para produção de CDs com ótimas 
possibilidades de aplicações na detecção de pH em sistemas biológicas e 
ambientais, bem como sequestrador de espécies reativas de oxigênio importantes em 
alguns processos específicos das áreas supracitadas. 
Agradecimentos
Os autores agradecem ao apoio financeiro da CAPES, UFAL, CNPq e FAPEAL e ao 
laboratório multiusuário de microscopia de alta resolução (LabMic/UFG)
Referências
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